“Assistencialismo não é apelação, é solidariedade!”, diz Sonia Abrão

“Assistencialismo não é  apelação, é solidariedade!”, diz Sonia Abrão

sonia

No ar há 15 anos consecutivos, Sonia Abrão é responsável por uma das maiores audiências da RedeTV!.  No comando do vespertino “A Tarde É Sua”, a apresentadora garante médias entre 2 e 3 pontos nas duas horas em que fica no ar. Parece pouco, mas o índice é uma conquista enorme se considerarmos que poucas atrações da emissora ultrapassam 1 ponto no Ibope.

Em entrevista concedida ao jornalista Hicky Hiraoka, do site “Yahoo”, Sonia Abrão comenta a fama de sensacionalista, fala sobre assistencialismo na TV e avalia sua trajetória diante das câmeras.

Leia na íntegra:

Atualmente, você é a maior audiência da Rede TV nos dias da semana. Como encara esse sucesso?

É uma coisa legal, mas é instável. Estamos nessa fase boa agora, mas estou preparada para tudo. A gente tem que focar na qualidade do que fazemos, na atualidade, no desejo do público. Nisso a gente pode confiar. A audiência vai mudar sempre. Quando vem essa fase boa é legal, a gente comemora. Se o ibope cai, a gente trabalha com a mesma garra.

Você é chamada de sensacionalista. Como encara essas críticas?

Prefiro sempre ficar com os estudos das agências de publicidade, os dados mensais do Ibope, as pesquisas de opinião do público do que com as críticas. Para mim, o termômetro é o telespectador. Eu acho que eu era crítica de TV de verdade nos tempos que eu trabalhava em jornal. Hoje em dia, existe um paraquedismo. Gente que sai do nada e vira crítico de TV. Ser crítico de TV não é sentar na frente da televisão e dizer gosto e não gosto. Quem trabalha com isso precisa saber ler dados de audiência, conhecer quem trabalha nos bastidores. Nunca falei por simpatia pessoal ou antipatia como acontece atualmente.

Você se arrepende de algo que fez no ar?

Não me arrependo de nada. Mentira. Me arrependo de ter cedido e mostrado desfile de biquíni. Não gostava de fazer desfile de modelo de biquíni. De resto, tudo é experiência. Passar por jornalismo policial  foi importante, mas sofri muito preconceito por conta disso. Foi um estranhamento ver uma mulher nessa área dominada pelos homens. Saía arrastando corrente de tanto sofrimento. Desenvolvi uma arritmia por causa das matérias policias do programa. Mas, como jornalista, tenho que estar preparada para cobrir qualquer tipo de assunto. Se tiver que fazer novamente, faço sem problemas, mas estarei mais emocionalmente preparada.

Houve uma época em que você explorou bastante o assistencialismo nas pautas de seu programa…

Eu sempre gostei desse lado social. Não estamos num momento ligado nisso porque tem muito programa fazendo esse tipo de pauta. Assistencialismo não é bobagem ou apelação, é solidariedade. Isso trazia uma recompensa interna. Sentia que estava fazendo o bem e estimulando a solidariedade. Eu gostaria e retomar isso.

O que mais gostou de fazer na TV?

Quando passei pelo SBT, Silvio apostou na gente e me deu um programa de auditório com seis horas de duração. Aquilo foi uma experiência fundamental. Amei fazer aquilo, amadureci bastante. Silvio Santos apontava os pontos bons e ruins. Era uma faculdade de comunicação.

Sonia, você trabalhou durante muito tempo cobrindo TV para jornais. Como você vê a TV aberta no Brasil. O que falta?

A TV está muito movimentada. É uma concorrência saudável. A TV aberta está assimilando uma linguagem de bom gosto e sutil dos programas da TV fechada e a TV fechada vai assimilando a linguagem coloquial da TV aberta. Gosto muito de ver novela. O momento é critico, mas muito interessante. A gente nunca viu o horário nobre da Globo atravessando uma saia justa como está agora. A Record abocanhou o público com um filão que nunca tinha sido explorado. Eu acho que a TV está mais eclética e democrática.

Aprovou a ida da Xuxa para a Record?

Achei bárbaro. Xuxa esta bem, mas o programa não está legal. É fraco. O pessoal tem que se mexer ou o público vai parar de ver. Eu gostaria que Jô Soares saísse da Globo e fosse para outra emissora. Alguns artistas que não merecem ser desvalorizados, nem precisam ficar ajoelhados implorando uma chance na Globo.

 

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