E agora? 13 milhões de lares no Brasil só tem sinal analógico de TV

E agora? 13 milhões de lares no Brasil só tem sinal analógico de TV

Um quinto dos domicílios brasileiros (19,7%) só tem sinal analógico para a programação de televisão. São 13 milhões de lares que podem ficar sem qualquer acesso a TV com o fim do sinal analógico. Em 2014, a taxa era de 23,1%. Em 2013, era quase um terço dos domicílios (28,5%). Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de Acesso à Internet e à Televisão e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.

O governo já começou a desligar o sinal analógico no país. O primeiro município foi Rio Verde, em Goiás, mas em novembro também foi suspenso o sinal no Distrito Federal e cidades do entorno. Em 2017, o cronograma do Ministério das Comunicações prevê o desligamento em municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Minas Gerais e Espírito Santo, entre outros.

– Esses são domicílios que não têm acesso nem à TV digital, nem à TV por assinatura, nem à TV por antena parabólica. É um número alto, embora esteja reduzindo – afirma a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE Helena Oliveira Monteiro, em entrevista ao jornal “O Globo”.

TV DIGITAL AVANÇA

Apesar do elevada participação dos lares apenas com sinal analógico, vem avançando o acesso ao serviço de televisão digital aberta vem avançando. Quase metade dos lares (45,1%) já tem TV digital, parcela que era de 31,2% em 2013 e 39,8% em 2014. No Sudeste, pela primeira vez mais da metade (53,1%) dos domicílios contam com o serviço. O Nordeste, por outro lado, é o estado com menor acesso à TV digital, de apenas 33,3% dos domicílios.

Entre as unidades da federação, o Distrito Federal é aquele com maior acesso — 61,4% dos lares —, enquanto Tocantins é o estado com pior acesso — apenas 21,5% do total. A expansão da TV digital, no entanto, não esconde as diferenças do acesso de acordo com a localização dos domicílios. O serviço está presente em metade da área urbana (49,4%) e em apenas 17,6% da área rural. Menos de dois milhões de todos os 68 milhões de domicílios no país não têm TV. A parcela dos que tinham TV era de 97,1% em 2015, o que correspondia a 66,1 milhões de lares.

TV POR ASSINATURA FICA ESTAGNADA

O avanço da TV por assinatura foi interrompido em 2015. A parcela dos domicílios com o serviço ficou em 31,2%, mesmo nível já registrado em 2014. A região com maior presença da TV por assinatura é a Sudeste, com 43,4% dos lares, enquanto a Nordeste é a com menor parcela, de 16,3%.

Para a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE Helena Oliveira Monteiro, não é possível afirmar que a interrupção do crescimento da TV por assinatura tem a ver apenas com a crise econômica no país.

— Não passa apenas pelo rendimento, mas pela escolha do consumidor por outros tipos de modalidade de acesso à programação televisiva, como pela internet. Não é necessariamente crise — aponta ela.




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