SBT 37 anos: O sonho de um camelô que quase quatro décadas depois continua “líder absoluto do segundo lugar”

SBT 37 anos: O sonho de um camelô que quase quatro décadas depois continua “líder absoluto do segundo lugar”
Silvio Santos - o sonhador responsável pela fábrica da imaginação chamada SBT

Exatamente 37 anos após o histórico 19 de agosto de 1981, quando entrava no ar o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), o grande mito da comunicação brasileira e sonhador Silvio Santos, prestes a completar 88 anos, continua sendo o grande imperador do seu camelódromo televisivo. E assim será até o dia em que Senor Abravanel partir para o descanso eterno. Mesmo sendo um dos maiores comunicadores da história da TV mundial, Silvio jamais foi unanimidade. Seu sistema televisivo nasceu por acaso, pela necessidade de continuar tendo um espaço na TV para que ele pudesse continuar o que sempre fez de melhor: vender sonhos. O menino camelô virou dono de uma rede de televisão, justamente porque donos de TV fecharam às portas para ele. Dono de uma persuasão tão invejável, Silvio Santos carrega nas costas há quase quatro décadas a consolidação de um sonho, jamais apoiado pela crítica, pelos coronéis da comunicação e pelo primitivo método de fazer TV para um seleto grupo de “deuses”.

Silvio Santos – o sonhador responsável pela fábrica da imaginação, também chamada de “SBT”. Muitos o criticam pelas suas constantes mudanças de humor, outrora, levante o dedo quem neste país conseguiu o feito de carregar por tantos anos uma rede de televisão nas palmas da mão, mesmo com tantos interesses poderosos jogando contra desde a concessão das suas emissoras em 1981? Um “gênio incompreendido”, talvez seja essa denominação dada ao eterno camelô, num futuro não tão distante.

Silvio Santos se tornou porta-voz do povo e mesmo sendo crucificado até hoje por manter por tantos anos uma programação popular, tendo sua rede de televisão operado no vermelho ou sempre próximo ao limite de sua manutenção, o maior vendedor de todos os tempos acabou construindo um império, agregando empresas ao Grupo Silvio Santos, marcas que sempre se apoiaram em sonhos, na distribuição de prêmios, para manter vivo até hoje o emprego de milhares de pessoas e a fábrica de sonhos instalada na Via Anhanguera, em Osasco, na Grande SP. Silvio pode não ser o melhor diretor de programação, mas jamais pode ser acusado de inércia. O “homem do baú” lutou por anos contra o monopólio das Organizações Globo. Tentou tornar o SBT mais competitivo, construiu visionário centro televisivo, fechou parceria com grandes estúdios mundiais, tentou investir forte na produção de novelas, já teve a intenção de construir um ousado e inovador departamento de jornalismo, chegou a ser a emissora que mais causou preocupação na soberania global e soube se acomodar no momento oportuno, onde a Record quis seguir os mesmos erros cometidos pelo SBT desde sua fundação e os passos mortais da extinta Rede Manchete.

Popularidade de Silvio Santos sempre foi boicotada por poderosos da comunicação. Já pensou se o dono do SBT tivesse sido eleito presidente do Brasil em 1989? Sua candidatura foi cassada às vésperas das eleições.

Silvio Santos tentou fazer do SBT uma emissora para todos os públicos, fez investimentos milionários por intermédio da “Tele Sena” e do “Baú da Felicidade”, empresas que já tiveram o mesmo papel da “Jequiti”. Por mais que Silvio tivesse um bom planejamento, uma boa intenção, o mercado continuou fechado. O SBT e seu dono sofreram por anos o boicote e o poder da Globo e seus parceiros, até que Silvio chegou à conclusão de que tentar concorrer com a “Platinada” era e é até hoje o caminho para a falência. Edir Macedo, obcecado pela “vingança ou pela justiça”, como quiser enumerar, injetou por meio da Igreja Universal, bilhões de reais para alcançar o fracassado “caminho da liderança”. Com investimentos muito mais tímidos, o SBT conseguiu superar novamente a Record em audiência, no entanto, as hoje parceiras Record TV e SBT, só continuam em pleno funcionamento, uma às vésperas de seus 65 anos e a outra em sua comemoração de 37 anos, unicamente pela teimosia de seus fundadores. Por mais que tenha perdido audiência, casting e prestígio, a Globo continua sendo a mandatária da ditadura econômica da televisão em solos tupiniquins. O grande culpado disso? Deve ser o coitado do controle remoto…

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