Tendência dos jornalistas que migram para o entretenimento chega ao interior de São Paulo

Até então desconhecido do grande público, o jornalista Gustavo Nolasco, de 30 anos, viu sua carreira passar por uma reviravolta ao aceitar o convite para apresentar o “RF Com Você” – a revista eletrônica da Rede Família, do Grupo Record. “Tive que mudar do jornalismo de bancada para o entretenimento e isso representou um enorme desafio na carreira”, conta.

Nascido em Piracicaba, no interior de São Paulo, hoje ele comanda a atração nos estúdios da emissora em Campinas ao lado da melhor amiga, a também jornalista Larissa Israel.

O profissional já atuou em várias emissoras regionais. Começou na TVB quando ainda era afiliada ao SBT, depois passou pela TV Claret – afiliada da TV Cultura na época – onde foi repórter de rede. Na sequência começou a carreira na apresentação de telejornais na TV Jornal Regional, em Limeira. Lá ele também comandou o próprio programa de entrevistas chamado Ideias em Debate.

Apesar de trabalhar na Rede Família há mais de sete anos como produtor executivo de vários programas, foi em 2019 que o talento e desenvoltura do jornalista despertou a atenção dos diretores do grupo. Depois de uma breve passagem pela apresentação do jornalístico Reportagens Especiais, ele iniciou a trajetória no RF Com Você em abril. O programa teve tanta repercussão dentro da grade que em apenas três meses de exibição passou por uma reformulação. Ganhou mais tempo e investimentos da emissora e passou a ser apresentado para todo o Brasil.

E a aposta no estilo irreverente é resultado de uma tendência que parece ter seduzido muitos jornalistas. Da pioneira Fátima Bernardes – a frente do “Encontro” – passando por Fernanda Gentil e Luís Ernesto Lacombe, no “Aqui na Band” ao lado de Silvia Poppovic. Os exemplos se multiplicam até mesmo na Record, como é o caso da jornalista Renata Alves, uma das apresentadoras do “Hoje em Dia”.

A escolha por abandonar o jornalismo tradicional muito tem a ver com uma necessidade dos próprios profissionais e também do público. “Eu cansei de noticiar tragédias, depois de 11 anos fazendo isso diariamente eu precisava mudar e pensei até em abandonar a profissão na TV. Mas esse novo projeto me conquistou e acredito ter feito a escolha certa já que a resposta dos telespectadores tem sido bastante positiva”, revela.