Coluna: No vermelho! A crise na TV aberta

Coluna: No vermelho! A crise na TV aberta

Infelizmente nosso país vem passando por uma forte crise econômica, nos obrigando a conter gastos e economizar o máximo possível. Essa situação vem afetando empresas de diversos segmentos e também as grandes redes de televisão. A tal “crise” vem acometendo todos os canais em intensidades diferentes, saiba como as seis principais emissoras abertas vem enfrentando esse grande e complicado desafio.

Desde o inicio do ano o SBT vem investindo pouco em novas produções, apenas atrações com grandes retornos comerciais como os realitys “Hell’s Kitchen – Cozinha sob Pressão” e “Bake Off Brasil – Mão na Massa”. A emissora de Silvio Santos segue trabalhando no “piloto automático” exibindo enlatados de sucesso (Desenhos animados, Novelas mexicanas e Filmes estrangeiros) com ideal de conseguir audiência de forma mais barata. A atual crise econômica do país poderá adiar um pouco mais o tão sonhado segundo horário de novelas.

A Rede Record vem também sofrendo na pele a situação da nossa economia, apesar do grandioso sucesso de “Os Dez Mandamentos” a emissora não conseguiu faturar com ações de merchandising pelo fato de ser uma novela bíblica. Com o fim da trama religiosa, vários profissionais infelizmente foram dispensados já que a próxima produção da emissora iniciará apenas em janeiro. A crise fez com que a emissora terceirizasse todo seu setor de entretenimento, realitys e dramaturgia, com isso a Record pretende conter gastos em produções sem afetar a qualidade de seus programas.

Na BAND, até segunda ordem nada de novos investimentos. A emissora do Morumbi irá apostar novamente nos projetos que deram certo em 2015 como o reality culinário “Master Chef” e nas novelas estrangeiras. Os grandes investimentos para o ano que vem são a transmissão dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e a cobertura jornalística das Eleições 2016. Recentemente uma informação veio a mídia sobre uma suposta venda de 30% da emissora da família Saad a programadora Turner, dona dos canais Cartoon Network, CNN, TNT, Warner, Tooncast, entre outros. De alguns anos a BAND vem sofrendo com várias baixas em sua programação e com projetos sem continuidade.

Em 2015 a Rede TV! foi uma das emissoras que mais investiram na programação com contratações importantes e estreias de novas atrações. Por outro lado à emissora se viu obrigada a enxugar a folha de pagamento, segundo o jornalista Flávio Ricco, o jornalismo foi um dos setores mais atingidos, perdendo profissionais como o repórter José Luiz Filho, Albertina Araújo (chefe de pauta), Roberto Chaves (editor de esportes) e a produtora Heloísa Fernandes. Vamos torcer para que a crise econômica enfrentada atualmente por todos não obrigue a emissora a arrendar mais horários da programação para cultos religiosos.

A TV Cultura, uma emissora pública financiada pelo governo de São Paulo, também vem enfrentando problemas financeiros já faz um bom tempo. O canal reduziu drasticamente a produção de seus elogiados programas infantis, preferindo exibir programas estrangeiros. A TV Cultura sofreu baixas significantes em seu setor de jornalismo e até uma greve chegou a ser realizada pelos funcionários.

A maior Rede de televisão brasileira, a Rede Globo, também precisou se adequar a nova situação economia enfrentada no país. De um tempo pra cá a emissora carioca vem evitando gravar cenas de suas novelas fora do Brasil, à regra poderá mudar em raras exceções. Outra nova atitude tomada é a diminuição de seu banco de elenco exclusivo, atualmente o canal vem preferindo fechar contratos por obras dando liberdades aos atores em trabalharem em outras emissoras. As próximas edições dos realitys “Superstar” e o “TUF (Ultimate Fighter Brasil)” podem não ocorrer ano que vem pelo o custo elevado da franquia, o pagamento é feito em dólar que disparou em 2015.

Os especialistas garantem que a “crise” não poderá passar no começo do próximo ano, tudo indica que as principais redes de TV terão que apertar ainda mais os cintos e trabalharem sem grandes novidades na programação, caso contrario deverão usar de artifícios inteligentes para atrair público e bons anunciantes ao mesmo tempo. Como podemos observar, não está fácil pra ninguém!

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