Diretor se pronuncia sobre o fim do “Pânico na Band”

Diretor se pronuncia sobre o fim do “Pânico na Band”
(Foto: Divulgação)

O último “Pânico na Band” ao vivo irá ao ar neste domingo (17), nos próximos dois domingos, 24 e 31 de dezembro, irão ao ar as últimas duas edições gravadas.

Em 2018, o programa não será exibido mais pela Band devido ao baixo faturamento e baixa audiência. Os donos do formato, Emílio Surita e Tutinha, estão negociando com outras emissoras, mas até o momento nada foi acertado.

O atual diretor, Marcelo Nascimento, se pronunciou sobre o fim da atração em carta enviada ao colunista Maurício Stycer, do portal “UOL”.

Confira na íntegra:

Por Marcelo Nascimento

Até que enfim, o fim! Encerramos na Band, uma jornada maravilhosa que se iniciou na TV há quase 15 anos. Quase, nem deu pra perceber que tanta coisa aconteceu e que muita gente boa contribuiu para isso. O legado desse projeto chamado Pânico é gigantesco. Uma honra ter sido chamado para fazer parte desta história.

Mas quem disse que acabou? Longe disso! Esta marca transcende. Vai continuar empregando e influenciando muitos jovens talentos da comunicação e do humor. Inovando e chamando pra si a responsabilidade de ousar e de incomodar. O Pânico faz bem para as pessoas apesar de alguns sofrerem de indigestão por conta disso. E acredite, todos nós precisamos de um certo pânico em nossas vidas pra nos atirar pra fora da zona de conforto. E a TV era uma zona, que até nos causava um desconforto, que de certa maneira, impedia que o projeto pudesse crescer ainda mais.

O ciclo se encerra com a média de 5 pontos de audiência e sendo o programa mais visto da Band no Brasil. Pouco? Talvez! Ao se comparar com os 2 bilhões de views/vídeos em 2017 em nosso canal do You Tube. Números indiscutíveis que, neste ano, superaram em engajamento de público cases de sucesso como Porta dos Fundos, o número 01, Whindersson Nunes e atraiu para o canal, o investimento de grandes anunciantes. Entre eles, a multinacional, Coca Cola. O Pânico, hoje, é maior que o digital da Band e do SBT juntos.

No momento em que as emissoras de TV não medem esforços para crescerem no mundo digital, agora fora dela, o Pânico, bem à frente, deve mostrar qual será o caminho a ser seguido pelos produtores de conteúdo no Brasil.

O fato de uma telecom, a AT&T, ter adquirido um grupo poderoso como a Time Warner, por bilhões de dólares, pode até ter passado despercebido pelo grande público. No entanto, pra quem está atento, já é um indicio de que algo está mudando em relação a distribuição e envelopamento de conteúdo entre o broadcasting e o digital.

Grande parte do nosso incrível público migrou pro digital. E é para onde eles estão que iremos. Há tempos, não existe mais a obrigatoriedade de colocar alguém sentado em uma poltrona com hora marcada pra dar risada. Saiu de cena o controle remoto. O smartphone é o que controla agora o público. O mundo é mobile. E o Pânico já está nesse universo há muito tempo com seus milhões de seguidores no Facebook, Instagram e Twitter.

E olha que até demorou pra gente ir. Quanto tempo faz que o público jovem, qualificado, está nos chamando? “Vem Pânico, estamos aqui!”

Claro que o Pânico irá continuar na TV. Mas quem vai decidir quando e como, é o público, aquele que é soberano para as marcas e anunciantes.

Enquanto isso, pegue seu smartphone, dê uma busca no Google pelas palavras Pânico na Band. Quase 90% das pessoas dizem que gostam.

Estamos mais vivos do que nunca!

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência”

Não é um texto pra causar comoção. É pragmatismo puro. E o buzz nas redes sobre o fim do Pânico na TV aberta e qual será seu destino deve continuar. Algo normal pela dimensão da marca e sua relevância.

Vem 2018!

Compartilhar: