Coluna: Porque ajudar, faz bem!
Olá, amigos! Hoje é domingo e este é mais um “Ponto de Conversa”. Portanto, entrem sem bater, debatam pra valer e nos acompanhem sempre, porque aqui, é o nosso espaço para criticar a televisão brasileira!
O brasileiro tem no sangue a vontade de ajudar. Basta termos condições e logo já estamos doando o que podemos. As vezes, mesmo no aperto, tiramos da dispensa algum alimento que possa ajudar o próximo. Nas tragédias, nos superamos. Ao ver a tristeza de dezenas de famílias, organizamos mutirões e damos um jeitinho para fazer a ajuda chegar. Ainda bem, porque se dependêssemos da ajuda do governo, misericórdia!
Todo ano, dois grandes movimentos beneficentes entram na programação das duas maiores emissoras do País. O Criança Esperança, na Globo e o Teleton, no SBT. Hoje, porém, quero falar apenas sobre a campanha da emissora dos Marinho.
O Criança Esperança começou dentro de um clássico da TV brasileira, o programa “Os Trapalhões”, em 1986. Dedicado a Campanha do Menor Carente, o especial teve 9 horas de duração divididos em 28 blocos, onde eram apresentadas vinhetas sobre os direitos da criança e documentários sobre os menores de rua. Depois disso, a Globo passou a exibir anualmente a campanha.
Reveja um trecho do Criança Esperança de 1988:
Há 29 anos no ar, o Criança Esperança apresenta alguns números que, talvez você já tenha visto, mas gostaria de deixar aqui:
Apesar destes números serem divulgados pela própria Rede Globo, campanhas contra o CE rondam as páginas das redes sociais. Os internautas fazem algumas comparações, por exemplo, envolvendo o reality-show, Big Brother Brasil. A pergunta feita neste caso é “porque a Globo paga 2 milhões para o vencedor do BBB e não doa 2 milhões para o Criança Esperança?”.

Em 2011, a Globo divulgou nota sobre os rumores de que a campanha gerava lucro para a emissora: “A Globo… esclarece que não mantém parceria com a Unesco desde 1986, ano do lançamento do projeto Criança Esperança. A parceria com a Unesco começou apenas em 2004. Neste acordo, não existe qualquer cláusula prevendo o pagamento de taxa de administração. Todos os custos referentes a gestão e administração do fundo Criança Esperança, a cargo da Unesco, são pagos pela TV Globo com recursos próprios.”
Depois de todos estes dados, chego ao ponto principal do nosso “Ponto de Conversa” de hoje. Ainda que todas essas polêmicas envolvam o Criança Esperança, é fato que milhares de crianças e adolescentes deixaram de ficar nas ruas, principalmente nas periferias, para participar dos projetos desenvolvidos com o dinheiro das campanhas. É fato, também, que não é fácil manter um projeto de tal magnitude sem dinheiro para reformas, novas construções e compras de equipamentos. Mesmo que existam centenas ou milhares de voluntários.
No imaginário de muita gente, existe uma rivalidade entre o Teleton e o Criança Esperança, na busca pelas doações dos brasileiros. Neste ponto, cabem algumas ponderações, mas não comparações. O Teleton tem objetivos diferentes do CE e não cabe comparar qual dos dois é mais “nobre”. Em ambos, histórias de vida são modificadas pela ação de pessoas que doam parte do que tem, pelo bem do outro. O que me proponho a ponderar é com relação ao espetáculo produzido pelas emissoras.

O Criança Esperança, apesar de ser exibido na Globo, carece de tempo de exibição. Ainda que este ano seja o segundo em que a rede monta uma programação “diferente” em função do chamado “Dia da Esperança”, o que o telespectador vê, são os mesmos programas travestidos de especiais. Outro ponto é a transparência. O Teleton, durante a maratona, exibe onde, como e quem recebeu as doações. O CE também, mas de forma mais sucinta e não necessariamente no dia dedicado a campanha. No Teleton, os patrocinadores apresentam suas doações no palco, no Criança Esperança, vemos várias marcas aparecerem na tela, mas muitas vezes não sabemos, ou não vemos, se elas doaram para o projeto.
Bom, a verdade é que só quem já ajudou em alguma causa, sabe do bem que isso faz para ambas as partes. Doar, ou doar-se, de coração e receber e investir com verdade, deve ser o princípio dessa relação. Sem confiança não é possível dar continuidade, e há quem precise de ajuda!
Eu sou Fábio Melo e este foi o nosso, “Ponto de Conversa”!
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Grande Abraço! Até semana que vem, #fuuui!


