Além das 5 maiores operadoras de TV, Brasil tem mais de 80 operadoras de pequeno e médio porte e que transmitem SBT, RecordTV e RedeTV!

Em meio a uma briga de grandes proporções, entre NET, SKy, Claro TV e Oi TV com a Simba Content, empresa criada para a venda dos sinais digitais de SBT, RecordTV e RedeTV! nas TVs por assinatura, devido estas operadoras possuírem cada uma mais do que 5% do mercado brasileiro e portanto, possuem condições de remuneração dos sinais ofertados em seus pacotes, seguindo uma recomendação do CADE e da regulamentação do setor, no Brasil, há hoje, mais de 80 pequenas e médias operadoras funcionando, em todas as regiões do país, principalmente no sistema a cabo, com oferta também de internet.
Estas operadoras, em sua maioria, continuam exibindo a programação de todos os canais abertos, incluindo o sinal HD de RecordTV, SBT e RedeTV!, cortados das maiores operadoras em 30 de março, em Brasília e Grande SP, com exceção da Vivo TV que voltou a negociar com a Simba e continua com as emissoras em sua programação. As outras quatro grandes operadoras ainda negociam um acordo.
Nenhuma das pequenas e médias operadoras, no entanto, atinge 5% do mercado, marca indicada pelo CADE, para regulamentação da cobrança dos sinais digitais da Simba Content e elas podem oferecer os sinais digitais sem pagamento. No caso do sinal analógico, em cidades onde o apagão da TV aberta analógica ainda não ocorreu, o carregamento dos sinais de SBT, RecordTV e RedeTV!, além de outros 13 canais abertos, deve ser obrigatório em todas as operadoras.

O mercado de TV por assinatura no Brasil já chegou a quase 20 milhões de assinantes e embora esse número esteja em constante declínio, devido principalmente a situação econômica do país, vale a pena investir no segmento, principalmente através da tecnologia DTH, via satélite, que possui amplo alcance e custos inferiores do que a tecnologia a cabo, ainda mais com a oferta de novos satélites potentes em órbita nacional e que estão com seu uso ocioso. Já tratamos aqui sobre uma possível entrada da Dish Netwoork, grande operadora norte-americana, em solos brasileiros, o que pode ocorrer nos próximos meses. Já a TV a cabo, em muitas regiões sofre com a redução do espectro de frequências, devido a implantação da tecnologia 4G na telefonia móvel, o que inclusive inativou pequenas operadoras regionais de TV a cabo.
Criar uma nova operadora de TV via satélite no Brasil, no entanto, esbarra em aspectos históricos. A SKy e a NET (mesmo grupo da Claro TV), foram criadas pelas Organizações Globo, a mesma que controla a programadora GloboSat. Entre os canais que todos os pequenos operadores distribuem, estão justamente os canais Globosat, considerados entre os mais vistos do mercado. Estes canais são de propriedade da Globo. Já a Sky Brasil e a NET, embora não sejam mais controladas pelas Organizações Globo, especula-se no mercado que o grupo ainda possua participação acionária. Recentemente, devido a acordos com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), após uma ação da associação Neo TV (que reúne a maioria dos operadores independentes do mercado), tais canais agora poderão ser distribuídos por tais operadoras independentes.
A questão, no entanto, se altera quando uma operadora de TV passa a deter mais de 5% do mercado, como ocorre com NET, SKy, Claro TV, Vivo TV e Oi TV. Nestes casos, a GloboSat está presente nos pacotes, devido um acordo de cavaleiros. Resta saber, no entanto, se o lançamento nacional de uma nova operadora de TV agradará as grandes operadoras que formam a ABTA e se o mesmo acordo para contar com os sinais da GloboSat seria firmado, não havendo “boicote” como ocorreu num passado próximo. No entanto, o tempo evoluiu e outra garantia que atualmente “impede a exclusividade” de distribuição de canais de programadoras nacionais para qualquer operadora é a lei Nº 12.485, DE 12 DE SETEMBRO DE 2011, o que em tese garante a programação de todos os canais disponíveis no mercado, para qualquer operadora, independente do porte, mediante contrato prévio entre operadoras e programadoras de TV.
Criada pelo missionário RR Soares, a “Nossa TV”, embora com uma opção de canais ainda tímida, já pode ser considerada uma operadora de TV por satélite com cobertura nacional, pois já atinge todas as capitais. Mesmo sem canais abertos tradicionais, canais Fox e GloboSat, a operadora tem espaço garantido principalmente entre os fiéis da Igreja Internacional da Graça.
Outras duas operadoras de médio porte e que possuem tecnologia via satélite são Klin TV e Algar TV (antiga CTBC), ambas com sede em Minas Gerais. As operadoras possuem alcance e outorga nacional, mesmo preferindo atuar de forma regionalizada. De acordo com a assessoria de imprensa da Algar Telecom, “a empresa presta o serviço de TV via cabo regional e DTH (TV via satélite), com aproximadamente 96 mil clientes. A Algar tem outorga nacional para operar nacionalmente via DTH”. A empresa também afirmou que não houve nenhum contato com a norte-americana Dish Network, operadora de TV via satélite que deseja fechar parceria em solos brasileiros, já que seu grupo, desde março, tem um satélite exclusivo cobrindo o Brasil.
Também possuem autorização para operar nacionalmente via satélite, as empresas DTHI, DTH Family, DTCOM (esta com foco na comunicação corporativa). Casablanca Telecinagem LTDA, Rádio e TV do Amazonas LTDA e Star Sat (que opera a Rede Antena 1 de rádios), completam a lista.
Enquanto a ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura), representa principalmente as cinco maiores operadoras e programadoras do setor como a GloboSat, a associação NeoTV é representante de 86 operadoras de TV de pequeno e médio porte, algumas inclusive que possuem outorga para cobertura nacional via satélite, mas que atualmente atuam apenas em suas regiões.
Conheça algumas operadoras de TV por assinatura regionais e os seus valores de pacotes tradicionais, aferidos em 13/06/2017:
1) Multiplay TV (Fortaleza – CE) – Oferece plano básico contando também com 20 canais abertos (incluindo Globo, SBT, RecordTV, Band e RedeTV) – a partir de R$ 89,90 em 52 canais e 40 de áudios. Via cabo.
2) Cabo Telecom (Natal – RN) – Oferece três planos. O mais básico por R$ 57,90 com 17 canais e o HD Master com 67 canais a R$ 64,90.
3) BrasRede (RS): interior do Rio Grande do Sul. 40 canais por R$ 70,00.
BrasilNet (RJ): com sede no interior do Rio de Janeiro, também atua em cidades de Minas Gerais e Paraná, via cabo. O plano básico custa R$ 49,90 e dá direito a 60 canais.
4) Viamax (SC) – Atendeu a Grande Florianópolis, Grande Joinville e região de Itajaí. Interrompeu no fim de 2015 suas operações devido a redução das frequências utilizadas no sistema cabo, o que inviabiliza a qualidade dos serviços.
5) Cabonnet (Presidente Prudente-SP) – Tv a cabo para a região de Presidente Prudente. Pacotes e valores não divulgados.
6) ORM Cabo (Balém e Ananindeua – PA) – 41 canais e mais 39 de áudio por R$ 60,39. Tem a opção de seis planos de TV a cabo.
7) RCA TV – A RCA, atua hoje em cinco estados brasileiros: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Bahia e Mato Grosso, totalizando mais de 20 localidades atendidas na distribuição de sinal via a cabo. Seu plano básico possui 50 canais. Os valores não foram divulgados.
8) TVN (São Luís – MA e cinco cidades do RS) – Além de São Luís/MA, atua também no RS, em cidades próximas da capital como Canoas, Cachoeirinha, Esteio, São Leopoldo e Sapucaia do Sul. São 51 canais e mais 50 de áudio por R$ 109,90 no plano TVN Digital Light.
9) TV Alphaville (Alphaville e região -SP) – São três opções de planos de TV e Internet via cabo, todos em HD. O mais básico conta com 36 canais por R$ 79,90. A TV Alphaville, pertence ao grupo Silvio Santos, e é a única operadora que possui canais em HD desde o primeiro pacote, sendo a primeira operadora de TV a cabo do Brasil, em 1992.
10) VerTV (Campos dos Goytacazes – RJ) – São diversos planos, com valores não divulgados. Chega a oferecer até 134 canais.
11) BVCI (interior SP) – Chega a oferecer até 95 canais por R$ 84,90.
TVC (SC) – Pacotes e valores não divulgados. Chega a oferecer cerca de 120 canais e está presente em São José, Tubarão e Araranguá – cidades catarinenses)
12) Sumicity TV (interior RJ/MG): São diversas opções de planos. No Bronze HD são 115 canais por R$ 69,90. Tecnologia cabo.
13) Assutelecom (RN): operadora do interior do Rio Grande do Norte. Melhor plano apresenta 70 canais por R$ 92,90.
BrisaNet (CE, PB e RN) – Atua em cidades dos três estados. O pacote de 47 canais custa R$ 59,90.
14) Algar TV (Uberlândia – MG) – São três as principais opções de planos via cabo. O mais básico tem 36 canais por R$ 50,21 e o completo com 137 canais sais por R$ 136,26. Está presente em nove importantes estados com cobertura cabo ou satélite, atendendo 96 mil clientes de TV por assinatura. Já o grupo Algar Telecom está presente nas principais regiões do Brasil, com 33 mil km de fibra óptica atendendo 1,3 milhões de clientes nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, além do Distrito Federal.
15) Klin TV (MG/ES) – A Klin TV é o novo serviço de TV por Assinatura no sistema de transmissão via Satélite, oferecendo canais de Filme, Séries, Esportes, Infantis, Documentários, Notícias e canais locais. A KLIN TV estará em todo o Brasil através do modelo de Franquia, com parceiros que entendam do negócio e que possam oferecer atendimento local e exclusivo aos seus assinantes. Plano básico de 60 canais por R$ 68,00. Por R$ 90,70 o cliente tem 81 canais.
16) Nossa TV: A TV por assinatura pertencente ao líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, R. R. Soares. Hoje transmite 62 canais. Em 2016, a operadora rompeu com os canais da Fox. Opera em todo o país, através da tecnologia DTH (satélite). São cerca de 60 canais no plano mais completo por R$ 118,57. Nenhuma das grandes emissoras de TV aberta estão disponíveis na operadora, nem os canais GloboSat.
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