Coluna: Falo mesmo, e daí? Instituto Ibope – podemos confiar?
No Brasil, o Instituto Ibope reinava absoluto na aferição de audiência até 2013. Neste ano, chegou o GFK, instituto alemão que também afere audiência da TV. A chegada dele serve como concorrência ao Ibope e também para servir como uma espécie de auditor do instituto, já que há muita coisa que não fica bem clara em relação aos números apresentados.
O Ibope é comandado por Carlos Augusto Montenegro e afere a audiência pelo Brasil. São Paulo é a capital referência. O instituto conta com o Real Time, aferição minuto a minuto em algumas capitais do Brasil. O Ibope espalha aproximadamente 2 mil aparelhos chamados Peoplemeters em São Paulo, sendo que é feito uma estimativa em que cada ponto de audiência equivale a 65 mil domicílios. Mas será que dá para confiar nessa aferição? 2 mil Peoplemeters para uma cidade com milhões de habitantes é pouco, não é?
As desconfiança começa, pois o instituto não permite que as pessoas que possuem o Peoplemeter divulguem o fato para outros e, para tanto, é firmado um contrato de confidencialidade. Estranho, pois deveríamos ter ciência do público que recebe o aparelho, haveria de se ter maior transparência quanto a isso. Outra questão: existe o Real Time, minuto a minuto, que gera prévias de atrações e tudo mais. O que se observa é que geralmente se há alterações de até 3 pontos na audiência consolidada. Como confiar em um Ibope que erra tanto? Para haver confiança seria necessária transparência e distribuição de Peoplemeters para toda população.
Carlos Montenegro, diretor do Ibope, tempos atrás, sofreu diversos ataques pessoais da Rede Record, quando a mesma viu seus índices caírem. Montenegro mais do que imediatamente agendou uma visita corporativa à Record e almoçou com a alta cúpula da emissora. Foi até convidado para festas. O mais engraçado é que depois disso os números da emissora pararam de cair e até registraram crescimento.
O Ibope, em minha opinião, age com jogo de interesses e politicagem. Quem paga mais leva os melhores resultados de audiência. Já que não há uma auditoria e concorrência, o instituto deve, com certeza, manipular os índices de audiência.
Espero que abram um dossiê contra Carlos Montenegro e o Ibope, pois aí tem maracutaia das grandes. O bom é que com a chegada do GFK, o instituto vai ficar mais receoso e tentar andar na linha. Pois digo e afirmo com quase certeza que dois institutos não sobreviverão ao mesmo tempo, um deles vai anular o outro. Que sobreviva o mais eficaz, transparente e honesto.
Você confia no Ibope? Acredita que com a chegada do GFK haverá alteração no patamar atual de audiência da TV aberta?
