Coluna: A Queda de Qualidade dos dominicais

Coluna: A Queda de Qualidade dos dominicais

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Durante muito tempo o dia mais importante para a Televisão brasileira, o domingo era o responsável pelos maiores índices de audiência e faturamento das emissoras, além de reunir toda a família em volta da TV. Conhecido como o “Dia da Alegria”, os semanais eram esperados com muita expectativa e tanto auditórios como jornalísticos alcançavam a atenção do telespectador. Atualmente o conteúdo dessas atrações deixa muito a desejar, os números já não são mais os mesmos e confirmam uma forte crise de qualidade nos dominicais das principais redes.

Começando com a Record que apresenta os piores conteúdos. Sua faixa de variedades é aberta pelo pior programa de auditório da televisão. O “Domingo Show” é na verdade um “show” de erros, a começar pelo apresentador que na verdade é um jornalista e não um animador. Os quadros sofríveis recorrem à pior forma do sensacionalismo, tal qual Geraldo fazia em sua antiga atração jornalística. Logo depois é vez da “Hora do Faro” em que temos Rodrigo perdido em um programa praticamente sem formato. O apresentador fica limitado aos convidados e há tempos não comanda um quadro de destaque, os últimos foram o “Dança Gatinho” e o “Vai dar Namoro” do extinto “O Melhor do Brasil”, antiga atração que comandou. Nem o “Domingo Espetacular” se salva, atualmente o jornalístico recorre à vida dos famosos e a matérias apelativas para se destacar em audiência.

Na Bandeirantes o único destaque fica por conta do “Pânico na Band”, totalmente decadente comparado ao que era na RedeTV! O humorístico perdeu um pouco da essência após a saída de antigo integrantes como Wellington Muniz, o Ceará que durante anos fez dupla com Rodrigo Vesgo interpretando o Silvio Santos. Além dele houve a saída de Sabrina Sato para a Record e a volta do personagem Mendigo, que não tapou o buraco deixado pelos ex-integrantes. Atualmente o programa de humor enfrenta a sua pior crise de audiência e chega a perder para o “Encrenca”, genérico exibido por sua emissora anterior.

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“Eliana”, “Domingão do Faustão”, “Hora do Faro” e “Domingo Legal” são alguns dos principais programas dominicais.

O até então dia mais forte do SBT, hoje só perde para os sábados como um dos mais fracos. Com três auditórios seguidos, as atrações há tempos não apresentam grandes novidades e já não consegue vencer a Record. “Domingo Legal” é o primeiro, e atualmente o que mais apresenta novidades, ainda que a maioria sejam releituras de quadros do passado. O programa tem a sorte de conter Celso Portiolli no comando, que melhora a atração com sua ótima forma de condução. O maior problema de agora é a longa extensão do “Passa ou Repassa” e a repetição de convidados do quadro. “Eliana” entra na sequência, com quadros longos e completamente cansativos. Uma hora é o tempo de médio de duração das atrações, e a loira não explora o palco ou interage com a plateia. Sem novidades, Eliana apresenta o mesmo programa há mais ou menos um ano. “Roda a Roda” só serve para perder audiência do que vem antes e prejudicar o que vem depois, no caso o “Programa Sílvio Santos, que sofre com baixos índices no seu início, também em razão da falta de conteúdo inicial. O show de Sílvio passa horas sem um grande destaque, apenas com brincadeiras do animador com a platéia, além disso o “Nada Além de Um Minuto”, o primeiro a começar, já está há bastante tempo no ar e mostra sinais de cansaço. Os destaques ficam pra o final, por conta do “Jogo das Três Pistas” sempre com bons convidados, o divertidíssimo “Jogo dos Pontinhos” que não precisa de roteiro para ser engraçado e o sucesso das “Câmeras Escondidas” que chegam a liderar a audiência.

Nem a toda poderosa Globo escapa dessa crise de conteúdos. Atualmente sua programação dominical é composta principalmente por shows que começa com Regina Casé e o seu “Esquenta”, a atração é uma mistura de nada com coisa nenhuma, convidados se perdem no meio de musicais, que juntam os mais variados ritmos em uma salada musical, quase sempre os artistas que não são cantores ficam sem função ou relação com as canções ou temas propostos, uma verdadeira confusão. Mais tarde é a vez do “Domingão do Faustão” em que o conteúdo só não é pior que a chatice do próprio apresentador. Fausto Silva segue não deixando seus convidados falarem e sua produção, que salvava o programa, se rendeu a versões brasileiras de formatos do exterior. Mais tarde, o recém estreante “Superstar”, que apesar da novidade de interação com o telespectador, apresenta falhas em seu aplicativo, além de ser  mais um dentre vários formatos de calouros.

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“Conexão Repórter” do SBT e “Fantástico” da Globo ainda apresentam conteúdo razoável.

Apenas duas atrações apresentam destaque positivo. O “Conexão Repórter” de Roberto Cabrini trouxe credibilidade e boa informação ao fim de noite do SBT. O jornalístico, além de ser o melhor do gênero no ar, aumentou a audiência em 133% no horário em substituição ao também excelente “De Frente com Gabi”. Já o “Fantástico” se comparado as edições e formatos tradicionais mostra-se aquém do esperando, porém em comparação aos últimos anos apresentou uma leve melhora em conteúdo e qualidade.

Um ano até então difícil para os dominicais que estão longe de estarem em seu melhor. Programas com baixa qualidade e sem o potencial que poderiam ter. Que as emissoras voltem às atenções para os domingos e repensem suas atrações, com investimentos e novidades, afim de que ele volte a ser o dia da alegria.

Obrigado a você que acompanhou mais esse texto, até a próxima semana.

Dyego Terra

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