Coluna: Crossmedia – O futuro das grandes redes de TV num clique

Coluna: Crossmedia – O futuro das grandes redes de TV num clique

Julioo121

A internet no Brasil é um fenômeno novo, se comparado à idade da TV nacional. Com a popularização dos smartphones e computadores, a população brasileira está cada vez mais conectada com o mundo, através de um clique. E não é de hoje que a TV percebeu isso e há pelo menos 15 anos vem trabalhando para tê-la como aliada, jamais a tratando como rival.

Unir todas as plataformas de mídia apenas fortalece o meio da comunicação. A máxima “A união faz a força” é bem empregada para quem faz uso do crossmedia. A Globo sabe bem disso, ao criar a Globo.com e posteriormente seu portal de notícias, o G1, ela começou a testar os hábitos de seus telespectadores e atrair para sua programação quem passava longe da TV. O tempo e as tecnologias evoluíram, bem como o hábito do brasileiro. Recentemente a Globo segmentou suas plataformas. Criou o GShow e o GE. Nas redes sociais, viu seus seguidores crescerem e passou a ousar com uma linguagem muito mais coloquial do que o padrão global sempre profetizou. A Globo.com, foi criada numa época onde brasileiros ainda precisavam de discadores para se conectar a internet e muitos só a utilizavam na madrugada, devido o custo da conexão que era cobrado em minutos. Hoje, o conteúdo do seu portal é utilizado na TV, com produtos como o “G1 em um minuto”. Por outro lado, a programação e os vídeos da Globo estão na internet. Um acaba divulgando o outro.

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No início dos anos 2000, o SBT embarcou na onda da principal concorrente. A emissora criou o SOL (Sistema Online). Além do discador gratuito, o SOL (www.sol.com.br) foi criado com o intuito de ser um portal do SBT na internet. O domínio é mantido até hoje pelo canal de Silvio Santos, mas o portal acabou se limitando ao conteúdo produzido pelo canal e apenas o endereço www.sbt.com.br passou a ser utilizado. Naquela época, o SBT lançou seu serviço de e-mail, o ISBT. Os internautas podiam criar seus e-mails gratuitamente ao estilo: seunome@isbt.com.br. Com a popularização da internet e as redes sociais, os sbtistas começaram a divulgar a emissora através de páginas criadas voluntariamente. Foi aí que o SBT descobriu, ainda nos tempos do finado Orkut, o quanto é forte na rede mundial de computadores. Recentemente fez parceria inédita com o Youtube, para veiculação de seus programas. Criou o “SBT na Web”, uma espécie de Video Show do SBT e a campanha “Compartilhe”. A emissora continua divulgando suas campanhas em jornais, revistas e no rádio, mas é na internet que tudo acontece. Por outro lado, mesmo soando antigo, o SBT lançou em agosto, o “SBT em Revista” que deve estar nas bancas mensalmente. Aliás, nos anos 2000, o SBT lançou sua revistinha que vinha com cupom para o Show do Milhão, uma forma encontrada de arrecadar fundos.

Na Band, uma parceria com o UOL resultou no portal E-Band. A emissora também começou a utilizar as redes sociais para promover seus produtos. Ousou ao criar as versões 2.0 do CQC e Pânico. Quando o programa acabava na TV, ele continuava por mais alguns minutos pela internet. A RedeTV! também mantém parceria com o UOL que hospeda seu portal.

E por último, destaco a Record. Numa época que a emissora começou a tirar nomes da concorrente e padronizar sua grade como se fosse uma filial da emissora carioca, eis que surge uma ideia. Partindo do princípio de que a Globo tem o G1, logo a Record teria que ter o R7 (R= Record e 7= número do canal analógico da Record SP). Assim como na TV, o R7 surgiu inspirado na concorrente. No início ofereceu serviço de e-mail ao estilo: seunome@r7.com. Mais recentemente começou a cobrar pelo seu acervo de vídeos através do R7Play, tática já utilizada há muitos anos na Globo.com.

Seja através dos portais, dos perfis e hashtags nas redes sociais, a internet é um caminho que não tem volta. Hoje a TV depende da internet mais do que a internet depende da TV. Porém, assuntos da TV são pautados simultaneamente pela internet. No fim, um acaba complementando o outro. Uma união que não tem data para acabar. Tanto é que o Ibope fechou parceria com o Twitter e hoje monitora os assuntos de TV mais comentados.

 

Júlio César Fantin
@jcfantin

* Júlio César Fantin é jornalista, assessor de imprensa e escritor. Trabalhou em empresas de comunicação do Sul e Sudeste do Brasil. È editor do www.ouvintes.com.br, site segmentado ao meio rádio e colunista do Bastidores da TV

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