Kantar Ibope detalha como se faz a medição da audiência da TV aberta, da parabólica e da TV paga
Muitos telespectadores e até mesmo profissionais do mercado da comunicação, sempre se divergem quanto as técnicas utilizadas pela Kantar Ibope, para obter a média dos programas da TV aberta e dos canais pagos, além das médias diárias e mensais de cada uma das 15 praças regulares aferidas, que formam o Painel Nacional de Televisão (PNT), amplamente divulgadas pelas emissoras e imprensa especializada. Nunca se encontrou, no entanto, um denominador comum que de fato indicasse de forma oficial como a empresa realiza a identificação e contagem dos números divulgados aos seus assinantes.
Nesta última semana, procurada pelo BastidoresDaTV, a Kantar Ibope, através de sua assessoria de imprensa, detalhou o procedimento adotado pela empresa. Ao ser questionada se a audiência PNT e Grande SP da TV aberta leva em consideração apenas os telespectadores que sintonizam os canais via antena UHF (sinal aberto terrestre), a empresa deixou claro que “a aferição da Kantar IBOPE Media contempla as diferentes origens do sinal. O processo de reconhecimento é feito por áudio (tecnologia conhecida como Fingerprint), desde que as telas sejam medidas (televisores, celulares, tablets homologados, etc.)”. Quem acessa por outros dispositivos como TV paga e parabólicas também contabilizam na audiência das emissoras. “Se o indivíduo está assistindo a um canal de TV aberta, independentemente de ser sinal aberto, de antena parabólica ou de operadora de TV por assinatura, a audiência é destinada a esta emissora. O canal será aberto para análises desde que o cliente seja assinante do serviço. Caso não seja, sua audiência será medida normalmente e agrupada em “Outros Canais Abertos (OCA)” ou em “Outros Canais Pagos (OCP)”, afirmou o Instituto.
A assessoria da Kantar Ibope, em e-mail recebido pela coluna, em 08 de junho, também confirma a existência de relatórios específicos que consideram todos os canais da TV paga e um outro comercializado a parte que “entrega a audiência vinda apenas do sinal das parabólicas”. Vale ressaltar, no entanto, que estes relatórios são fatias detalhadas de uma única pesquisa de coleta de dados, ou seja, os telespectadores que tiverem o áudio receptor identificado pelos aparelhos de medição do Instituto, são automaticamente contabilizados na audiência da emissora sintonizada, seja ela uma TV aberta ou um canal fechado também assinante dos dados.
A explicação para o fatiamento dos relatórios é simples: a TV aberta é a que mais recebe audiência, obtendo assim maior importância para o mercado publicitário. Logo, os próprios assinantes realizam o recorte dos dados que mais lhe interessam, por faixas horárias, gênero, classes e outras particularidades.
Sendo assim, se uma emissora de TV aberta é sintonizada apenas pelo sinal aberto, em casos que seu sinal não esteja disponível na TV paga ou nas parabólicas, desde que sua cobertura digital ou analógica (cidades que ainda operam este sistema), tenha uma boa recepção via antena externa ou que o telespectador seja cliente de uma operadora de TV por assinatura e também possua uma antena UHF digital instalada em seu televisor, a ausência deste canal em dispositivos pagos ou de origem não-terrestre, não afetará os números gerais de audiência desta emissora, pois basta a identificação sonora de um único dispositivo, devidamente homologado, para que a audiência seja contabilizada para o canal identificado.
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