Coluna: A falta que faz uma apresentadora adulta ao “Bom Dia & Cia”
No ar desde agosto de 1993, o tradicional infantil “Bom Dia e Cia” do SBT, é a atração do gênero com mais tempo no ar na Televisão Brasileira. O único em destaque, ocupando várias horas da programação da emissora e indo ao ar diariamente. Ao longo desses 21 anos, apresentou os mais variados formatos e contou com grandes apresentadores em seu comando, como Eliana e Jackeline Petkovic, a Jacky. Nos últimos dois anos, o programa passou por muitas mudanças na apresentação, chegando a haver revezamento entre artistas ao longo dos dias da semana. Atualmente é comandado pela dupla mirim Matheus Ueta e Ana Júlia, que apesar de conhecidos, não dão o peso e importância correspondente ao espaço dedicado na grade de programação ou exploram todo o potencial de faturamento e influência sobre o público-alvo. Tá no ar e vamos discutir!
Crianças na apresentação dão ar de despreparo, são inexperientes e deixam visível no vídeo a necessidade de intervenção do diretor quando olham perdidas para os cantos da tela. Por várias vezes ficam sem graça, mudas, e não necessariamente são as únicas a falarem diretamente com o público infanto-juvenil. Em contrapartida, adultos demonstram experiência, controle e domínio, a exemplo da época de ouro, tempo também em que alcançava altíssima vendagem e índices históricos de audiência, quando desbancava Xuxa e dominava sozinho nas manhãs.
O principal fator para uma apresentadora ser a melhor opção, está no emocional e a influência que tal exerce sobre o telespectador mirim. Uma vez estimulada pelo carisma de amiga, super heroína, companheira, a criança fica na frente da Televisão pela admiração e pessoa da animadora e não apenas pelos desenhos, formato, quadros, sendo o público mais fiel que um produto pode ter. Existe também o apelo com os pais, que do mesmo modo, são atingidos pela mensagem e a denominam positiva aos seus filhos, não havendo a menor preocupação com o que o pequeno está assistindo.
O aumento no faturamento e sucesso frente ao mercado publicitário é garantido. Com apresentadoras, a possibilidade de atuar em propagandas de vendas, realizar merchandising e licenciamento de produtos é inteiramente interessante e rentável ao canal, o que não ocorre com as crianças devido a proibição de expor-las a esse tipo de ação. Haveria maior interesse de empresas em atrelar sua imagem a da profissional e também a da rede, em uma divisão nos lucros, todos sairiam ganhando.
Outra mina de ouro é a produção de CDs e DVDs, que ao serem executados no ar, permitiriam alta propagação, execução, vendagem e alcançariam lucros ainda mais expressivos. A exemplos de Danny Pink, apresentadora da Rede Vida, que mesmo em emissora menor, atinge grande venda de produtos audiovisuais, e de ex-apresentadoras como Eliana, que atingiu 1 milhão e 500 mil cópias somente com seu terceiro álbum lançado em 1995, garantido disco de ouro, seis vezes platina e diamante, e ainda com um total de quase 4 milhões de discos em toda a sua carreira.
Fica a sugestão para a futura reformulação do Bom Dia, prometida para os próximos meses pelo SBT. Um grandioso potencial, porém mal aproveitado pela direção artística da casa. É necessário novidade, deixá-lo mais atrativo e rentável, mudanças a começar pela direção, com alguém que entenda bem do setor, para que possa manter-se no ar por muito mais tempo, gerando novos fãs e telespectadores permanentes para o canal, que começa a se encantar por TV desde bem pequeno.
Relembre as aberturas do Bom Dia & Cia:
https://www.youtube.com/watch?v=srjEi4IcStg
E para você, o que é mais viável, apresentadores mirins ou adultos? Comente e continue essa análise!
Um muito obrigado ao “Bastidores da TV” e a você que prestigiou essa coluna. Até a próxima semana!
Dyego Terra
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