Jonathan Azevedo fala sobre carreira e dispara: “Não vou durar só cinco anos como ator”
Jonathan Azevedo, intérprete do personagem Sabiá, chefe do tráfico do morro do Beco na novela “A Força do Querer”, o tornou conhecido dentro (e fora) das telas do país.
Este ano, ele colhe os frutos e estreia “Ilha de Ferro”, uma série sobre o universo dos embarcados nas plataformas de petróleo. Dirigida por Afonso Poyart, a nova trama da rede Globo também contará com Cauã Reymond, Maria Casadevall e Sophie Charlotte.
Em entrevista exclusiva à GQ, a nova estrela fala sobre trajetória pessoal e profissional, adoção, sucesso, motivação e próximos passos.
Sobre a diferença entre fama e sucesso, Jonathan mencionou Cauã Reymond. “Cauã (Reymond) me ensinou a diferença entre sucesso e fama: a fama é uma coisa que pode acabar e à qual você não deve se prender; mas o sucesso é construção, fortalecimentos e amadurecimento. E foco também. Não vou durar só cinco anos como ator. Cheguei no sapatinho, mas cheguei pra ficar, parceiro“.
Na infância, o ator relembra que se sentia em casa no meio dos amigos de fora da comunidade em que viver. “Era tudo nosso, eu me sentia em casa no meio deles. Devia ter gente que pensava: “O que aquele neguinho tá fazendo com esses playboys? O Leblon queria me ver distante, mas eu sempre estive perto. Ipanema queria me ver na China, mas eu tava no Arpoador surfando. No caminho até a praia as madames me viam e abraçavam as bolsas”, contou Jonathan.
“O contraste social era tão grande quanto à proximidade que a gente tinha. Não havia com fugir deles, nem eles de mim“, disse ele.
Jonathan fala também sobre a família e o que o move. “Conhecer a minha mãe de sangue não é o que me move. O que me move é correr atrás do meu sonho. É fazer uma obra na casa da minha mãe, montar uma biblioteca na comunidade, porque conhecimento muda a vida, e é transformador mostrar que sua vida mudou por causa do conhecimento“.
Sobre a vida no Brasil, ele fala em fazer parte de um ‘eu posso’. “Não era nem pra eu estar vivo. O Brasil tem tantos ‘não era’ e que se ampliam pro afrodescendente, pobre, favelado. Juntei todos os ‘não era’ e transformei no ‘eu posso’“.
Sobre a profissão, ele destacou uma frase de um diretor. “Fiz uma cena e o diretor falou ‘Se tu quiser ficar rico, nunca saia do palco’. Meu treinador de basquete nunca tinha falado isso. Fiquei no teatro“.
