Jornalista da Record é sequestrado no Rio de Janeiro
O jornalista e apresentador da Rede Record, Vinícius Dônola, enfrentou uma situação de insegurança típica daquelas que costuma mostrar na TV.
Vinícius e sua família foram vítimas de um sequestro relâmpago na rodovia Rio-Petrópolis (BR-040). O caso aconteceu na última sexta-feira (27), por volta das 20h. Com eles, também estavam o filho, de oito anos, e o cachorro.
Sob a mira de revólveres, eles foram mantidos reféns durante dois quilômetros, ao fim dos quais os criminosos levaram dinheiro, cheque, celulares e o par de alianças do casal.
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Leia aqui a narrativa que Vinícius Dônola postou em seu Facebook:
“Hoje, ao vivo e sem a aliança
Estarei na noite de hoje no estúdio do Domingo Espetacular sem a aliança que usei na mão esquerda nos últimos exatos 12 anos. No Rio, minha mulher também estará sem o par correspondente.
Estamos bem, apesar dos pesares. Saímos ilesos da tormenta, e não vamos permitir que o ocorrido nos furte o sono, tampouco altere nossa rotina.
Vamos ao fato: eu, ela e nosso filho de oito anos fomos vítimas de um sequestro-relâmpago na noite de sexta-feira, no Km 111 da BR-040, a Rio-Brasília.
O trânsito estava lento quando paramos num restaurante, na beira da estrada, pouco à frente da Refinaria de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na pista sentido Juiz de Fora. Quinze minutos depois, voltamos à estrada pela pista lateral, engarrafada. Logo a seguir, ouvi o som de algo metálico batendo contra o meu vidro.
Imediatamente, soltei o cinto, abri a porta e orientei minha família a sair do veículo. Mas o rapaz com uma pistola cromada ordenou: – Volte para o carro.
Ele e um comparsa mais novo entraram pela porta de trás e se sentaram ao lado de nosso filho. – Pai, o que está acontecendo?
Procuramos seguir todas as orientações em caso de assalto: não reagir, informar antes os movimentos que faríamos (prender o cinto, apanhar a carteira, etc…), manter a calma e entregar tudo o que aos bandidos possa interessar.
Puxamos nosso filho para o banco do carona. Atrás, ficaram os ladrões e a Maya, nossa pastora, de quatro meses, que não sequer latiu durante os dez minutos entre o início e o fim da ação. Fez bem.
A todo instante, nosso carro era seguido por outro, de cor branca, cuja placa não anotamos. Vagarosamente, quase parando, passamos por uma viatura com homens da Polícia Rodoviária Federal, que parecem nada ter visto e, portanto, nada fizeram.
Durante todo o tempo, imploramos: – Vocês já tem o que querem. Desçam do carro, por favor. Desçam do carro.
Por um instante, eu, minha mulher e meu filho demos as mãos e oramos o “Pai Nosso”.
No Km 109 – dois quilômetros depois do ponto onde fomos abordados, os marginais pediram para que eu parasse o veículo e, então, saíram. – Foi mal, disse o mais jovem, levando dinheiro, dois celulares, uma mochila com computador e meu gravador de voz, talão de cheques e um par de alianças.
Poderíamos não ter compartilhado aqui a experiência, mas há no fato em si uma responsabilidade social implícita, da qual não podemos nos esquivar. A banalização da violência não pode anestesiar nosso inconformismo, e o silêncio, definitivamente, às vítimas não interessa.
Reitero que estamos bem.
Que Deus perdoe aqueles dois rapazes que invadiram nosso carro. Eles ainda não sabem o que fazem.
Vinícius Dônola”.
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