Seis boas novelas para o horário das 6
Com a pausa nas gravações das novelas da Globo por conta da epidemia do novo coronavírus, tramas já exibidas pela emissora ganharam uma “edição especial”. A estratégia continuará sendo usada até que haja condições de segurança para que as gravações sejam retomadas. Na próxima leva, a emissora já confirmou A Força do Querer e Haja Coração como substitutas de Fina Estampa e Totalmente Demais, respectivamente. E, embora Flor do Caribe tenha sido anunciada como próxima reprise, na coluna da jornalista Carla Bittencourt, a Globo ainda não oficializou a trama como sucessora de Novo Mundo, atualmente em reexibição às 18h.
Enquanto a confirmação não vem, separamos seis boas novelas que fariam bonito na faixa da seis, numa eventual reprise.
Escrito nas Estrelas (2010)

Elizabeth Jhin é uma das poucas autoras que ainda não tiveram tramas reprisadas. Coleciona uma boa lista de novelas na faixa das seis, dentre elas, Escrito nas Estrelas, que teve 26 pontos de média (a terceira maior da década), chegando a marcar mais que a novela das oito da época, Passione. Uma trama bem urdida, que flerta com o espiritualismo e que traz Nathalia Dill como a sofredora Vitória/Viviane. Além de ser uma novela com qualidade de imagem compatível com os padrões atuais, é uma das mais pedidas pelos noveleiros de plantão. Comercialmente, é uma novela com todos os ingredientes para segurar o público-alvo da faixa. E a maior das justificativas para essa reprise: a comemoração dos 10 anos de estreia da novela.
Além do Tempo (2015)

Outro título de Elizabeth Jhin. Mais recente, porém nem tanto. Lá se vão cinco anos desde que a saga de Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso) foi exibida no horário das seis. Apesar de uma audiência modesta, ainda que dentro da média, (20 pontos), Além do Tempo coleciona uma legião de fãs, tem produção impecável, texto irretocável, foi muito elogiada pela crítica e carrega uma mensagem positiva, que poderia ser muito bem vista por parte dos telespectadores que, em meio à quarentena, buscam conteúdo mais leve.
Lado a Lado (2013)

Novela premiada internacionalmente e com temática que merece sempre ser revisitada e debatida, Lado a Lado é uma parceria de João Ximenes Braga e Claudia Lage, com supervisão de Gilberto Braga. Contou a história de um Brasil pós-abolição, mostrando as lutas enfrentadas por personagens como Isabel (Camila Pitanga) e Zé Maria (Lázaro Ramos), marcados pelo preconceito daquele Brasil dos anos 1900. Na trama, ainda há Marjorie Estiano, como Laura, personagem feminina forte e à frente do seu tempo, em constante duelo com sua mãe, Constância, uma Patrícia Pillar em estado de graça. Apesar de números modestos (18 pontos), Lado a Lado é uma novela com conteúdo, que suscita reflexões importantes acerca de temas como o racismo, mas dotada de uma veia folhetinesca imprescindível para o horário.
A Vida da Gente (2011)

Lá se vão 9 anos desde que Lícia Manzo fez seu debute solo como autora de novelas e entregou um dos textos mais sensíveis e aclamados pela crítica e público. Além do Brasil, o mundo todo se rendeu ao drama de Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano): a novela está no ranking das mais exportadas. A audiência, apesar de ter ficado dentro da média estipulada para época, é modesta (22 pontos), mas é possível afirmar que este é mais um caso de novela cuja qualidade é muito maior que os números obtidos no Ibope. Uma reprise corrigiria isso facilmente. Por fim, uma possível reprise de A Vida da Gente já prepararia o público para a futura incursão de Lícia Manzo no horário das nove, com a sua inédita Um Lugar ao Sol, novela que virá após Amor de Mãe.
Boogie Oogie (2013)

Querida por muitos, pouco palatável para alguns, mas indiscutivelmente, uma novela com identidade própria. Boogie Oogie foi a estreia solo do autor português Rui Vilhena na faixa das seis. Uma trama solar, sobre um Rio de Janeiro setentista e que buscou contar uma história de amor em meio à realidade daquela década colorida e dançante. Um prato cheio para os saudosistas. Mas, infelizmente, pecou na grande quantidade de capítulos (185, quando o comum para a faixa são tramas de, mais ou menos, 161 capítulos) e, consequentemente, numa “barriga” (termo usado para definir aquela fase da novela em que o enredo pouco avança). Como resultado disso, a trama terminou com um dos piores números da faixa: 17 pontos. Entretanto, em uma edição especial e com os pertinentes cortes, a novela conseguiria ser uma boa alternativa para o substituir Novo Mundo.
Alma Gêmea (2005)

Lá se vão 15 anos desde que Walcyr Carrasco passou pelo horário das seis com a novela de maior audiência no horário, Alma Gêmea. Já reprisada em 2009, mas constantemente pedida e “cogitada” para retornar no “Vale a pena der de novo”, a trama traz a história de amor entre Rafael (Eduardo Moscovis) e Serena (Priscila Fantin), cerceados pela vilã Cristina, Flávia Alessandra, em seu melhor momento na TV. Tem todos os ingredientes para segurar o público da faixa das seis na frente da TV. Além dos excelentes números, na exibição (39 pontos) e reprise (20 pontos), uma boa justificativa para o retorno de Alma Gêmea em 2020 é uma comemoração pelos 15 anos de sua estreia, bodas de cristal.
Bom, as opções são muitas, já que a faixa das seis foi a mais frutífera da década de 2010. Impossível dar como certo algum título agora. O jeito é aguardar a Globo bater o martelo e, claro, torcer pela sua favorita.
