Equipe do “Fantástico” fica “presa” na Amazônia‏

Equipe do “Fantástico” fica “presa” na Amazônia‏
Edson Ferraz e equipe passaram uma noite na Floresta Amazônica (Imagem: Reprodução/G1/TV Globo)
Edson Ferraz e equipe passaram uma noite na Floresta
Amazônica (Imagem: Reprodução/G1/TV Globo)

Em 29 de setembro de 2006, o Boeing da Gol que deixou o aeroporto de Manaus não chegou ao destino previsto, o Rio de Janeiro. Na ocasião, o avião se chocou com um Legacy tripulado por dois pilotos norte-americanos e caiu em plena Floresta Amazônica enquanto sobrevoava o estado de Mato Grosso. Os 134 passageiros e tripulantes morreram no acidente que voltou a ser pauta na imprensa na noite de domingo, 18, quando o ‘Fantástico’ relembrou os 10 anos de uma das maiores tragédias áreas do país. Ao abordar o assunto, a equipe do programa da Rede Globo enfrentou problemas e chegou a ficar “presa” na selva durante 21 horas.

Ao anunciar a matéria aos telespectadores, a apresentadora Poliana Abritta enfatizou que os responsáveis pelo conteúdo passaram por grande “susto”. Colega de apresentação da jornalista, Tadeu Schmidt explicou, na chamada, que os colegas de emissora fizeram “expedição de três dias”, tendo de usar carro, barco e fazer trajetos a pé para ter acesso ao local do acidente de uma década atrás. “No caminho, a equipe enfrentou as mesmas dificuldades dos grupos de resgate da época”, complementou Poliana. Antes de a reportagem ir de fato ao ar, o canal resgatou trechos de noticiários que abordaram a tragédia.

Na abertura da matéria, o repórter Edson Ferraz narrou os principais pontos da logística que envolveram os trabalhos, como a necessidade de se contar com apoio e autorizações da Fundação Nacional do Índio (Funai) e o caminho que precisou ser percorrido a partir do município mato-grossense de Colíder. Em busca de destroços do avião, o jornalista da TV Globo encarou trilha de 6 quilômetros juntamente com quatro indígenas da região. Ao lado do cinegrafista Marcos Silva, o jornalista passou a noite numa aldeia antes de enfrentar a selva amazônica. A edição do conteúdo que foi exibido na televisão destacou o cansaço de Ferraz. “Muito difícil caminhar na floresta, calor muito grande”, disse o cabisbaixo repórter.

Susto

“As coordenadas do GPS nos levaram para algum lugar qualquer na mata e a gente não conseguiu encontrar a Força Aérea Brasileira”, disse Edson Ferraz ao mudar o tom da reportagem – de apenas relembrar o acidente e ter acesso mais uma vez a destroços do avião que caiu há 10 anos – para algo que mostraria os problemas enfrentados pela equipe de TV ao lado dos indígenas. Antes, a matéria narrava que em 11 de setembro, dia da gravação, os jornalistas encontrariam integrantes da FAB em ponto pré-determinado da floresta, o que não ocorreu. “Sem saber ao certo a nossa localização, toda a expedição estava em risco”, comentou o repórter. A edição de imagem registrou que todos envolvidos com a pauta dormiram na mata.

Alívio

Depois de passarem a noite na selva, os indígenas e os jornalistas da TV Globo fizeram fogueira na tentativa de atrair a atenção de aviões da FAB que estivessem pelas proximidades, o que no primeiro momento não surtiu resultado positivo, já que a fumaça não ultrapassava a copa das imensas árvores. Na sequência, porém, a história teve desfecho feliz, com os integrantes da Força Aérea Brasileira localizando a equipe que preparava o material jornalístico. Ao encontrar os militares, Edson Ferraz não conteve as lágrimas e chorou – conforme registrado em menos de dois segundos do material final levado ao ar na noite do último domingo.

Lembrança

A última parte da reportagem exibida pelo ‘Fantástico’ se dedicou a dois pontos relacionados ao acidente. O primeiro simulou por meio de recursos gráficos como foi o choque entre o Boeing da Gol com o Legacy que tinha deixado o aeroporto de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Ainda sobre esse aspecto, a matéria citou que a dupla de pilotos norte-americanos que estava no Legacy chegou a ser condenada pela Justiça brasileira a três anos em regime aberto (cada), mesma pena imposta a dois controladores de tráfego aéreo. Apesar disso, “ninguém foi preso” até agora. O segundo ponto valorizou o trabalho desempenhado pela FAB na época do acidente, tendo militares em plena selva amazônica durante 51 dias. As informações são do portal “Comunique-se”.




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