Coluna: Globo 50 Anos – Dez Novelas que Valem a pena ver de novo

Coluna: Globo 50 Anos – Dez Novelas que Valem a pena ver de novo

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A Rede Globo está comemorando 50 anos de existência e com certeza, de muita história para contar. Entre inúmeros sucessos dos mais variados gêneros e mesmo após cinco décadas, as novelas continuam sendo o seu principal produto. Ao todo já foram mais de 250 tramas produzidas pela emissora aniversariante.

Atualmente a Rede enfrenta uma queda nos índices de seus folhetins, como toda a TV brasileira de maneira geral, no entanto, chama bastante atenção os números alcançados pela sessão “Vale a Pena Ver de Novo” com a transmissão do clássico “O Rei do Gado”. A trama tem batidos recordes no horário da tarde e levantou a questão da reapresentação de novelas clássicas. Pensando nisso, listamos dez grandes sucessos produzidos pela emissora carioca que pudessem continuar a comemoração de seu cinquentenário em uma nova exibição no horário vespertino com folhetins que marcaram um período tão importante e glorioso para a emissora.

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A Evolução do logotipo da sessão “Vale a Pena Ver de Novo” ao longo dos anos.

Vale Tudo

Quem matou Odete Roitman? Com certeza você já ouviu essa frase. Ela esteve na boca de milhares de pessoas quando a grande vilã da trama foi assassinada com três tiros poucos capítulos antes do fim.  A trama foi escrita por Gilberto Braga e contava a história de mãe e filha que após a morte de seu pai e avô, mudam-se para o Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor. Enquanto Raquel (Regina Duarte) sobe na vida honestamente vendendo sanduíches nas praias, Maria de Fátima (Glória Pires), ambiciosa, tenta enriquecer com um casamento arranjado. O contraponto com Odete (Beatriz Segall) dá-se quando Raquel se aproxima de Ivan (Antonio Fagundes) e atrapalha os planos da megera de casá-lo com Heleninha Roitman (Renata Sorrah). A história de 1988 é lembrada até hoje e mantém o título da segunda novela mais assistida da Globo, com 68 pontos de média. Foi reapresentada em 1992 no “Vale a Pena Ver de Novo” e em 2010 no canal a cabo “Viva”.

Roque Santeiro

A novela censurada pela Ditadura Militar. A Trama de Dias Gomes e Agnaldo Silva era para ter estreado em 1975, mas devido a proibição pelo Departamento de Ordem Política e Social, ou DOPS, só foi ao ar dez anos depois em 1985. Grande parte do elenco foi chamado para viver os mesmos personagens e a nova produção foi um sucesso. A história acontece na fictícia cidade de Asa Branca, quando o coroinha Luís Roque Duarte (José Wilker), conhecido como Roque Santeiro, morre após defender o seu povo do vilão Navalha. O seu heroísmo fez a cidade prosperar e o ver como um santo, fazendo com que muitos desonestos se aproveitassem da situação para lucrarem com a imagem de Roque. Porém o “herói” está vivo e voltará à cidade para por um fim nessa mentira e assim acabar com o bom negócio dos tiranos.  Ainda na trama temos a inesquecível e extravagante viúva Porcina, interpretada por Regina Duarte. A expectativa em torno da novela foi tão grande que mesmo exibida anos mais tarde alcançou o marco de maior audiência de uma novela no Brasil com 67 pontos de média geral. Foi reapresentada pela primeira vez em 1991 na “Sessão Aventura” e em 2001 no “Vale a Pena Ver de Novo”. Também foi ao ar no canal “Viva” em 2012.

A Viagem

O folhetim de Ivani Ribeiro produzido no ano de 1994 é um remake de uma trama de mesmo nome da TV Tupi, transmitida em 1975. A história com teor espiritual conta paralelamente histórias de vida após a morte, quando Alexandre (Guilherme Fontes) após ser condenado por dez anos se suicida e jura vingança em outra vida a todos que o prejudicou. Ele chega ao “Vale dos suicidas”, um lugar de dor e sofrimento para os que se matam, passando a atormentar a vida de todos. Sua Irmã Dinah (Christiane Torloni), que o defendia acima de tudo, sofre um infarto anos mais tarde e se encontra com o seu grande amor Otávio (Atonio Fagundes), morto em um acidente de carro, em um lugar chamado “Nosso Lar”, onde os espíritos evoluem e aprendem lições sobre paz e amor, e de lá tentam livrar seus entes queridos das maldades de Alexandre e ao mesmo tempo libertá-lo do vale dos suicidas para que possa ir ao Nosso Lar, afim de que evolua e reencarne em uma pessoa melhor. A trama foi reapresentada em duas ocasiões no “Vale a Pena Ver de Novo” em 1997, em 2006 e  também no canal Viva em 2014.

Por Amor

Com um elenco estrelar e uma história inesquecível, o folhetim é um dos primeiros a vir à cabeça quando o assunto é novela da Globo, isso porque foi uma das mais apresentadas pelo grupo. Exibida originalmente em 1997 foi escrita por Manoel Carlos em co-autoria com Letícia Dornelles, a escritora da versão nacional de “Amigas e Rivais” do SBT. A trama além de sua exibição original, foi reapresentada no “Vale a Pena Ver de Novo” em 2002, “Viva” em 2010, duas vezes no quadro “Novelão da Semana” do “Video-Show”, além de outras duas transmissões na Globo Internacional. Na novela e na vida real, Regina Duarte é a mãe de Gabriela Duarte, que interpretam “Helena” e “Maria Eduarda” respectivamente. O grande clímax da história está nas loucuras cometidas por Laura (Vivianne Pasmanter), ex-namorada de Marcelo (Fabio Assunção), para destruir o amor entre e ele e Maria Eduarda.

Laços de Família

Falar em “Laços de Família” é na certa lembrar uma cena marcante da televisão brasileira, em que a atriz Carolina Dickmam raspa a cabeça para viver o drama de sua personagem Camila que luta contra a leucemia. A história de Manoel Carlos trata ainda da polêmica relação entre Helena (Vera Fischer) e Edu (Reynaldo Gianecchine) pela diferença de idade entre ambos, que mais tarde é deixada de lado em razão do amor que nasce entre ele e Camila. Produzida e exibida originalmente nos anos 2000, a novela foi reapresentada em 2005 no “Vale a Pena Ver de Novo” e duas vezes no quadro “Novelão da Semana”.

Senhora do Destino

Novela de Agnaldo Silva exibida em 2004, “Senhora do Destino” é nada mais nada menos que o maior sucesso da década de 2000 graças aos seus 50 pontos de média geral. Conta a história de Maria do Carmo (Suzana Vieira) que após ser abandona pelo marido Josivaldo (José de Abreu), viaja para o Rio de Janeiro com os seus cinco filhos pequenos. Ela chega à cidade no dia em que é decretado o AI-5, e em meio ao tumulto e clima de guerra, tem a sua filha menor raptada por Nazaré Tedesco (Renata Sorrah), que ficaria marcada como uma das principais vilãs das novelas brasileiras. Anos Depois, Maria torna-se bem sucedida e continua buscando pela filha desaparecida. Foi reapresentada em 2009 no “Vale a Pena Ver de Novo” com vários cortes para se adequar ao horário da tarde.

Alma Gêmea

Escrita por Walcyr Carrasco para o horário das seis, conta a história de dois seres apaixonados que precisam enfrentar a morte, o tempo e percorrerem outras vidas para conseguir ficarem juntos. Rafael (Eduardo Moscovis) se apaixona por Serena (Priscila Fantin) e descobre que ela é reencarnação de sua ex-mulher Luna (Liliana Castro) morta em um assalto. Os dois se apaixonam, mas Cristina (Flavia Alessandra) fará de tudo para destruir esse grande amor. A produção foi ao ar pela primeira vez em 2006 e reapresentada no “Vale a Pena Ver de Novo” em 2009, sendo uma das maiores audiências da faixa dos últimos tempos, quando ainda era transmitida no horário das 14h45.

Celebridade

Autoria de Gilberto Braga e transmitida em 2003, ao contrário da grande maioria, não possui nenhuma reapresentação, mesmo considerada um grandioso sucesso. Após uma vida de muitas dificuldades, Laura (Claudia Abreu) decide se vingar da ex-modelo e empresária Maria Clara Diniz (Malu Mader), quem julga ter roubado a inspiração de uma famosa música que a permitiu ser reconhecida e famosa, enquanto ela, filha da verdadeira inspiração, teve uma vida sofrida e difícil. Para isso a vilã se passa por sua maior fã e consegue um emprego em sua empresa, mas na verdade o que quer é tomar toda a sua fortuna que diz pertencê-la. Faz dupla com Marcos (Marcio Garcia), e em uma relação de amor bandido, tentam de tudo para derrubar Maria e por as mãos em seu dinheiro.

A Favorita

Grande sucesso de João Emanuel Carneiro, “A Favorita” narra a vida de duas amigas que formavam uma dupla de cantoras e após um desentendimento acabam como inimigas mortais. Flora e Donatela iniciam a história sem o telespectador saber quem é a mocinha e a vilã, e a reviravolta impressionante revela o contrário de que todos pensavam cada uma ser. Exibida em 2009, um grande sucesso também sem nenhuma reapresentação até o momento, talvez devida a sua classificação indicativa que impossibilita sua transmissão no período vespertino.

Ti-Ti-Ti

“Ti-ti-ti” representa as grandes histórias que voltam em novas versões mais modernas diante da impossibilidade da transmissão da versão original. Escrita por Maria Adelaide Amaral para o horário das sete, a trama tem um alto teor de comédia e traz divertidas histórias em uma junção da original de 1985 com “Plumas e Paetês” de 1980. Algumas diferenças para a história original está no fato de Marcela (Isis Valverde), uma moça simples que passa a ser vilã, ter permanecido até o final, concertando a mudança feita por Silvio de Abreu que na época assumiu o lugar do autor principal na produção da década de oitenta e mudou os rumos da personagem a matando na trama. Na história, Jacques Leclair (Alexandre Borges) e Victor Valentim (Murilo Benício) são rivais que disputam a todo o momento a soberania no mundo na moda. O remake foi levado ao ar em 2010 e ainda não foi reapresentado.

Novelas-da-Globo
Em 50 anos a Globo já produziu mais de 250 novelas.

São inúmeros histórias de sucesso, afinal são cinquenta anos de muita emoção. Entre novelas das seis, sete, nove, as periódicas das onze, mais “Malhação”, o “Vale a Pena Ver de Novo” e minisséries, mais da metade da teledramaturgia brasileira foi contada pela Globo, sem excluir as outras emissoras, que juntas formam o que é hoje a nossa dramaturgia. As tramas mexem com o inconsciente, o imaginário e os sentimentos, ficam guardadas na lembrança e sempre deixam um gostinho de quero mais. As citadas no texto foram pensadas parar dar continuidade a comemoração do aniversário e consideradas as mais marcantes de todo esse período. Ainda destacamos “A Próxima Vítima”, “A Gata Comeu”, “Renascer”, “Rainha da Sucata”, “A Indomada”, “Que Rei Sou Eu?”, “Pecado Capital”, “O Clone”, “O Cravo e a Rosa”, “Chocolate com Pimenta”, “Terra Nostra”, “A Escrava Isaura”, “Fera Ferida”, “Pedra sobre Pedra”, “O Salvador da Pátria”, “Tieta”, “Da Cor do Pecado”, “O Dono do Mundo”, “O Rei do Gado”, “Mulheres de Areia”, “Belíssima”, “Mulheres Apaixonadas”, “Caminho das índias”, “Avenida Brasil”, “Barriga de Aluguel”, “Sinhá Moça”, “Cordel Encantado”, “Guerra dos Sexos”, “Top Model”, “Vamp”, “Locomotivas”, “O Astro”, “Cara e Coroa”, “Gabriela” e “Dancin’ Days”. Citaria mais alguma que marcou o cinquentenário da Rede Globo e também a sua vida? Comente e continue essa análise. Um muito obrigado a você que acompanhou essa coluna e até a próxima semana!

Dyego Terra

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