Partido se inspira em tentativa de Silvio Santos em ser presidente em 1989 para registrar candidato potencialmente inelegível na campanha deste ano

Partido se inspira em tentativa de Silvio Santos em ser presidente em 1989 para registrar candidato potencialmente inelegível na campanha deste ano
29 anos depois, Brasil se depara com novo fato curioso. Mesmo preso, Lula tenta ser candidato à presidência. Em 1988, Silvio Santos tentou concorrer mesmo sem aparecer nas cédulas de votação e acabou impugnado.

No dia em que o mundo parou devido a queda do Muro de Berlim, os brasileiros pouco deram importância ao fato. Todos estavam focados no julgamento do TSE que decidiria por unanimidade, às vésperas das eleições de 1989, se o apresentador e empresário Silvio Santos, hoje com 87 anos, seria ou não candidato à presidência da República. Em segundo nas pesquisas, colocado como presidenciável faltando poucos dias para o pleito e tendo a tarefa de concorrer pelo PMB, mesmo seu nome não aparecendo na cédula de votação, Silvio tinha grande popularidade e estava prestes a decidir no segundo turno, as eleições com Fernando Collor. Devido o número de convenções do partido terem sido inferiores ao exigido pela lei eleitoral, a candidatura de Silvio foi impugnada, para felicidade de Collor, Lula e Brizola, candidatos ao mesmo cargo.

29 anos depois, Brasil se depara com novo fato curioso. Mesmo preso, Lula tenta ser candidato à presidência. Em 1988, Silvio Santos tentou concorrer mesmo sem aparecer nas cédulas de votação e acabou impugnado. Na época, Lula era candidato e chamou o dono do SBT de “espertinho”.

De 1989 até hoje, as leis mudaram e quando presidente, Lula sancionou a “Lei da Ficha Limpa”, que teoricamente impede condenados em segunda instância a concorrer a um cargo eletivo por oito anos. Mesmo assim, o PT, defendendo que Lula está preso em Curitiba injustamente, após condenação no caso do “Triplex do Guarujá” e com remotas chances de ter a candidatura do ex-presidente considerada elegível, homologou nesta quarta-feira (15), o nome de Lula como candidato à presidência. O fato lembra, resguardadas suas proporções, uma vez que Silvio Santos não estava preso em sua tentativa de se eleger presidente, o fato de um candidato nessas eleições correr o eminente risco de concorrer as eleições, mesmo não tendo seu nome inserido nas urnas. A intenção do partido é que o ex-prefeito de São Paulo seja efetivado candidato, caso o TSE impugne a candidatura de Lula. Até uma decisão final da justiça, o partido quer tentar colocar Haddad nos debates e sabatinas na TV, já que atualmente ele está registrado como vice de Lula. O ex-presidente também deve aparecer no horário eleitoral.

Em 1989, mesmo não tendo muito tempo para fazer campanha e não constando nas células de votação, Silvio que nas urnas seria “Corrêa”, quase se tornou presidente. 29 anos depois, a intenção do PT se assemelha: transferir os votos de Lula para Haddad. Os dois casos possuem enredos diferenciados, outrora, se assemelham pelo inusitado.

 

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