“Não tenho medo das minhas opiniões”, diz Zeca Camargo

“Não tenho medo das minhas opiniões”, diz Zeca Camargo
Zeca Camargo (Foto: Divulgação)

A crônica de Zeca Camargo, na Globo News, sobre a comoção nacional do Brasil após a morte do cantor Cristiano Araújo segue rendendo novos capítulos. Após inúmeras críticas de vários artistas, muitos deles sertanejos, e do pedido de desculpas equivocado, no “Vídeo Show” dessa segunda-feira (29), Zeca Camargo escreveu, em sua coluna no portal “G1”, sua versão dos fatos.

Zeca afirmou ter sido mal interpretado e afirmou que não questionou “a dor legítima dos fãs, que estava lá muito presente, mas o sofrimento ‘por tabela’ de tantas e tantas pessoas que conheciam o cantor apenas marginalmente (se tanto) e que, num significativo movimento de massa, ‘pegaram carona’ no sentimento genuíno de quem o seguia desde o início humilde”.

O ex-apresentador do “Fantástico” e “Vídeo Show” refez a comparação entre a comoção da morte de Cristiano Araújo e um livro para colorir e explicou: “A comparação era simples: ao contrário da tristeza que os fãs verdadeiros estavam sentindo, milhares (milhões?) de ‘não fãs’ simulavam esse sofrimento como se fosse uma emoção de verdade – assim como as pessoas que se debruçam nos livros coloridos vivem a ilusão de que estão sendo criativos”.

Zeca Camargo (Foto: Divulgação)
Zeca Camargo (Foto: Divulgação)

O jornalista abriu espaço para responder ás críticas feitas sobre sua opinião: “Há ainda a ironia de estar sozinho em meio a colegas que também ironizam a cobertura talvez exagerada da mídia, mas que lhes falta ou coragem ou oportunidade para defender melhor a mesma ideia. E há sobretudo a ironia de achar que estamos discutindo a cultura brasileira quando cada linha sobre o assunto só joga mais uma pá de terra na questão”.

“Não tenho medo das minhas opiniões – até porque, está claro para mim que minha crítica não era ao artista nem ao seu luto, mas à cobertura dele e ao vazio do discurso sobre cultura no Brasil (essa sim, tristemente próxima de um livro de colorir). Como uma amiga me comentou, só posso ser responsável pelo que escrevo, não pelo que os outros entendem”, finalizou Zeca.

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