Novas dinâmicas do “BBB 24” estão ligadas ao comportamento da GenZ nas redes sociais

Novas dinâmicas do “BBB 24” estão ligadas ao comportamento da GenZ nas redes sociais

Todo início de ano é marcado por um momento muito esperado por vários brasileiros: a estreia do “Big Brother Brasil”. Falem bem ou falem mal, o programa é um dos assuntos mais comentados atualmente. Para essa 24ª edição, Boninho, o diretor de criação, resolveu implementar novas dinâmicas e algumas estão ligadas ao comportamento do público nas redes sociais, especialmente da Geração Z, pessoas de 13 a 27 anos.

Se comparado ao ano passado, o “BBB 24” tem mais pessoas da GenZ, totalizando onze participantes nessa faixa etária, contra oito que estavam no “BBB 23”, um aumento de 27%. Nesta edição, a idade dos vinte e seis participantes selecionados foi de 21 a 45 anos, sendo que catorze participantes estavam na faixa dos 20 anos, sete participantes na faixa dos 30 anos e apenas três participantes na faixa dos 40 anos.

Sabemos que a maneira de consumir conteúdos da GenZ está em constante evolução e faz alguns anos que o BBB é um fenômeno multimídia, justamente por estar disponível em diversos formatos e plataformas ao mesmo tempo, não sendo um entretenimento exclusivo da televisão. A internet possui bastante força, tanto para assistir o programa 24 horas por dia, no streaming Globoplay, como para comentar nas redes sociais.

Neste cenário, o X (antigo Twitter) se destaca, pois é uma plataforma que permite fazer comentários em tempo real sobre tudo que acontece na casa mais vigiada do Brasil. O público faz mutirão para salvar seus favoritos ou eliminar seus desafetos, alerta sobre possíveis erros, expõe incoerências dos participantes e também brinca com situações que acontecem, criando memes a partir do que é vivido lá dentro.

Isso se desdobra, de maneira instantânea, para conteúdos em vídeos reproduzindo os memes, as falas e até momentos do programa. A criadora de conteúdo Luiza Góes é um grande exemplo dessa movimentação, pois a partir de vídeos assim, conquistou mais de 100 mil interações em 20 horas, em um único post. Tudo isso contribui para o sucesso e viralização do programa. Ou seja, quem não acompanha ao vivo, é impactado de uma forma ou de outra, por causa das redes sociais e do trabalho dos creators.

A maior parte do público que usa a rede social com esse intuito nesta época do ano pertence à Geração Z. De acordo com um levantamento de 2022 feito pelo time de pesquisa do Twitter Brasil, quase 40% da GenZ usa a plataforma e 67% são heavy users. No primeiro semestre de 2022, 51% de todos os tweets feitos no país foram realizados por pessoas dessa geração, o que comprova que estão sim muito presentes nas mais variadas pautas que circulam na internet, incluindo o BBB.

Vendo essa mobilização se tornar cada vez maior e mais significativa com o passar dos anos, a 24ª edição trouxe um novo quadro intitulado ‘Fanfic BBB’, que é uma versão atualizada do antigo ‘O Brasil Tá Vendo’, mas com uma participação mais efetiva  do público. Neste caso, o conteúdo das redes sociais terá destaque na narrativa do reality show, visto que será um espaço direcionado para tudo que dialoga com o programa fora do que é mostrado no ao vivo.

Outro ponto que vai ganhar voz do público é a Central do Líder, mesa de comando dos participantes que conquistam a liderança. Por meio do painel, o líder da semana tem privilégios, como assistir os demais e muitas vezes ouvir conversas com áudio. A partir deste ano, a Central ganhará a Enquete do Líder, onde por meio de uma votação no Gshow, o público poderá avaliar a liderança da semana, dando um feedback – que pode ser verdadeiro ou não – para o participante em questão.

Além dessas novidades, a dinâmica de votação também mudou. Agora existe o voto de torcida, que é a votação tradicional que já conhecemos, onde é possível votar quantas vezes quiser, e o voto único, onde as pessoas colocam o CPF para votarem apenas uma vez em um participante. Cada categoria de votação terá o peso de 50% no resultado final, que será a média dos dois formatos.

A decisão foi tomada a partir da análise de atitudes de parte do público na internet, com o objetivo de evitar que a escolha dos ganhadores do programa seja afetada por ações de robôs, garantindo maior auditoria do resultado. Desta forma, é perceptível que a GenZ continua ditando tendências de comportamento, principalmente nas redes sociais, capazes de fazer um programa do porte do Big Brother Brasil, transmitido em rede nacional para todo o país, adotar mudanças em suas dinâmicas.

*Luiz Menezes é fundador da Trope, uma consultoria de geração Z que ajuda marcas a rejuvenescerem suas estratégias de negócio. Aos 24 anos, Luiz é nativo digital, creator, apresentador, empresário e empreendedor. Presente no mercado e atuando na área de comunicação há 7 anos, o especialista acumula experiência em organização de eventos voltados à cultura pop e geek, prestação de serviços de marketing de influência e digital PR para grandes marcas, como Mondelez, Meta, Itaú, Ecossistema  nima, P&G, Embelleze, entre outras. Luiz fez parte da co-criação da Pato Academy, empresa com foco em desmistificar hacking e tecnologia através de educação. Recentemente, fundou o InstitutoZ, braço especializado em estudos de comportamento de consumo da Geração Z, feitos pelo olhar de nativos digitais. Hoje, está à frente da Trope, fundada em 2021, onde busca facilitar a entrada de nativos digitais, ou seja, a geração Z, no mercado da comunicação, tornando-os aptos a ocupar posições de destaque e de tomada de decisão, promovendo, desta forma, um ecossistema mais plural, inclusivo e diverso.

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