Coluna: O preconceito do público para com Sônia Abrão e o seu “A Tarde é Sua”
A sociedade, ultimamente com o apoio da internet tornou-se um tribunal a céu aberto, onde tudo e todos são julgados por atos e ações contraditórias ou que não se adequam a determinada alçada da sociedade. Nesta condição, dissecada indubiamente pelo barateamento dos planos de dados, muitas vezes movimentados por indivíduos que protegem-se através do anonimato que a internet encoberta. As maiores vítimas deste tipo de “prenoção” são os artistas e seus consecutivos programas.
Motivos não faltam, até porque errar é uma prática arbitrária e humana, porém se colocarmos em questão, os mais trinchados pelos telespectadores em pleito nacional, sem dúvida serão os funcionários da RedeTV – que vão desde João Kleber com o seu polêmico “Teste de Fidelidade”, a até Sônia Abrão com a revista eletrônica “A Tarde é Sua”.
Para a jornalista Sônia Abrão, os “elogios” adjetivados designados a sua pessoa são profusos: “coveira”, “papa defunto”, “perseguidora de desgraças”, dentre tantos outros. Respingos cobertos de infâmias proferidos por integrantes de um país onde pouco se respeita a classe artística, muito pelo contrário, onde a preferência é a da perseguição e destruição. Ficando perceptível que a antiga e válida atividade de colocar o controle remoto para trabalhar não vem acontecendo com frequência e denotando assim, que o público prefere assistir um programa “vulgar” apenas para acompanhar seus “erros e vexames”, para assim chamar a atenção e participar do “show de horrores”. As poucas agulhas que ainda estavam presentes no palheiro estão infelizmente se juntando a horda de palhaços apáticos em busca de diversão a custa dos outros.
A linha adotada por Sônia Abrão no “A Tarde é Sua” foi uma escolha única e pessoal dela, faz o que gosta e ganha por isso. Condições mais do que favoráveis para criar um programa com formatos e esquetes diferenciadas das assumidas nas tardes das outras emissoras, muitas vezes repletas de reprises de novelas e filmes. Um programa eclético, união do simples com o substancialmente simples, que mesmo assim consegue se distinguir. Fofocas, entrevistas, elucidação e discussão de casos policias, presença de colaboradores das mais diversas áreas.
Pode até não ser popular, ter errado em algumas pautas e afins, porém a união de entretenimento e policial veio pra ficar. Sobrando a maior queixa do telespectador – a abertura de espaço de resposta para os considerados a “escória” da sociedade. Assassinos, aliciadores, sequestradores que encontram no programa de Sônia Abrão a tesoura para cortar as amarras presas em suas bocas, que a comunidade ainda teima em deixar.
Participação da sensitiva Márcia Fernandes, uma das colaboradoras do programa.
O atendimento e desenvoltura de Sônia mostram que este é o formato que ela sempre almejou, afinal é o reflexo de uma mulher forte, desprendida de paradigmas e pronta para colocar em discussão os mais temidos assuntos. Abrindo desta forma o diálogo entre a parcela menos favorecida e a de princípios. Aos que não semeiam da mesma ideia ou concepção, operação meramente correta e indiscutível, resta a alimentação de conhecimento e entretenimento através de outros conteúdos direcionados por um objeto simples, o controle remoto. Afinal discutir é uma coisa, enquanto humilhar é outra totalmente diferente.
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