Formato “Escolinha” resiste seis décadas no ar e versões conquistam os brasileiros

Uma típica sala de aula, com um professor e seus alunos. A fórmula é simples e justamente por isso que as escolinhas de humor se tornaram um formato universal, na TV brasileira e também ao redor do mundo. O sucesso que Chico Anysio conquistou por décadas com “A Escolinha do Professor Raimundo”, hoje revivida pelo seu filho Bruno Mazzeo e novos atores na Globo, já teve suas versões em praticamente todas as emissoras. Antes exibido no rádio, o formato “escolinha” estreou na TV brasileira há 62 anos. Em 1973, a “Escolinha” teve sua estreia na Globo, conquistando os brasileiros. Sua nova versão, exibida aos domingos, em curtas temporadas, também vem alcançando expressivos índices de audiência, o que demonstra que a fórmula ainda é eficiente por aqui.

O formato fez parte também do seriado mexicano “Chaves”, exibido há mais de 30 anos pelo SBT. Nele, os personagens da turma de Chespirito protagonizaram momentos de muita criatividade, ao comando do Professor Girafales (ou Mestre Linguiça para a criançada). Anos depois, o próprio SBT lançou sua “Escolinha do Golias”, protagonizada pelos saudosos Ronald Golias, Nair Bello e Consuelo Leandro. Carlos Alberto de Nóbrega era o professor. Após sete anos no ar (1990-1997), o programa foi retirado do ar em decorrência de uma ordem judicial em que a Rede Globo alegou que “A Escolinha do Golias” plagiava o programa “Escolinha do Professor Raimundo”. Em 2011, Carlos Massa também recorreu ao formato com o seu elenco e alguns atores de “A Praça é Nossa”, no quadro “Escolinha do Ratinho”. Danilo Gentili também utilizou a fórmula em seu “The Noite”, em 2017. Kid Bengala era o professor na sátira “Escolinha do Professor Pauzudo”.

Em 1999, a Record TV lançava a “Escolinha do Barulho”, com diversos personagens que haviam participado do formato global. Comandaram a turma, o Professor Bemvindo Siqueira, o Professor Dedé Santana, o Professor Gil Gomes e o Professor Miele. O contrato para uso do formato com a Record venceu em 2001. Anos depois, Gugu Liberato foi contratado pela Record TV e lançou a “Escolinha do Gugu”. A atração foi transformada em quadro do seu programa e exibida entre 2011 e 2013.

A TV Bandeirantes também teve sua escola de humor. Diversos comediantes participaram entre 2008 e 2010 do programa “Escolinha Muito Louca”, tendo como professor o cantor Sidney Magal. Sua primeira exibição desbancou o SBT em audiência, ocupando o terceiro lugar na Grande SP. Uma curiosidade da versão é que as risadas utilizadas na escolinha da Band eram as mesmas utilizadas no seriado ”Chaves”, em dublagem dos estúdios Maga. Entre 2006 e 2007, Gilberto Barros já havia utilizado a fórmula na emissora com a “Escolinha do Leão”.

Um professor interagindo com seus alunos dentro de uma sala de aula rendeu no passado acusação de plágio da Globo contra o SBT. Mesmo assim, logo após o cancelamento da “Escolinha do Golias”, o formato continuou sendo reeditado por Record, SBT e Band. Seis décadas após estrear na TV brasileira, a fórmula mostra que ainda não está desgastada e que pode ser feita de diferentes formas. Até o dia que o brasileiro continuar rindo de alunos e professores fictícios, o formato “escolinha” entra para os seletos programas sem prazo de validade. O segredo do sucesso é simples: seja rico ou seja pobre, jovem ou idoso, todo mundo um dia já esteve sentado dentro de uma sala de aula.
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*Escrito pelo jornalista Júlio César Fantin – Bastidores da TV
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