Coluna: A teledramaturgia da Record tem solução?

Coluna: A teledramaturgia da Record tem solução?

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É notável que a Rede Record teve seus dias de glória, estes foram constatados em meados dos anos 2000, onde as tramas exibidas pela emissora de Edir Macedo chegavam até mesmo a incomodar a poderosa Rede Globo – folhetins como: Os Mutantes – Caminhos do Coração, trama de Tiago Santiago, por exemplo, chegou a marcar excelentes 24 pontos de média.

mutantes
Imagem de divulgação da novela – “Mutantes: Caminhos do Coração”

Com o tempo o “teto” habitual da emissora caiu, suas produções teledramatúrgicas começaram a sofrer para ultrapassar os dois dígitos de audiência, onde situações como estas citadas, passaram a tornar-se cada vez mais frequentes. Não é desmerecimento nenhum relembrar que até certo tempo atrás a novela “Vidas em Jogo” de Cristianne Fridman exibida entre 2011/2012 marcou incríveis 18 pontos no seu último capítulo, ganhando reconhecimento,  e os holofotes da mídia especializada. Distante do atual momento, onde a mesma autora, com “Vitória” sofre para consolidar míseros 7 pontos.

 

Trailer estendido da novela “Vidas em Jogo”.

Mas o que mudou? Foram escolhas erradas, ou o mercado que atualizou-se? Fatos são incontestáveis: O modo como os autores falam com o público continua o mesmo, as tramas continuam sendo razoavelmente bem escritas, adaptando-se facilmente as contantes mudanças estipuladas pelo mercado, a fotografia e a direção deram um salto gigantesco em termos de qualidade. Sendo assim, o principal equívoco que pesa no decaimento dos folhetins da Rede Record são as tentativas incoerentes e digo até infantis de tentar assumir uma visão semelhante ao da líder do segmento, a Rede Globo. Falta identidade. Ponto este o principal.

Contratações desnecessárias de ex-atores encabeçam a lista de futilidades impostas pela emissora, que vê como argumento para cativar o público a utilização de rostos conhecidos. Preocupação insolúvel e que não resulta em nada, a capacidade de aderir um novo público e a reconquista  do antigo está focado único e exclusivamente no enredo da estória. E não na capacidade que um dado ator/atriz tem em creditar junto ao telespectador. Ajuda, mas não salva do maremoto.

Outro aspecto que deixa a desejar é a pobre divulgação nos programas da casa, e em outras mídias. Esta deveria ser em grande escala e constante. Teasers chamativos e contundentes, assim como fazem suas concorrentes – SBT e Rede Globo. Que sempre garantem espaço cativo na grade e na promoção em programas da casa, enfatizando seus folhetins e personagens oriundos. Atitude está simples de ser realizada e que acaba por chamar a atenção do público. Além é claro de garantir a incorporação de um telespectador carente e curioso com o que está prestes a estrear, ação que acaba por resultar em ganho proporcional de audiência.

 

Clipes de divulgação da novela “Balacobaco”

A última escolha da emissora: Pecado Mortal, sofreu com todos os males possíveis – baixa de elenco, mudança de horário, abstinência de produção e outros fatores. E o que era para consagrar a estreia de Carlos Lombardi, teve efeito contrário: serviu apenas para profanar ainda mais a incapacidade da Record em ministrar uma mina de ouro.

pecado mortal
Atores: ‎Fernando Pavão e Simone Spoladore durante gravação da novela “Pecado Mortal”

Não há receita para salvar a dramaturgia da Record, principalmente nesta atual fase de corte de produção, atores, autores e além é claro dos gastos excessivos com o complexo RecNov. Analisar e almejar novos rumos é o essencial, inserir ideias e propostas que encaixem neste momento especifico que a emissora enfrenta é fundamental. Apostar sempre com os pés no chão e sem deixar o rei subir a cabeça, é sem dúvida o melhor a se fazer.  Fica a dúvida. O que a Record sabe produzir de melhor neste segmento? A resposta é clara, as aplaudidas minisséries bíblicas, ou seja, focar na preparação de produtos deste nível é o mais sensato nesta atual condição. Folhetins estes que conversam facilmente com o público evangélico e podem sim, ser a salvação momentânea da teledramaturgia que um dia foi um sucesso.

E você? Aponta mais algum erro, e ou ajuste que possam vir a atrapalhar ou ajudar a dramaturgia da Record? Comente!

Fico por aqui, até semana que vem!

 

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Espero por vocês @Hjms_QuimTV

Até a próxima #Partiu

 

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