COLUNA: As contratações fracassadas da BAND

Vários artistas da televisão passam por diversas emissoras durante sua carreira, mas uma em especial possui problemas em manter o que foi acordado em contrato, estamos falando da Rede Bandeirantes. São vários os apresentadores que tiveram seus contratos quebrados pela falta de planejamento da emissora por não pensar em um plano de carreira para seus artistas. Listamos alguns exemplos de apresentadores que não se deram nada bem indo para a emissora do Morumbi.
Em 2004 a apresentadora Viviane Romanelli estreiou no comando do “Dia Dia”, uma revista eletrônica já tradicional na emissora, substituindo Olga Bongiovanni. O programa contava com pautas femininas, culinária, notícias do momento, fofocas sobre as celebridades, convidados especiais e reportagens variadas. Viviane apresentou durante muitos anos programas no canal de vendas Shoptime, sua ida para a BAND foi vista por todos como uma excelente oportunidade para a apresentadora ampliar sua visibilidade, já que o canal de vendas era visto apenas na TV a cabo e pelas antenas parabólicas. A verdade é que Viviane teve menos destaque que sua antecessora, ficando no ar apenas pouco mais de um ano.
No mesmo ano a BAND contratou a experiente Marlene Mattos para tomar conta de sua direção artística, na época a empresaria tentou realizar uma mudança radical na emissora do Morumbi contratando novos profissionais, produzindo novos programas e mexendo na sua grade de programação. As mudanças não agradaram a alta cúpula do canal, Marlene nunca escondeu seu lado perfeccionista, sempre cobrando o melhor de sua equipe. Após vários desentendimentos e discordâncias, Marlene Mattos se desligou da BAND em novembro de 2004, permanecendo apenas 10 meses no cargo.

Uma das promessas de Marlene Mattos na BAND foi Preta Gil. A baiana foi contratada a pedido da então diretora artística para comandar o “Caixa Preta” uma espécie de “Altas Horas” nas noites de sábado na emissora. Na verdade o programa era uma mistura de nada com coisa nenhuma e durou apenas seis meses no ar devido aos baixíssimos índices alcançados na época. Foi uma bola fora de Marlene Mattos que irritou bastante os executivos da BAND.

Em 2005 após anos na Record apresentando o “Note e Anote”, Claudete Troiano resolveu trocar os estúdios da Barra Funda pelos do Morumbi. Assediada pela BAND para comandar um programa vespertino, a apresentadora resolve não renovar o contrato com a Rede Record, aceitando a proposta da emissora. Claudete preferiu ir para a BAND, pois não aguentava mais acordar cedo para apresentar seu programa de televisão e a sede da sua nova emissora seria bem próximo a sua casa, não perdendo mais tantas horas no trânsito, esses pequenos detalhes fizeram toda a diferença. Na emissora do Morumbi Claudete comandou o “Pra Valer” que mesmo com uma audiência considerada boa para a BAND ficou apenas um ano e meio no ar. Com o fim da atração, a apresentadora teve seu contrato reincidido ficando um bom período fora do ar.

O apresentador Raul Gil foi outro que trocou a Record pela BAND em 2005 após ser avisado que não teria seu contrato renovado com a emissora da Barra Funda. Apesar da boa audiência para os padrões do canal, Raul Gil se sentia desprestigiado na emissora pelo fato das constantes mudanças na programação, graças aos eventos esportivos e falhas na produção. Mesmo com vários perrengues, Raul Gil permaneceu cinco anos no canal.

Outra contratação que não vingou foi a de Daniela Cicarelli. A ex- modelo já vinha trabalhado como apresentadora na MTV com programas de destaque, viu em 2008 a oportunidade de apresentar uma atração em rede nacional. A ideia da BAND era que Daniela duelasse com Eliana na guerra dominical, para isso a emissora produziu um game-show batizado de “Quem Pode Mais?”, um duelo semanal entre homens e mulheres, a atração foi um fiasco ficando bem abaixo das expectativas. Após uma reformulação com a presença de novos quadros o programa foi logo extinto, ficando apenas cinco meses no ar.

Adriane Galisteu magoada com algumas atitudes de Silvio Santos resolveu não renovar com o SBT e apostar em uma nova fase na tela da BAND. O tiro saiu pela culatra, em sua passagem pela emissora do Morumbi, Galisteu apresentou diversos programas e todos sem sucesso. Desde o semanal “Toda Sexta” até o diário “Muito Mais”, a apresentadora sempre se mostrou bastante profissional apresentando aquilo que a emissora lhe ordenava. Galisteu possui um forte apelo publicitário por esse motivo a BAND tanto insistiu na sua presença em vários projetos do canal. Será que ela se arrependeu em não teve ficado no SBT?

Outro que trocou a TV a cabo pela a aberta foi Edgard Piccoli. Com anos de carreira na MTV e no Multishow, o apresentador aceitou se transferir para BAND no ano de 2010 para comandar o reality show “Busão do Brasil” onde várias pessoas conviviam juntas dentro de um ônibus viajando pelo país. O programa não teve o destaque esperado e ficou apenas na primeira temporada. Sem novos projetos na emissora, Piccoli teve seu contrato reincidido em 2011 e até agora não retornou a TV.
O apresentador André Vasco em 2013 acertou seu contrato com a BAND em um momento onde estava sem projetos no SBT, onde apresentou os bens sucedidos “Qual o Seu Talento?” e “Astros”. No canal do Morumbi, André apresentou o “Sabe ou Não Sabe, versão brasileira do “Ló sabe no ló sabe” no horário vespertino. A atração alcançava índices considerados bons para a emissora, porém devido à contenção de gastos, a sua produção logo foi cancelada. Sem previsões de uma nova produção, o apresentador se desligou do canal em maio desse ano.
Em maio de 2014, Luiz Bacci surpreendentemente assina contrato com a Rede Bandeirantes. Ele vinha em ascensão nos noticiários da Record, porém foi seduzido por uma proposta a qual ganharia dois programas de auditórios, um semanal e outro aos finais de semana. Apenas o programa semanal saiu do papel, o “Tá na Tela da Band” uma espécie de jornal policial com plateia. Exibindo matérias do “Brasil Urgente”, principal noticiário do gênero na emissora do Morumbi, a atitude chegou a irritar diversas vezes José Luiz Datena. Bacci usou e abusou do sensacionalismo para ganhar pontos de audiência, porém afastava os anunciantes pelo fato do programa ser considerado de mau gosto. Sem patrocínios e com problemas de conteúdo, a atração chegou ao fim após quatro meses no ar. Sem previsões de novos projetos, Luiz Bacci e a emissora decidiram reincidir o contrato em vigor, o apresentador logo retornou a sua antiga casa.
O programa “Pânico” que trocou a Rede TV! pela BAND também vem sofrendo para elevar seus índices, uma vez ou outra surgem boatos de que o grupo poderá deixar o canal e assinar com outra emissora. Por outro lado, Ana Paula Padrão que recentemente trocou o jornalismo pelo entretenimento, vem alcançando índices excelentes com o reality culinário “Master Chef”, uma apresentadora que arriscou e acertou. Para uma emissora que está entre as cinco maiores do país, esse é um comportamento que gera desconfiança no mercado. Nada que um planejamento que englobe toda a organização não resolva esses problemas constantes no canal.
Coluna Sou Telespectador
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