Coluna: O sucesso de Gugu Liberato

Mais um domingo e mais uma parada em nosso Halftime Show, curiosamente, hoje, o evento esportivo mais assistido dos Estados Unidos está sendo exibido, onde a cantora Katy Perry fará sua apresentação no tão famoso Show do Intervalo. NBC, assim como ocorre em cada ano, tem tudo para ter o maior índice de audiência da história da TV estadunidense.

E também, estamos estreando nosso novo banner, a logomarca de nossa coluna, mexe com o garoto. Boatos que vem meus salários atrasados, vamos ver.

Semana passada, nossa coluna #3 entrou na versatilidade de Cesar Fiho, hoje continuaremos perambulando pelos corredores da Record, ou melhor, da GGP.

Incontestável, Antônio Augusto de Moraes Liberato, vulgo Gugu Liberato, é um dos maiores nomes da história da TV brasileira. Tido por muitos como sucessor natural de Silvio Santos, Gugu Liberato construiu uma sólida carreira em seus mais de 30 anos à frente dos momentos mais marcantes do entretenimento da TV aberta no país. Gugu é conhecido como o homem do povo, o salvador das famílias mais desamparadas, a esperança de uma vida melhor e aquele que lhe pode trazer de volta a dignidade.

Antes de ser associado a emoção, Gugu abrilhantou os domingos do SBT com irreverência, fatos inusitados, diversão e sempre bom humor. Gugu é um dos poucos comunicadores do país, afinal, apresentadores vemos em rios, mas comunicadores contamos nos dedos, que passam da pura nostalgia para a emoção em um mesmo programa. Isso deve-se ao fato da humanização de Liberato junto ao seu público. O apresentador sentiu na pele, é para lembrar do quadro, a necessidade de mostrar a dura realidade daqueles que vivem nos lugares mais sórdidos que um ser humano não poderia pensar. Alia nascia um novo apresentador, que desde aquele momento, não dispensaria mais estar um programa sem poder dar o que qualquer ser humano merece; a dignidade.

Anos antes de ser considerado um dos reis do domingo, ao lado do seu então patrão Silvio Santos, Gugu era motoboy, de família muito humilde, chegando ao maior nome da TV brasileira através de seu talento e sacada para ideias na TV. Depois do seu primeiro trabalho, a Sessão Premiada, falar desta sessão é relembrar os seriados exibidos pelo SBT nas manhãs de domingo quem for cavalo mais velho como eu, enfim, Gugu receberia mais uma de suas grandes oportunidades, comandaria um dos programas de maior sucesso da emissora nos anos 80, o Viva à Noite, viva, viva, viva. Mesmo com a estrondosa popularidade do programa, a sensação das noites de sábado, Gugu passou por outras atrações dentro do SBT e dançando ao som do tchu tchu tchu do passarinho.

Em 1993, Gugu passaria para outro patamar, chegaria no principal palco de embates da TV no país, os domingos. O criador do pintinho amarelinho já havia passado pelos domingos da emissora, depois de algo impensável ter ocorrido. Em 1987, Gugu havia fechado acordo para ingressar na emissora de Roberto Marinho, ô louco, bicho, verdade, mas Silvio Santos foi pessoalmente conversar com Dr. Marinho para pedir a liberação do contrato de Gugu para que ele permanecesse na emissora, além de um gordo salário, e uma bonificação que deixaria qualquer artista de queixo caído; boa parte da programação dominical. Alegria do então Homem do Baú foi tamanha que Gugu retornou como o salvador da pátria, sendo divulgado constantemente na grade e sempre recebendo comentários do patrão que tanto fez para lhe ter novamente no casting.

À frente do “Domingo Legal”, Gugu, com toda certeza, comandou os domingos mais memoráveis da TV, sem contar a presença do mestre Silvio Santos na programação. O dominical atingia uma das maiores audiências do SBT, médias que ultrapassavam os 30 pontos, chegando a ser líder por mais de um ano. Gugu, o campeão de audiência, aliava jornalista e entretenimento em 4h/5h. No final dos anos 90, as matérias internacionais do apresentador, os quadros que mostravam a dura realidade das pessoas mais necessitadas, a cobertura jornalística, que sempre era uma das primeiras a chegar nos acontecimentos, o programa de Gugu conseguia fazer uma união de tudo em um único palco.

Com a chegada do novo milênio, Gugu adotaria uma filosofia ainda mais próxima da massa. O assistencialismo começou a ganhar novas proporções e todo o programa passou a ser focado na ajuda, seja levando pessoas de volta para suas raízes ou lhes dando uma nova oportunidade para recomeçar a vida.

A ausência de Gugu fez falta nestes quase 2 anos em que ficou afastado da TV. Pessoas ainda se perguntam, nas ruas e nas redes sociais, por onde andaria o apresentador que sempre foi motivo de levar emoção a milhões de lares pelo Brasil. Recentemente, fiz um orçamento e acabei dizendo que estava muito caro, o rapaz deu risada e falou para eu enviar uma carta para o Gugu que ele tinha uma equipe que fazia tudo em dois dias. Por aí você já vê que o apresentador segue no imaginário dos brasileiros pelo que sempre fez por eles mesmos.

Em Portugal, Gugu é sinônimo de sucesso de audiência e faturamento para a Record Internacional, e agora, com sua chegada, não poderá ser diferente. Do outro lado do Atlântico, Gugu é mais querido que muitos apresentadores do próprio país, mostrando que o primeiro vínculo de Augusto Liberato com a emissora não foi em vão.

O retorno de Gugu é a prova de que aquele que nasceu para brilhar, sempre terá seu lugar no pódio. Seu novo desafio tem tudo para ser novamente um grande sucesso. Longe da sua zona de conforto dos domingos? Sim, mas se até Silvio Santos se aventurou por outros dias da semana, por que Gugu não? Já que sempre recebeu altos elogios do próprio Silvio.

Pelas prévias, Gugu vem mostrando que a diversão e alegria que tanto o marcaram no início dos anos 2000 voltará ainda mais forte neste retorno à Record. A TV brasileira só tem a ganhar, onde o telespectador será o campeão, tendo uma nova opção para suas noites. Fora isso, a oportunidade para outros profissionais, a geração de empregos que a GGP, produtora do apresentador, fará para levar ao ar a atração do empresário 3 dias por semana.

Sou Álison Theodoro, e este foi o Halftime Show. Ah, no clima de Roberto Cabrini. Nos vemos no próximo domingo, se assim Deus permitir. Valeu, tudo nosso.

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