‘Não existe fórmula em novela. Não é matemática ou ciência exata. É intuição, emoção o tempo inteiro’, diz Ricardo Linhares

‘Não existe fórmula em novela. Não é matemática ou ciência exata. É intuição, emoção o tempo inteiro’, diz Ricardo Linhares

Desde a adolescência, Ricardo Linhares sempre sonhou seguir a carreira de escritor. No “Donos da História” que o VIVA exibe neste domingo, dia 18 de junho, às 18h30, o autor recorda momentos do início da trajetória profissional, comenta parcerias com autores como Gilberto Braga e Aguinaldo Silva, além de se emocionar com os depoimentos de Arlete Salles, Gloria Pires e Nathalia Timberg.

Formado em jornalismo, o carioca participou de um curso ministrado pelo roteirista Doc Comparato na Casa de Artes de Laranjeiras, em 1983. Não demorou e logo foi convocado para participar da equipe de roteiristas do programa “Caso Verdade”, quando estreou na Globo. Na emissora, na mesma época, também integrou a equipe de uma oficina para redatores de humor e, em seguida, começou a escrever para o lendário programa “Viva o Gordo”. “Sempre quis direcionar minha vida para escrever, mas imaginava que seria no teatro, e não, na televisão. A TV aconteceu na minha vida totalmente por acaso. Eu costumava ver novela desde criança e nem imaginava que um dia escreveria novela. Isso não me passava pela minha cabeça”.

A minissérie “A Máfia no Brasil” (1984) foi o primeiro trabalho de Ricardo como colaborador. No ano seguinte, foi a vez de trabalhar com Doc Comparato em “O Tempo e o Vento”. Sua primeira experiência em novelas veio em “O Outro” (1987), a convite de Aguinaldo Silva. Começava sua parceria com o autor, que se estendeu às tramas “Tieta” (1989) – no ar no VIVA -, “Pedra Sobre Pedra” (1992), “Fera Ferida” (1993), “A Indomada” (1997) e “Porto dos Milagres” (2001). Com Walther Negrão, trabalhou em “Fera Radical” (1988) – também em exibição no canal. Já em 1990, formou trio com Ana Maria Moretzsohn e Maria Carmem Barbosa na autoria de “Lua Cheia de Amor” – a novela contou com a supervisão de texto de Gilberto Braga. Com o novelista, firmou uma parceria duradoura, que compreende os folhetins: “O Dono do Mundo” (1991), “Anos Rebeldes” (1992), “Celebridade” (2003), “Paraíso Tropical” (2007) e “Insensato Coração” (2011). “Ele é um companheiro de vida. O Gilberto é fantástico, uma pessoa generosa, que tem muito a ensinar. E ensina. Trabalhar com ele é sempre um ensinamento. Respeito ele e sei que ele me respeita. Nunca houve absolutamente choque nenhum de ideia, assim como minha parceria com o Aguinaldo. Muito pelo contrário, sempre houve um somatório. Tenho muito orgulho e felicidade de criar junto e partilhar com Gilberto, Aguinaldo, com pessoas que fizeram o meu trabalho, e que eu fiz o deles, mais rico também.”

O bate-papo sobre as parcerias de Ricardo Linhares continuam, e ele revela que é “o escritor que mais escreveu em parceria na TV”: “Tenho o prazer de ter alguém com quem eu fale todo dia, diversas vezes. Tenho prazer em criar junto”. O convidado ainda destaca as críticas de quem considera o estilo inadequado ao andamento das obras. “As pessoas às vezes comentam que duas ou três pessoas escrevendo, enfim, quantas pessoas forem, pode perder a unidade. Não concordo. Já fiz novelas a seis mãos, com três pessoas, e isso nunca aconteceu. E, às vezes, pode ter um autor e perder a essência no meio do caminho. Não existe fórmula em novela. Não é matemática ou ciência exata. É intuição, emoção o tempo inteiro”.

Sua estreia como autor principal foi em 1998, com “Meu Bem Querer”. “Acho que novela aprendemos fazendo. Novela não tem uma maneira. Uma novela depende da sua experiência em resolver os problemas. Existe toda uma carpintaria que só aprendemos na prática”, resume Ricardo. Outros destaques de sua carreira são: “Agora É que São Elas” (2003) e o remake de “Saramandaia” (2013).

SOBRE “DONOS DA HISTÓRIA”

A série dá continuidade ao sucesso de “Damas da TV” (2013) e “Grandes Atores” (2014). Também idealizado por Hermes Frederico, o projeto homenageia alguns dos mais emblemáticos escritores brasileiros da televisão, criadores de clássicos e personagens inesquecíveis, que marcam a teledramaturgia brasileira.

“Donos da História” resgata as recordações e aborda as trajetórias dentro e fora da telinha de consagrados autores: Aguinaldo Silva, Alcides Nogueira, Antonio Calmon, Benedito Ruy Barbosa, Gilberto Braga, João Emanuel Carneiro, Manoel Carlos, Maria Adelaide Amaral, Miguel Falabella, Ricardo Linhares, Silvio de Abreu, Walther Negrão e da dupla Duca Rachid e Thelma Guedes.

A cada semana, um convidado conta sua história para as câmeras, em depoimentos repletos de emoção e revelações. As memórias profissionais e pessoais desse time renomado ainda são recordadas por declarações especiais de diretores e atores parceiros, que participam da história de cada um deles: Arlete Salles, Ary Fontoura, Betty Faria, Dennis Carvalho, Fernanda Montenegro, Gloria Pires, Juliana Paes, Laura Cardoso, Lília Cabral, Malu Mader, Mateus Solano, Ney Latorraca, Paolla Oliveira, Regina Duarte, Renata Sorrah, Taís Araújo, entre outros.

Além de idealizador do projeto, Hermes Frederico é coprodutor, roteirista e comanda as entrevistas da série por trás das câmeras. Ele é professor de comunicação oral na PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), um dos diretores da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) e da Faculdade CAL, e produtor de peças teatrais. “Donos da História” tem direção de Bernardo Portugal e produção da SeuFilme, em parceria com o VIVA.

* “Donos da História” também poderá ser assistido pelo VIVA Play e pelas plataformas VOD das operadoras NET, VIVO e Oi. Os episódios serão disponibilizados sempre no dia seguinte à exibição na TV. 

VIVA – Canal Globosat
“Donos da História” – Ricardo Linhares – inédito

Horário principal: domingo, dia 18 de junho, às 18h30
Horários alternativos: sábado, dia 24 de junho, às 18h; e domingo, dia 25 de junho, às 18h

Classificação: Livre

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