O roedor mais querido do Brasil – Ratinho completa 20 anos de SBT

O roedor mais querido do Brasil – Ratinho completa 20 anos de SBT

“Pode tocar a trilha do “Jornal Nacional”, pois estamos em primeiro lugar na audiência”. A inusitada forma em que Carlos Massa comemorava a liderança do seu “Programa do Ratinho”, por longos anos desde sua estreia naquele 08 de setembro de 1998 é apenas uma das memoráveis lembranças dos 20 anos de SBT do roedor mais querido e conhecido do país.

O ano era 1998, época em que o SBT jamais sonhava ter sua vice ameaçada, ano em que a Record TV tinha um patamar modesto e que ganhar da Globo era uma diversão e não questão de honra. Ratinho surge como o grande fenômeno, capaz de vencer a poderosa e colocar a emissora de Edir Macedo no lugar mais alto do pódio. Cada vitória uma grande zoação ao som da trilha do “Jornal Nacional”. O fenômeno Ratinho quebrava paradigmas na TV.

Mas como um conto de fadas, do nada, a alegria da então sem holofotes Record chega ao fim, após uma ousada atacada de Silvio Santos. O dono do SBT dá um dos seus maiores golpes na emissora da Barra Funda e tira seu principal astro. Surpreendendo a todos, a Record se vê traída e anuncia no ar que Carlos Massa e SBT seriam acionados judicialmente. Enquanto isso, Ratinho dava entrevista coletiva ao vivo no SBT, anunciando o que seria o melhor investimento já feito nos 37 anos de SBT. Tudo aconteceu há 20 anos, após Ratinho visitar o “Domingo Legal”, atendendo convite de Gugu Liberato, quando o então diretor de criação do SBT, Moacyr Franco, convenceu Silvio Santos a contratar o maior fenômeno popular da década de 90, que estava causando a maior dor de cabeça no horário nobre da emissora e da Rede Globo.

De um lado, Guilherme Stoliar e Luciano Callegari, contrários a contratação de Carlos Massa, devido uma crise financeira que o SBT atravessava naquele ano e principalmente ao perfil populesco do apresentador. Do outro, Silvio Santos e seu então “braço-direito” Moacyr Franco. Após a estreia do “Ratinho Livre”, também nas noites de sábado, em 22 de agosto de 1998, conquistando a vice no horário, Silvio estava convencido do que deveria fazer imediatamente. Indignados, os diretores Stoliar e Callegari pediram demissão, mas Silvio os manteve no SBT, afastados de qualquer cargo de comando.

Do auge ao fundo do poço. Ratinho teve anos de glória e sua estada no SBT ameaçada com os anos. O populesco camundongo vê seu programa cancelado por Silvio Santos que não aceitava mais o que a mídia chamava de “baixaria popularesca”. Ratinho teve que mudar de estilo, de horário e se reinventar para continuar no SBT. Qualquer outro teria jogado a toalha. Passou um verdadeiro inferno astral. Mesmo assim, a paixão sbtista de Ratinho e sua admiração pelo mestre Silvio Santos o fez renascer das cinzas. Conseguiu resgatar seu horário e hoje é novamente uma das maiores audiências da emissora, além de ser dono das afiliadas do SBT em todo o estado do Paraná.

Há oito anos entrevistei Ratinho em seu camarim no SBT, ele foi direto e sincero: “só saio do SBT se Silvio me mandar embora e mesmo assim, me recusarei a sair daqui”. Ratinho é sem dúvida, um dos maiores acertos da história destes 37 anos de SBT. Se tornou um grande apresentador de TV, adorado por uns, odiado por outros, perseguido muitas vezes pela opinião pública, mas sempre que uma ratoeira tentou entrar em seu caminho, ele deu a volta por cima, se reinventou completamente, sem nunca perder o seu DNA popular. Amando ou não o apresentador, com ou sem armadilhas de percurso, Ratinho é um roedor de sucesso e acaba de entrar para o seleto grupo de apresentadores que conseguiu o feito de atingir 20 anos no ar, numa mesma emissora, rendendo até hoje alta audiência e faturamento, fazendo o simples “mais do mesmo”. Que venham mais uma, duas… décadas: “é com você Ratinho”!

 

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