Dan Stulbach fecha contrato com a Band e assume “CQC”

A Band bem que tentou não alarmar quem seria o principal anfitrião de um de seus produtos de maior sucesso na grade, o “CQC”. Após o vazamento, Dan Stulbach e a emissora do Morumbi desconversaram sobre possíveis negociações, mas tudo à pedido do alto escalão para não haver qualquer empecilho, por parte da Globo, com o ator. Mas por outro lado, a direção da Globo estava ciente das conversas de Stulbach com o canal da família Saad e optou por não interferir, já que o mesmo não tinha contrato fixo.
O “CQC” vive um momento delicado em sua temporada 2014 na Band. Os índices não são mais os mesmos dos anos interiores, quando atingia médias entre 5 e 6 pontos. Atualmente, o humorístico mesclado com jornalismo registra 3 pontos nas noites de segundas-feiras. No dia 16 de setembro, o “CQC” marcou 2 pontos, a menor audiência da história da atração na Band, ressaltando que também recebeu com 2 pontos da série animada de sucesso mundial “Os Simpsons”.

Marcelo Tas está há 7 anos na condução da versão brasileira do “CQC”, que é um formato originário da Argentina. No país “hermano”, o humorístico chegou ao fim neste ano. Diferente do Brasil, por lá o “CQC” passou por 3 emissoras, inclusive nas duas principais do país; El Trece e Telefé, que hoje disputam, acirradamente, a liderança de audiência. Segundo o IBOPE, a última transmissão do programa, exibido pelo El Trece registrou baixo índice, ficando com 6 pontos. Apesar de médias razoáveis, o “CQC” fechou com 7.5 pontos em sua 17ª temporada no El Trece, comparado a sua exibição, em 2012, pelo canal América TV, elevando o programa a 2.9 pontos a mais no IBOPE. Produzido pela Eyeworks Cuatro Cabezas, que distribui outros formatos pelo mundo, a atração que virou referência e foi um grande sucesso quando estreou na metade da década de 90, não vinha mais fazendo diferença na grade da emissora, devido ao seu formato desgastado. Lembrando que em sua volta ao El Trece, o “CQC” passou a ser diário, exibido 5 vezes na semana.
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No Brasil, indiscutivelmente, a atração entrou para a história da TV. Nunca antes, um programa havia focado desta forma na política em nosso país, e ainda mesclando o humor. Do programa, grandes nomes surgiram e hoje fazem grande sucesso, seja na Band ou em outras emissoras. Os principais nomes que surgirão no “CQC” foram os repórteres.
Começando por Danilo Gentili, o ex-CQC ganhou seu próprio talk show da Band, o “Agora é Tarde”. Criação de Gentili, o formato foi produzido pela Eyeworks, tornando-se um verdadeiro sucesso nas noites da emissora. Tamanho sucesso, tanto em audiência e repercussão, despertou o interesse do SBT. No começo do ano, Danilo Gentili e praticamente toda sua equipe que era da Band, estrearam na emissora de Silvio Santos o “The Noite”, talk show vice-líder absoluto no horário e que, constantemente, chega a liderança. Rafael Cortez foi contratado pela Record para comandar a versão brasileira do “Got Talent”, colocada como uma das principais armas da emissora dos bispos para alavancar seus índices. Logo depois, Cortez comandou o “Me Leva Contigo”, reality show de namoros. Ambos mostraram-se um verdadeiro fracasso, fazendo com que Cortez ficasse na geladeira da emissora por duas vezes. Sem futuro garantido na grade, Cortez voltou para a Band e estará novamente no “CQC’. Felipe Andreoli, assim como Gentili, ganhou um programa na casa, o esportivo “Deu Olé!”, exibido nas tardes de sábado. No início, Denilson (“Jogo Aberto”) e Paloma Tocci (Band Esporte Clube) fizeram parte da formação original. Pouco depois da saída de Tocci, o “Deu Olé!” foi cancelado. Monica Iozzi seguiu para a principal rede do país, fechando com a Globo para ser repórter do “Big Brother Brasil”. Da bancada, Rafinha Bastos, Marco Luque e Oscar Filho também tiveram projetos além do “CQC”. Oscar Filho era repórter do programa e teve a oportunidade de assumir a bancada ao lado de Tas e Luque. Rafinha ganhou ainda mais repercussão com a polêmica envolvendo a cantora Wanessa, sendo afastado do humorístico e depois desligado da Band. Após comandar, sem sucesso, o “SNL” na RedeTV!, Rafinha voltou para a Band e passou a integrar a equipe do jornalístico “A Liga”, por fim, ganhando o “Agora é Tarde” deixado por Danilo Gentili. Marco Luque também ganhou seu talk show na emissora, a versão brasileira de “O Formigueiro”. Estreou em 2010, ficando um pouco mais de 5 meses no ar.
“É uma mudança grande pra mim e representa a oportunidade de fazer algo diferente de tudo que fiz na vida. O ‘CQC’ é um programa que eu gosto, porque acredito na mistura de jornalismo com humor. Isso de alguma maneira é o futuro do jornalismo, principalmente para os mais jovens. Acho que essa fórmula deixa a informação mais leve e a torna mais acessível. Além disso, a informação com leveza, muitas vezes, acaba sendo mais profunda”, disse Dan, na manhã de terça-feira, quando assinou seu contrato com a Band.
Vale lembrar que Dan Stulbach ficou nacionalmente conhecido em 2003 na novela “Mulheres Apaixonadas”, da Globo. Na trama de Manoel Carlos, Stulbach interpretou Marcos, o sádico e ciumento marido de Raquel (Helena Ranaldi). No começo do ano, o ator pôde ter experiência à frente das câmeras como ele mesmo, comandando o “Encontro com Fátima Bernardes”, na Globo, nas férias da apresentadora.
