Canal líder de audiência na TV paga investe em séries nacionais para cumprir cota
Em vigor desde 2005, a nova lei da TV paga provocou mudanças importantes na televisão por assinatura. A obrigação de exibir 10% de conteúdo nacional fez com que muitos canais fossem descontinuados no Brasil por inviabilidade de produzir conteúdos nacionais.
Os canais que sobreviveram recorreram a produtoras nacionais e hoje reprisam exaustivamente esses conteúdos. Na contramão, o canal fechado mais assistido do mês de setembro, aposta com sucesso em novas séries produzidas por aqui.
Cohecido pelos sucessos de “As Meninas Super Poderosas”, “Os Jovens Titãs”, “Hora da Aventura”, entre outros, o Cartoon Network continuará investindo em novas produções brasileiras em sua grade de programação. A atitude foi tomada graças aos sucessos de “Turma da Mônica”, “Sítio do Pica-Pau Amarelo” e “Irmão do Jorel”.
Segundo a diretora de conteúdo, Daniela Vieira, a iniciativa bem sucedida visa, também, aproximar a emissora do público brasileiro. “As produções nacionais têm a mesma veia, o mesmo DNA que as internacionais. Mas é óbvio que uma ‘Turma da Mônica’, um ‘Sítio’, têm uma veia muito brasileira. E a partir do momento que você vira a casa de uma dessas propriedades, você começa a falar de forma diferente com seu público. E com ‘Irmão do Jorel’, por exemplo, que tem temáticas internacionais com elementos muito locais, você também se comunica de forma diferente com o público brasileiro. Tem uma identificação, mas tem os padrões de qualidade internacional do canal”, disse.
Antes de uma nova produção nacional ser lançada, é feito um trabalho em grupo para garantir que ela esteja em sintonia com o canal, mas mantenha sua identidade. “Irmão do Jorel”, por exemplo, foi concebida como uma série para jovens adultos e, por isso, um dos personagens fumava – o que não condiz com o público-alvo do Cartoon Network, de crianças de 7 a 12 anos. “Sem tolher a veia criativa e o cerne da propriedade, a gente dá uma polidinha para caber dentro do que a gente considera adequado para as crianças. É sempre um trabalho a quatro mãos“, explicou.
A executiva revelou também que as oito produções nacionais do canal infantil, são exibidas com sucesso em vários países onde o Cartoon está presente, “Do México para baixo, todo mundo assiste e a aceitação é ótima!”. Ela aproveitou para elogiar o crescente mercado de animações brasileiro, que evolui positivamente, “A gente já chegou nesse patamar favorável. Mas ainda temos um longo caminho. A gente tem uma demanda de animação no mercado que é maior do que a quantidade de gente qualificada para fazer. Então a gente começou a entrar em uma fila indiana de projetos, porque não há tanto braço qualificado. A gente vai dar mais um salto daqui uns dois, três anos, quando haverá uma nova safra de animadores”, finalizou.

