Veja como o Ibope mede a audiência da TV aberta
O site Bastidores da TV vem recebendo bastante questionamentos no Twitter e no Facebook sobre como funciona a medição de audiência da TV aberta no Brasil.
Buscamos algumas informações em textos e vídeos para esclarecer a dúvida dos nossos leitores. Acompanhe.
O instituto ibope escolhe famílias nas quais instala o aparelho (peoplemeter) em suas residências mediante análise de dados de censo obtidos pelo IBGE.
A ideia do Ibope é que essas famílias eleitas representem uma amostragem “sincera” de todas as camadas da sociedade. Cada ponto de ibope de um canal equivale a 67 mil residências (Grande São Paulo) sintonizadas nele, por exemplo. No Painel Nacional de Televisão (PNT), cada ponto equivale a 233 mil residências. Dados de 2015.
Essa amostra “social” é importante também porque é a partir dela que anunciantes e agências decidem se, quando e em que horário vão pagar para exibir seus produtos em propagandas na TV –ainda o veículo de maior alcance no país. Em 2014, a publicidade no país movimentou cerca de R$ 22 bilhões, sendo que a TV aberta abocanhou cerca de 70% desse montante. O faturamento da Rede Globo em 2014 chegou a R$ 12,4 bilhões.
Veja na imagem e arte abaixo que cada pessoa na residência ganha um número de identificação (a família deve ter no máximo 8 pessoas).

Se um morador está sozinho na sala ou decide em nome da família o que todos vão assistir, essa pessoa clica em seu próprio número (em vermelho, de 1 a 8), e depois informa quantas pessoas da família estão assistindo junto (em verde, de 1 a 8 também). Também informa se há só homens, só mulheres ou homens e mulheres na sala, bem como a faixa etária de todos diante da TV.
O aparelho está conectado diretamente ao ibope. A partir desses dados o instituto monta o cálculo de ibope em tempo real (Real Time), e faz os relatórios mensais da Grande São Paulo e do país (o chamado Painel Nacional de Televisão).
SEM CACHÊ
As famílias procuradas pelo Ibope precisam optar voluntariamente em ter e manusear o aparelho sem receber nenhuma bonificação do Ibope por isso. No máximo, podem ganhar brindes em datas comemorativas, como utensílios domésticos.
A eficácia e a própria existência do aparelho fora colocada em dúvida várias vezes. Cerca de sete anos atrás, irritado com o baixo ibope que a medição lhe atribuía, o apresentador Ratinho, do SBT, ameaçou criar um concurso no qual daria um carro 0 km ao primeiro telespectador que levasse ao seu programa um aparelho “peoplemeter”. Ele chegou a fazer essa “ameaça” no ar, mas nunca a levou a cabo, pois a cúpula do SBT o fez mudar de ideia.
Também na década passada, o próprio Silvio Santos tentou bancar a entrada de uma nova medição de audiência (Datanexus), mas o projeto fracassou. A suspeita era que a medição favoreceria a Globo, o que o Ibope nega.
A partir de março de 2015 o monopólio do cálculo de audiência no Brasil vai acabar. Nesta data começa a operar o GfK, novo instituto de audiência do país e concorrente do Ibope. Os primeiro relatórios serão entregues no mês seguinte, em abril.
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Confira nos vídeos abaixo como funciona o passo a passo da medição:
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