Globo alega falta de tempo ao ignorar nomes de lista da Odebrecht

Globo alega falta de tempo ao ignorar nomes de lista da Odebrecht

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O documento agora conhecido como “A lista da Odebrecht”, que apresenta mais de 200 nomes e parece ser uma planilha com a indicação de pagamentos feitos pela construtora a políticos e partidos, foi a principal pauta nos noticiários de quarta e desta quinta-feira, 24. Na Globo, os nomes dos envolvidos não foram citados “por falta de tempo”.

Ao falar sobre o tema, o ‘Jornal Nacional’ e o ‘Bom Dia Brasil’ veicularam espécie de “nota” com posicionamento do canal. “Além de a polícia não saber ainda se cometeram alguma ilegalidade, a lista inclui mais de 200 pessoas de todos esses partidos. Não faria sentido escolher uns e omitir outros. E o tempo não nos permitiria divulgar todos”.

A emissora explicou que a investigação da Polícia Federal vai revelar se os pagamentos são doações eleitorais ou propina e que a falta dessa confirmação é mais um motivo para não expor os nomes. No total, a lista apresenta nome de políticos de ao menos 24 partidos da base do governo e da oposição associados aos valores. As anotações se referem às campanhas eleitorais de 2012 e 2014 e foram encontradas em endereços do executivo da Odebrecht, Benedito Barbosa Junior, que foi preso em fevereiro, na fase Acarajé da Operação Lava Jato. As informações são do portal “Comunique-Se”.

Veja, abaixo, a íntegra do texto veiculado no ‘JN’:

O Jornal Nacional não vai divulgar os nomes de políticos listados. O motivo é simples: além de a polícia não saber ainda se cometeram alguma ilegalidade, a lista inclui mais de 200 pessoas de todos esses partidos. Não faria sentido escolher uns e omitir outros. E o tempo não nos permitiria divulgar todos.

A suspeita dos policiais é que se trate de um registro contábil de pagamentos da Odebrecht para campanhas, nas eleições de 2010, 2012 e 2014. Tanto doações oficiais quanto não declaradas, conhecidas como caixa dois.

O esclarecimento vai depender da investigação da Polícia Federal. Não é possível, de antemão, saber se os pagamentos são doação eleitoral legal ou propina. É que mesmo que não estejam na prestação de contas registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral, existem formas de pagamento chamadas de “doações ocultas”. São repasses feitos de forma legal aos partidos, que só depois se destinam aos candidatos. Mais um motivo para o JN não divulgar a lista.


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