“Além do Tempo”: personagens da novela se reencontram 150 anos depois

A novela das seis “Além do Tempo”, da Globo, dará um salto de aproximadamente 150 anos que está previsto para ir ao ar no capítulo do dia 20, terça-feira. A trama de Elizabeth Jhin, que começou no século XIX, passa agora a ser ambientada nos dias atuais.
Segundo autora, o novo ciclo criará uma curiosidade no público para saber como se comportará os personagens no novo ciclo. “O fim da primeira fase vai criar uma curiosidade grande. As pessoas vão querer ver o que vai acontecer com cada personagem e o que cada um vai trazer de novo”, aposta Elizabeth Jhin.
O diretor da novela, Rogério Gomes, diz que a nova fase não existiria sem a primeira. “A gente está contando uma história de amor e esta nova fase é uma consequência da primeira, elas não existiriam separadamente”, conta.
Paolla Oliveira revelou que sua personagem volta transformada: “A princípio, a Melissa está bem diferente. Ela volta mais serena, cheia de bons sentimentos, mãe de família, trabalhando e cuidando de casa”.
Alinne Moraes também falou sobre as diferenças entre a Lívia de 150 anos atrás e a atual: “A personagem da fase anterior era mais fechada, submissa, olhava muito pra baixo. Agora ela vem mais segura, mais tranquila, mais bem resolvida. Então é outra postura”.
E Rafael Cardoso resumiu o sentimento de todo o elenco: “A história está muito bem construída. Ficamos apaixonados pelo que apresentaram pra gente e estamos fazendo com muito carinho”, arrematou.
Após um salto no tempo e já em pleno século XXI, os personagens voltam com os mesmos nomes, mas com trajetórias e estilos de vida diferentes. Naturalmente, eles não se reconhecem quando se encontram novamente, porém, a sensação de que já estiveram juntos em algum momento estará sempre ali. Cada um carrega em si, apesar da passagem de tempo, algo do seu passado.
De acordo com a autora, o futuro dos personagens, seja quando for, depende das atitudes deles no passado. “Quando escrevi ‘Além do Tempo’, que é uma história de amor que ultrapassa diversas gerações, tive a ideia de fazer uma novela diferente do formato a que estamos acostumados, em dois momentos distintos. Como disse na época da estreia, em vez de mostrar como foi o passado dos personagens através de sonhos ou em cenas de flashback, quis contar e mostrar as histórias deles de fato. Depois, praticamente em uma nova novela, narrar como será a vida deles, após muitos anos”, explica a autora.
Para o diretor de núcleo, Rogério Gomes, realizar os dois momentos de ‘Além do Tempo’ é um dos maiores desafios de sua carreira, da equipe de produção e do elenco. “O desafio é instigante e estamos com boas expectativas. Eu e a Beth (Elizabeth Jhin) já trabalhamos juntos em outras ocasiões e ela conhece a minha linguagem, assim como conheço a dela, o que facilitou bastante o nosso trabalho”, conta Rogério. O diretor ressalta ainda que haverá novos personagens como a Alice, interpretada por Klara Castanho, e Queiroz (Zé Carlos Machado), entre outros.
Produção
A equipe de cenografia iniciou o planejamento para a nova fase da novela bem antes de a própria trama estrear. Em janeiro deste ano, a cenógrafa, Anne Bourgeois, começou a trabalhar no projeto para a cidade cenográfica que será usada apenas agora. Trata-se da fictícia Bellarosa, idealizada como se fosse um centro histórico tombado. Com uma grande rua para pedestres, tem cerca de 3.500 metros quadrados e conta com 20 prédios. Várias construções, como o bar do hotel, a agência de turismo e a loja de Zilda (Nívea Maria) têm cenários em seus interiores.
Na outra cidade cenográfica, também construída para esta nova fase, moram os personagens Massimo (Luís Melo) e Felipe (Rafael Cardoso). “É como se fosse um sítio nos arredores de Bellarosa, com características bem rurais”, explica Anne. A arquitetura das duas construções tem referência no sul do país, onde a novela é ambientada desde o começo. Os cenários em estúdio também são novos. E, ao todo, somam 41 ambientes.
Para manter unidade com a primeira fase da novela, parte do acervo de objetos está sendo usada. “Algo que desse um tom de déjà vu, mas nada exagerado. Misturei alguns objetos de decoração com os novos, criando um DNA próprio para cada espaço. O relógio da casa da condessa Vitória (Irene Ravache), por exemplo, vai voltar a aparecer em outro local”, adianta a cenógrafa.
A produtora de arte da novela, Mirica Vianna, decidiu usar alguns objetos da primeira fase misturados aos cenários atuais. Além disso, teve a ideia de criar uma vitrine com coisas antigas para a loja de Zilda (Nívea Maria). “A personagem também gosta de antiguidade. Nesta vitrine, vamos colocar um ou outro objeto que já apareceu na outra fase”, explica Mirica.
O trabalho da equipe de produção de arte para a nova fase também começou há muito tempo. “Na viagem que fizemos para o sul por conta das primeiras gravações, garimpamos alguns objetos que só seriam usados a partir de agora. Outros foram adquiridos ou produzidos simultaneamente à fase anterior”, finaliza a produtora.
Já para as equipes de figurino e caracterização, o foco está em manter uma ligação com a primeira fase. Não houve reaproveitamento de roupas, já que o vestuário é muito distinto de uma época para outra. A figurinista, Natalia Duran, está produzindo em torno de 30 peças por personagem. “Vai ser um figurino contemporâneo, mas que ao mesmo tempo tem a delicadeza do interior, já que BellaRosa é uma cidade pequena”, adianta.
Alguns personagens terão traços de sua personalidade mantidos em seus figurinos, mesmo com o passar do tempo. É o caso de Dorotéia (Julia Lemmertz), que sempre foi elegante e agora, embora não tenha muito poder aquisitivo, mantém um estilo próprio ao se vestir, mesmo que de forma simples. “No caso da Bianca (Flora Diegues) dos tempos atuais, ela está completamente despida de vaidade e isso se traduz em seu figurino e sua caracterização”, avalia.
A maquiagem da maioria dos personagens segue um tom suave, como foi na primeira fase, mas com um ar contemporâneo. Já os cabelos foram bem modificados, seguindo tendências atuais de corte e cor.
