Coluna: Os eternos garotos-propaganda da TV brasileira

Coluna: Os eternos garotos-propaganda da TV brasileira

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Os reclames do plim plim, como costuma chamar o apresentador Fausto Silva, ou simplesmente, os intervalos comerciais que muitas vezes afastam o telespectador de determinado programa, por hora importantes para a sobrevivência de qualquer emissora, esbarram na briga por audiência e na programação das concorrentes, mas também revelam fases emblemáticas da publicidade e o meio TV.

Poucos garotos-propaganda são tão lembrados por gerações como o brasileiro Carlos Moreno, o garoto-Bombril que há 37 anos representa a marca e detém o feito na primeira posição do livro dos recordes mundiais. E mesmo que muitos achem chato, os comerciais tipo goma de marcar, eis que eles se revelam responsáveis pela valorização da marca na opinião de quem assiste.

Quem não lembra também do garoto da C&A? E aquele carinha que entrava do nada falando “quer pagar quanto”. Hoje, vamos falar especificamente destes três personagens que marcaram os intervalos da nossa telinha.

Carlos Moreno
Em 1978, a DPZ ganhou a conta da empresa Bombril. A missão era promover um detergente da marca, um produto que prometia ser menos prejudicial para a pele da dona de casa. Washington Olivetto, então redator da agência e Francesc Petit, sócio e diretor de arte, sabiam que era tempo de mudança. Com o personagem na cabeça, restava encontrar o ator. A missão foi dada à produtora ABA, de André Bukowinski. O escolhido: o jovem Carlos Alberto Bonetti Moreno, ou Carlinhos Moreno, como era conhecido. Arquiteto formado pela USP com mestrado em design gráfico, o rapaz tinha relação de longa data com o teatro. Desde os onze anos participava de cursos. A profissionalização só veio no fim dos anos 70. Moreno fez o teste, foi escolhido e dali em diante nunca mais seria o mesmo. Nascia o “Garoto Bombril”, um garoto-propaganda que entraria para o Guinness Book como o de maior tempo de permanência no ar, a partir do décimo sexto ano de execução e mais de 340 filmes. Assista ao primeiro vídeo de Moreno na Bombril!
bombril garoto

Sebastian
Com o mote “Use e abuse”, a C&A prendeu o público, em 1990, numa das campanhas mais longas da história dos comerciais. O animado e dançante Sebastian, figura conhecida durante 20 anos, deixou sua marca na memória dos brasileiros, além de ter sido o primeiro garoto-propaganda negro no Brasil. O primeiro comercial foi inspirado numa clássica cena de “Blues Brothers” (Os irmãos cara de pau), em que o cantor Cab Caloway animava uma grande plateia com a música “Minnie The Mutcher”. Sebastian incorporou todo esse conceito com sua presença e carisma e foi um sucesso.

Fabiano Augusto
Era só ligar a TV, entre 2001 e 2006, que um rapaz moreno propagandeava as ofertas das Casas Bahia num tom de voz tão chamativo quanto alto: “Quer pagar quanto?”. Fabiano Augusto, o garoto-propaganda da rede, se transformou quase que numa celebridade graças à frequência insistente com a qual os comerciais eram exibidos. Ao todo, o “garoto das Casas Bahia” apareceu em mais de 200 filmes neste período. Sete anos após ser afastado, em 01 de março de 2013, Fabiano voltou a ser o garoto-propaganda oficial da marca.

casasbahia garoto

Júlio César Fantin
@jcfantin

* Júlio César Fantin é jornalista, assessor de imprensa e escritor. Trabalhou em empresas de comunicação do Sul e Sudeste do Brasil. È editor do www.ouvintes.com.br, site segmentado ao meio rádio e colunista do Bastidores da TV.
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