Coluna: SBT serve marmita vencida para os telespectadores que tanto ama
O SBT é uma concessão pública e embora vise o lucro com sua programação, deve seguir a legislação vigente e exibir no mínimo 5% de jornalismo diário. Quanto a este detalhe, tudo certo. Embora em tempos de controle remoto, o telespectador possa mudar de canal, a emissora infringe um dos maiores direitos do telespectador, seu maior cliente. Servir marmita vencida é brincar com a inteligência e o bom gosto dos brasileiros.
Nesta semana, a emissora decidiu transformar a sua madrugada numa maratona jornalística de quase 7h sem interrupção. O grande detalhe é que tudo não passa de um telejornal gravado no fim de noite e reprisado na íntegra durante toda a madrugada. Ao cancelar o Okay Pessoal e as séries, a emissora passa a transmitir o Jornal do SBT, cinco ou seis vezes consecutivas, dependendo do horário que termina o The Noite. Somente as 6h, entra no ar o Primeiro Impacto, agora até as 8h. Um telejornal que embora seja ao vivo repete 80% das mesmas reportagens exibidas durante 4h seguidas pelo Jornal do SBT.
Telespectadores reclamam da medida. Poderiam recriar o Cinema em Casa, passar novas séries ou até novelas antigas do seu acervo, seguindo o exemplo do Viva. Até o Chaves e desenhos animados foram citados pelos telespectadores. Há quem sugira uma reedição do Quem não viu vai ver, com programas de sucesso do canal de Silvio Santos. Um novo Programa Livre e até o Fantasia foram citados em redes sociais.
O que o SBT deve considerar é que há um público que somente assiste TV na madrugada. Embora o share seja mais baixo, a rotatividade de telespectadores não justifica reprisar tantas vezes um mesmo produto em sequência. Isso atém de soar amadorismo é uma atitude ridícula de uma emissora que diz presar tanto pela sua torcida.
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