Coluna: Zeca Camargo definitivamente não é de casa!

Coluna: Zeca Camargo definitivamente não é de casa!

Sem título 1No dia 8 de agosto estreou na Rede Globo a mais nova atração de sábado, o matinal “É De Casa”. Com formato variado, seis apresentadores dividem o comando do programa que mistura assuntos e temas, pautas e quadros em um grandioso cenário, que de fato, dá ideia de ser uma casa. No entanto, o objetivo de estar mais perto do telespectador, se auto-intitulando bem-vindos ao lar de seu público, parece não ter funcionado. Isso porque a produção perdeu números preciosos de audiência em relação ao que costumava marcar a extinta TV Globinho no mesmo horário e passou a sofrer com a concorrência dos desenhos do SBT.

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Os seis apresentadores do “É De Casa”. André Marques, Cissa Guimarães, Patrícia Poeta, Ana Furtado, Zeca Camargo e Tiago Leifert.

É normal que um novo programa, principalmente inserido em uma faixa antes ocupada por atrações de outros gêneros, apresente queda em seu início. É aceitável, no primeiro momento, que o matinal não repita os números do infantil, até mesmo por uma questão de identificação. Analisando fundo, observamos a investida do SBT, que estrategicamente, passou a utilizar as mesmas animações e no mesmo horário da extinta TV Globinho, no caso os desenhos “Kung-Fu Panda” e “Os Pinguins de Madagascar”, que se sagraram líderes de audiência também na nova “casa”.

Mas para onde foi o público adulto? Com certeza não migraram para o Sábado Animado. A explicação não é tão difícil. Como dito acima, o novo programa reúne várias estrelas globais na apresentação, porém, as mais rejeitadas e sem vínculo com o telespectador. Com a mínima exceção de Cissa Guimarães que apresentou com sucesso o “Video-Show” durante anos e recentemente voltou com um quadro de seu famoso bordão “Gentem como a gente”, todos os outros tem históricos de rejeição.

Ana Furtado ficou conhecida como a “Severina” da Globo, a famosa quebra-galho, isso porque passou de atriz a apresentadora e o que mais for chamada para fazer. Sem identidade, tornou-se a substituta oficial de artistas que saem de férias ou precisam se ausentar do comando de suas atrações. Houve uma super exposição e o público notou. André Marques, que já ancorou o Video-Show, hoje não possui mais o mesmo apelo, há quem diga que o apresentador não parece ser o mesmo. Tiago Leifert foi do esporte ao entretenimento, apresentando sem o menor sentido o reality “The Voice – Brasil”, agora encabeça mais esse projeto, também sem afinidade com os tipos de pautas. Patrícia Poeta vinda do “Jornal Nacional”, corrigindo um erro de escalação no mesmo, mostra que combina mais com formatos abertos que na bancada, no entanto, sofre também do mesmo problema que os outros, tendo a sua saída do telejornal sido comemorada por boa parte dos telespectadores.

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No quadro, os tipos de pauta que cada apresentador costuma apresentar.

Por último, Zeca Camargo encerra a dolorosa lista da rejeição. O jornalista que tinha boa performance e aceitação nas telas, viu a sua empatia com o público descer ladeira a baixo, principalmente após sua saída do “Fantástico”. A Globo tentou sem sucesso o emplacar como apresentador da nova versão do Video-Show, que há tempos vinha sofrendo com baixa audiência. O resultado foi catastrófico, um apresentador sem o perfil da atração que já sofria com a falta de popularidade na grade, acabou como um grande fracasso e a substituição no comando do programa. Como conseqüência, herdou a rejeição do público.

A imagem de Zeca ficou ainda mais arranhada na mídia após polêmicas declarações na imprensa. Intencionais ou não, ajudaram a ruir ainda mais a simpatia, que já não era grande, do público para com ele. Última tentativa de emplacar o jornalista, o inseriu no comando do “É De Casa”. Nas redes sociais, altas críticas ao seu desempenho, e pior, a sua pessoa. Os internautas o criticava apenas por vê-lo no vídeo, evidenciando uma retaliação.

É importante pensar até que ponto a rejeição dos apresentadores influenciam no fraco desempenho da atração. Grande parte das críticas ao novo programa dá-se a eles, e não exatamente as pautas ou pelo formato, ao contrário, há uma boa aceitação ao conteúdo, provando que a baixa pode estar associada a essa questão. Cabe a direção da emissora trabalhar a imagem de suas estrelas, nesse caso não se faz necessário pesquisas ou auditorias, é algo altamente visível e que poderá comprometer a curto e a longo prazo o futuro do matinal. E, caso não haja uma resposta em audiência após tentativas de popularização, afastar os nomes que despertem a rejeição do telespectador, pode ser uma alternativa. Não é tão fácil trabalhar a imagem do artista, associá-los a eventos e temas positivos para os aproximar do telespectador, mas também não é impossível, principalmente se tratando da maior rede de televisão brasileira. Desejamos sorte aos envolvidos e aos apresentadores. Por enquanto, os pingüins e os pandas é que são de casa.

Um super obrigado a você que acompanhou mais esse texto. Até a próxima semana.

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Dyego Terra

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