Exclusivo: SBT inicia processo de padronização do jornalismo de suas 114 emissoras – Grades e sites seguem mesma proposta

Exclusivo: SBT inicia processo de padronização do jornalismo de suas 114 emissoras – Grades e sites seguem mesma proposta
José Occhiuso, novo diretor nacional de jornalismo do SBT, deve fortalecer filiais, para depois seguir exemplo com as afiliadas.
*Atualizado em 16/06/2017, as 11h47.

Desde 2007, com o avanço da RecordTV, o SBT acabou perdendo algumas de suas afiliadas e participação de audiência em importantes praças, principalmente onde possui filiais, com exceção de Rio de Janeiro e Belém, que vivem uma boa fase. O SBT ficou até maio deste ano, sem diretor de rede, desde que um importante executivo deixou a emissora, migrando para a RecordTV. A recuperação da rede nacional se deu com novos aliados, que deixaram outras redes de televisão e com o tempo cresceram em audiência, após investimentos locais. Agora, o SBT inicia uma nova fase, com Rodrigo Scoralick, ex-diretor de programação da TV Alterosa, novo contratado que visa ser um elo entre as filiais e posteriormente das principais praças. Junto com Murilo Fraga, diretor de programação, o profissional será fundamental para integrar as 114 emissoras que formam o SBT, hoje presente em 98% do território nacional, sendo que apenas Sergipe não conta com afiliadas, mas recebe o sinal do SBT, em algumas cidades, como em Aracaju, através de retransmissoras.

Em maio, junto com o diretor de programação Murilo Fraga, o novo executivo se apresentou junto as filiais e afiliadas que compõem o Painel Nacional de Televisão (PNT), em workshop realizado pela emissora. Na ocasião, diversos assuntos foram debatidos, como a importância destas praças para a audiência nacional e uma possível padronização e ajuste da grade. Conforme levantamento feito pela coluna, publicado na semana passada, o SBT já conta com sinal digital em praticamente todas as capitais. Apenas Manaus, Rio Branco e Alagoas operam em sinal analógico ou standard (SD) e devem implantar o HDTV, até o fim deste ano. A digitalização total das capitais e das principais cidades também é um passo importante para a emissora. Até o fim do ano que vem, o Brasil já deve atingir 1300 cidades com sinal digital.

Jornalismo local de filiais e afiliadas do SBT inicia padronização. Emissoras próprias já seguem formatos semelhantes.

Como o BastidoresDaTV, também já noticiou, em primeira-mão, em breve, todas as emissoras da rede contarão com redes sociais e sites padronizados, integrando um novo portal a ser lançado pelo SBT. A informação foi confirmada pelo departamento de multiplataformas e pela assessoria do SBT, em maio. E para quem pensa que essa aproximação com as afiliadas se limita a isso, se engana. A emissora confirmou nesta quarta-feira (14), através da sua assessoria de imprensa, mais uma informação exclusiva ao colunista Júlio Fantin, do BastidoresDaTV: “o SBT iniciou o processo para padronização do seu jornalismo local”.

José Occhiuso, novo diretor nacional de jornalismo do SBT, deve fortalecer filiais, para depois seguir exemplo com as afiliadas.

O processo de padronização da rede SBT, apenas está começando e tudo demanda tempo. Anos atrás, emissoras locais do SBT chegaram a ter jornais padronizados com “TJ Praça”, aproveitando o sucesso do extinto “TJ Brasil”, mas o projeto acabou sendo abandonado com o tempo. “É fato que queremos padronizar os telejornais locais, mas isso demanda tempo porque existem marcas muito fortes em algumas praças. Também não quer dizer que São Paulo terá sua edição local ao meio-dia ou às 19h20. Tudo está sendo discutido em conjunto com as emissoras”, afirmou a assessoria.

Enquanto o SBT SP continua sem jornalismo local, as demais emissoras próprias do Grupo Sílvio Santos já possuem uma programação bem semelhante, com programas como “SBT Praça”, “SBT Redação” e “SBT Esporte”. Os cenários e pacote gráfico também seguem o mesmo estilo no SBT Rio e Interior RJ, SBT Brasília, SBT RS, SBT RP e SBT Pará. Algumas filiais possuem duas edições do “SBT Praça”, algumas pela manhã e meio-dia e outras pelo meio-dia e no período da noite. O exemplo já adotado nestas praças próprias poderia servir de espelho para o SBT SP, que não possui jornalismo local ao meio-dia e a noite. Pela manhã, o “Primeiro Impacto”, acaba sendo a única participação efetivamente local do jornalismo da “sede”.

Um outro dado importante é a utilização cada vez maior de suas afiliadas da marca SBT, como nome da emissora ou de programas locais. Exemplos como o SBT SC, emissora que tem programas como o “SBT Meio-Dia”, “SBT News” e “SBT & Você”. A emissora pertence ao Grupo SCC, mas desde sua nova afiliação utiliza o nome “SBT SC”. Outras afiliadas que levam a marca no nome são o SBT MS, o SBT Interior (SP) e o SBT Cuiabá. Já a Rede Massa/SBT, utiliza a marca associada com o nome da rede local que tem programas como “Tribuna da Massa” (manhã e meio-dia) e “SBT PR” (noite).

Enquanto isso, as demais emissoras apostam em jornais que levam o nome da afiliada ou programas com foco policial ou populesco. Muitos destes, como o “Plantão Alagoas” (TV Ponta Verde) e o “Chumbo Grosso” (TV Vitoriosa), são sucessos locais. Em Goiânia, por exemplo, a TV Serra Dourada/SBT aposta no “Jornal do Meio-Dia” e “Jornal Serra Dourada”. Em Belo Horizonte tem o “Jornal da Alterosa” e o “Alterosa Alerta”. Em todo país, são os mais variados nomes, coincidindo em alguns casos, o mesmo título, em estados diferentes. Os horários locais dos jornais também são os mais variados. Há praças com jornais matinais, outros ao meio-dia e também antes do “SBT Brasil”. Nada segue atualmente um padrão específico, como a Globo faz com seus “Bom Dia Praça” e “Praça TV” (Praça 1 e Praça 2). A RecordTV seguiu o mesmo exemplo e passou a cobrar de toda a sua rede, versões locais do “Balanço Geral”, “Praça no ar” e “Cidade Alerta Praça”.

Vale lembrar, que o jornalismo do SBT, recentemente, devido ordens de Silvio Santos, padronizou os cenários e pacotes gráficos de todos os telejornais produzidos em São Paulo, o que causou certa polêmica no setor televisivo, uma vez que o telespectador passou a ter a sensação que está sempre assistindo um mesmo jornal, apenas com apresentadores diferentes. Assim como carece uma reestruturação do jornalismo de SP, com novos cenários e melhor infraestrutura, a emissora necessita urgente investir em suas filiais. A sede do SBT Rio, por exemplo, já não comporta seu crescimento. Os primeiros passos para uma padronização das emissoras, do jornalismo e das mídias sociais já foram dados, agora é preciso que o SBT invista forte, em sua identidade como rede, para só assim merecer o título de “a cara do Brasil”.

Siga: JÚLIO CÉSAR FANTIN

Twitter: @jcfantin

Facebook: @eusouojulio

Instagram: @juliocesarfantin

Pin It on Pinterest