Globo e SBT se pronunciam sobre os direitos de “O Bem Amado” e “Éramos Seis”

Globo e SBT se pronunciam sobre os direitos de “O Bem Amado” e “Éramos Seis”
Obras foram adaptadas para a televisão, em emissoras diferentes.

Desde a estreia em janeiro, pelo canal Las Estrellas, da Televisa, muito se comentou sobre uma futura exibição de “El Bienamado”, pelo SBT, parceiro exclusivo da rede mexicana no Brasil. Embora a novela não seja um remake da obra produzida pela Rede Globo, em 1973, mas sim do texto original de Dias Gomes, produzido para o teatro e que a Globo não possui mais direito sobre suas obras, o SBT se pronunciou oficialmente, através de sua assessoria de imprensa, em comunicado ao BastidoresDaTV.

O SBT não exibirá a trama, mesmo tendo direito ao catálogo de obras da Televisa, por “respeito” com sua concorrente: “Esta novela não estará disponível para o SBT! E nem teria sentido porque trata-se de uma obra da Rede Globo, adquirida pela Televisa. O SBT não tem os direitos, apenas a Televisa”, afirma a nota.

Também procurada pelo colunista, a assessoria de imprensa da TV Globo, deixa claro que a emissora não tem nada contra a exibição da novela da Televisa no Brasil. Sobre os direitos das obras de Dias Gomes, a Globo não quis se pronunciar.

A Televisa foi procurada, mas não retornou o contato. A emissora deve distribuir a trama, em diversos países. No entanto, o acerto feito pela mexicana com os herdeiros de Dias Gomes, não foi divulgado publicamente.

Obras foram adaptadas para a televisão, em emissoras diferentes.

Éramos Seis – SBT x Globo

Um dos maiores clássicos da TV e da literatura é um exemplo claro de que uma obra pode ganhar versões em diferentes emissoras. O SBT gravou em 1994, a novela Éramos Seis. A versão, assinada por Sílvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, foi adaptada do romance de Maria José Dupré e foi regravada após 16 anos de sua exibição, na antiga TV Tupi. Em 2014, a imprensa noticiou que a Globo havia adquirido os direitos da obra, após 20 anos de ter sido gravada pelo SBT. A ideia seria a produção de um novo remake. Procurada pela coluna, a TV Globo informou: “Não divulgamos informações sobre o planejamento de nossas produções. Só comunicamos quando confirmadas”.

Em 1994, Rubens Ewald mostrou para Sílvio Santos que a única forma de fugir do monopólio da Globo era apresentar uma obra fechada com uma história de época. Por isto, os autores fizeram questão de esclarecer que Éramos Seis não seria reescrita, pelo contrário, seu roteiro foi mantido na íntegra, tal qual foi apresentado em 1977. Os autores fizeram uma transação puramente comercial com Sílvio Santos. Venderam os capítulos da novela para o SBT e pronto. Não tiveram qualquer vínculo empregatício com a emissora, mesmo porque Silvio de Abreu já era funcionário da Globo e Rubens Ewald, funcionário da TV Abril. O romance de Maria José Dupré é famoso por sua empatia com o grande público. Foi a quarta vez que a obra foi apresentada na TV. A primeira versão foi produzida em 1958, na antiga TV Record, quando as novelas ainda eram apresentadas ao vivo. A segunda, em 1967, foi adaptada por Pola Civelli. Mas a terceira, assinada por Sílvio de Abreu e Rubens Ewald, exibida na Tupi, em 1977, fez mais sucesso que as anteriores. A novela foi sondada para ser apresentada pelo SBT e como não foi fechada a transação com os adaptadores, Sílvio Santos correu na frente e comprou os direitos autorais do livro de Maria José Dupré. Na segunda conversa, o jeito foi aceitar as condições da emissora. No sucesso do SBT, Irene Ravache fez o papel de Lola e Othon Bastos interpretou Júlio, seu marido.

Escrava Isaura – Globo x Record

Na TV, uma obra pode ser produzida por emissoras diferentes, desde que os direitos exclusivos sejam expirados e haja uma nova negociação. “A Escrava Isaura”, em reprise pela RecordTV e produzida em 2004, com Bianca Rinaldi no papel principal, já teve sua versão global em 1976, tendo Lucélia Santos como protagonista. As tramas foram inspiradas no livro “A Escrava Isaura”, de Bernardo Guimarães.

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