SBT deve apostar mais em Christina Rocha e transformar “Casos de Família” num “Povo na TV”

A jornalista e apresentadora Christina Rocha, que completa, nos próximos meses, seus 60 anos, teve grande destaque no SBT, em suas passagens pelo “O Povo na TV”, “Aqui Agora” e “Alô Christina”. Hoje apresentadora do “Casos de Família”, posto que ocupa há oito anos, divide opiniões de críticos e telespectadores. O “Casos” está no ar há 13 anos e teve Regina Volpato no comando, em seu primeiro formato, com uma pitada mais leve. Apesar de conquistar índices satisfatórios em audiência, o formato não apresenta novidades e vê seu público fiel, mas não renovado.

Uma profissional como Christina, com uma veia popular invejável, por mais que goste de apresentar o tradicional e já desgastado “Casos de Família”, tem capacidade para acrescentar muito mais para as deficitárias tardes do SBT. Potencial ela tem de sobra, já provou isso e o SBT necessita de sua credibilidade e linguagem direta para conquistar índices mais animadores. Mexer no que tem um custo relativamente baixo e aceitação mediana e arriscar algo novo, pode não animar alguns diretores do SBT, mas se a emissora deseja conquistar um novo público, manter o atual e alavancar sua grade é preciso ousar.
Christina não necessita deixar seu “Casos de Família” engavetado. O programa pode ser um quadro de uma nova versão do “O Povo na TV”. Ela poderia inclusive apresentar uma versão do “Caso Encerrado”, adquirido pelo SBT, sucesso da TV americana, com casos reais e personagens brasileiros, com formato de tribunal, tendo a apresentadora como juíza. Além disso, novos quadros podem ser inseridos no programa. Como jornalista, Christina tem a seriedade para encabeçar este novo projeto, unindo em um programa só, tudo que a consagrou.
O atual formato do “Casos”, com convidados, apresentadora, plateia interagindo e psicóloga dando conselhos permanece no ar até a emissora continuar tendo audiência estável e faturamento. Por ser diário e lidar com temas polêmicos, um ao vivo, poderia ser outro diferencial. Quem sabe numa próxima reformulação, o público possa interagir mais com o programa. Se fosse ao vivo, seria possível, por exemplo, o telespectador votar numa enquete sobre quem está certo ou errado na história e até participar com comentários ou dando exemplos já vividos sobre o mesmo tema apresentado no dia. Uma espécie de “Você decide” familiar.
“O Povo na TV”, ao vivo, sob o comando de Christina Rocha e a participação do jornalismo, com prestação de serviços, pode ser a solução que Silvio Santos tanto deseja para as tardes. Uma dobradinha com outro jornalista que fale a língua do povo. Se der audiência, o programa pode muito bem ter até 1h30 de duração. Duas novelas mexicanas já estão mais do que suficientes, numa faixa de grande concorrência.
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