Coluna: SBT 34 Anos – Programas Infantis que marcaram época – Parte 2

Coluna: SBT 34 Anos – Programas Infantis que marcaram época – Parte 2

Sem título 1Na edição anterior, iniciamos o nosso especial de aniversário do SBT e relembramos boa parte dos programas infantis do canal na primeira parte da matéria.

Reveja: SBT 34 Anos – Programas infantis que marcaram época – Parte I

Dando continuidade ao nosso primeiro tema, iniciamos a segunda parte narrando a partir da década de 90, quando apresentadoras, hoje nacionalmente conhecidas, chegaram para comandar atrações inesquecíveis e, continuando  até os dias atuais.

A estreia de Eliana no SBT

Com a grande e rápida rotatividade dos programas infantis, em que muitos saíram do ar quase em sequência, surge uma nova investida de Silvio Santos para fazer frente aos infantis da Globo, a apresentadora Eliana. A loirinha estreou em 1991 a frente do “Festolândia”, em um grandioso cenário que ilustrava um castelo. Com a forte crise da época e o alto custo de produção, a atração saiu do ar meses após a estreia. Na geladeira, Eliana pede uma nova chance aos diretores, mesmo que fosse para apenas apresentar desenhos, foi quando passou a comandar no mesmo ano, o “Sessão Desenho”.

Angélica foi outra apresentadora que se consagrou nos programas infantis na tela do SBT. O “Casa da Angélica” estreou em agosto de 1993 e ficou por três anos no ar. Bem elaborado, a aração contava com esquetes de humor, satirizando famosas atrações, novelas e apresentadores. Começou a ser apresentado nas tardes, onde alcançou grande sucesso, porém foi remanejado para o horário ingrato das 7:30, com apenas 15 minutos de arte, atingindo péssimos índices. Depois disso, a apresentadora se desligou do canal e fechou com a Globo. Ela apresentou também o “TV Animal” e o “Passa ou Repassa” durante dois anos.

Veja abaixo: O SBT é a única rede que tem torcida” – Declara Silvio Santos

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Eliana e o seu famoso boneco Melocotom no “Eliana e Cia”.

Com grande destaque nas telinhas, mesmo enfrentando recursos limitados, Eliana ganha sobrevida no SBT. Após dois anos sentada ao fundo de papel de cartas em kroma key e dançando com as mãos, em 1993 a apresentadora foi presenteada com o “Bom Dia e Cia, o infantil mais antigo no ar. Educativo, a animadora ensinava as crianças de casa com ciência, artes, música e apresentava os principais e mais lembrados desenhos animados, interagindo também com os famosos bonecos Flitz, Bizuca e Melocotom. Em 1996, o programa passou a se chamar “Eliana e Cia”, porém seguiu com o mesmo formato. Sucesso absoluto, a atração incomoda a Globo no Ibope. Foi nessa época também que consolidou-se como referência para as crianças em outras esferas ao atingir o ápice em vendagens de CD’s, vendendo quase 2 milhões de discos com o último lançamento. Logo veio o desejo de encarar novos desafios, mas com a recusa de Silvio Santos a investir em outros tipos de atrações, Eliana começa a conversar com outras redes, e diante disso, Silvio resolve treinar alguém que a pudesse substituir caso resolvesse sair do canal. A escolhida foi a também loira Jackeline Petkovic, até então apresentadora do Fantasia. Conta-se que o desempenho da novata agradou tanto que a intenção era de que as duas apresentassem juntas, o que na verdade contribuiu de vez para a saída de Eliana em 1998.

O Bom dia e Cia como potencia infantil

Jacky então comandou o “Bom Dia e Cia” de 1998 a 2003, sendo considerada uma das principais e mais lembradas apresentadoras do infantil. Em sua fase inicial, manteve o formato anterior, já posteriormente ganhou novo cenário, formato e bonecos, como o famoso “Gugui” e a assistente de palco Michele, e o programa foi reformulado a fim de diferenciar o formato e destacar a nova apresentadora. Assim,  até a abertura mudou e Jacky passou a ter destaque contracenando e cantando um tema próprio de seu disco, a famosa “Auê, Auê” que marcou com o refrão “Pula, rola, bate e pique e joga bola, vem brincar a nossa festa não tem hora”. Nas fases finais, o programa apresentava desenhos, histórias contadas no palco, além da participação do público através de cartas. Tempos depois, a atração foi reduzida devido à contenção de gastos, dividindo o seu tempo com a volta do “Festolândia”, que apenas exibia animações clássicas.

Sem título 1

Abrindo a nova fase, o “Bom Dia e Cia” passa a ser apresentado por crianças. Os primeiros foram Jéssica e Kauê em 2003, que não agradaram e permanecem na atração por apenas dois anos. Em 2005, Priscila e Yudi ganham o comando do infantil, alcançando boa aceitação e retomando a força do programa. Os dois ainda apresentaram o Sábado e Domingo Animado, Carrossel Animado, Dia no Parque, Feriadão SBT e Cantando no SBT. O formato mais famoso, que começou em 2007 e permanece no ar até hoje, consiste em promover jogos por telefone e distribuir prêmios aos telespectadores através de uma roleta, além da exibição de desenhos. Com a saída da dupla a atração voltou a sofrer com a falta de identidade, tendo diversos apresentadores, entre eles: Maisa, Bozo, Patati e Patatá, Vovó Mafalda, Jean Pablo Campos e Ana Vitória que passaram a se revezar no comando. Estabilizou-se com a entrada de Mateus Ueta (ex-Carrossel) e Ana Júlia. Recentemente, Sílvia Abravanel passou a ser uma das apresentadoras a fim de substituir os pequenos temporariamente, mas que acabou agradando e permanecendo os três. O Bom Dia comemorou 22 anos no ar no último dia 3 de agosto.

Relembre as diferentes fases do Bom Dia e Cia

O Segundo mais antigo infantil no ar, o “Sábado Animado”, hoje é uma extensão semanal do Bom Dia e Cia. No ar desde 1995, já foi apenas uma sessão de desenho, como também o primeiro programa da pequena Maisa, que marcou com o sei jeito espontâneo de apresentar. O “Carrossel Animado”, já foi também uma prévia do Bom Dia, e até um educativo de Patati Patatá, hoje se resume a exibir animações. Também já existiu um “Domingo Animado”, versão de domingo do principal programa da semana.

As famosas parcerias

O Disney Club/Cruj, um dos mais queridos infantis, não poderia faltar nessa lista. Começou a ser exibido em 1997, sempre antes das novelas infantis e marcou época. Na fase inicial, contava a história de Caju e seus amigos na TV Cruj, o famoso “Comitê Revolucionário Ultra Jovem”. Apostava em histórias dos personagens e exibições de clássicos da Disney. Ganhou nova fase em 2001, dessa vez aos sábados de manhã, com novos personagens e maior duração, porém sem manter o sucesso de anteriormente e saindo do ar um ano depois. No mesmo ano da nova temporada, iniciou-se também o “Zapping Zonne”, atração em parceria com o Disney Channel voltada para o público juvenil, com clipes, curiosidades e claro, muito desenho, ficando no ar até 2003. Também em parceria, chegou no mesmo ano “A Hora Warner”, bloco dedicado aos Looney Tunes. Foi cancelado em 2007 com a ampliação do Bom Dia e Cia que passou a ocupar toda a manhã.

Reveja um trecho do inesquecível “Disney Club”.

https://youtu.be/BKPxeBOMWZU

Foram inúmeras produções. A emissora sabe da importância das crianças na televisão. Atrair o público infantil para frente da TV e acostumá-la a sua programação é fidelizar o telespectador de amanhã, foi assim que surgiu boa parcela de seu fã-clube. A história dos fãs com a emissora vai muito além de números do Ibope e contratações, vem de tempo atrás, épocas de inocência e ótimas recordações. Não à toa o SBT é a rede com maior número de fãs, e mesmo que hoje o adulto assista mais assiduamente a outros canais, ainda guarda um grande carinho e volta sempre que encontra algo que o atraia. Como já disse Silvio Santos, “o SBT é a única rede que tem torcida”. As outras têm admiradores, mas torcedores como se torcessem por um time de futebol, só ele tem e muito devido a essa tradição em programação infanto-juvenil, montando e moldando o seu futuro espectador, a nova leva de “SBTistas” e simpatizantes.

O Especial da programação infantil termina aqui. Seguiremos com outros temas especiais durante todo o mês. E na próxima segunda, semana de aniversario do SBT, vamos relembrar as atrações e artistas mais marcantes, não perca! Obrigado pela leitura e até lá.

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Dyego Terra

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