Presidente do PT acusa Record de apoiar manifestações e ameaça cortar verba publicitária da emissora

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu, em reunião fechada com a bancada, que o governo deve restringir a veiculação de publicidade nos veículos de comunicação que “apoiaram” e “convocaram” as manifestações contra a presidente Dilma Rousseff no domingo, 15 de março. As informações são da Revista “ISTO É”.
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“A Record, que sempre teve uma simpatia maior por nós, no domingo começou em rede aberta a convocar a manifestação. Foi uma briga por audiência. Nesse caso não foi nem má-fé”. O presidente da sigla disse aos presentes que não adianta “minimizar” o que ocorreu no domingo, mas pontuou que o sucesso das manifestações se deve “exclusivamente” a convocação da “grande mídia”. Segundo Falcão, as redes de TV “manipularam” os números de participantes.
EM TEMPO
Em 2014, o SBT sofreu uma pressão similar do governo federal.
Pressionado por parlamentares e pela ameaça de perder mais de R$ 150 milhões em verbas publicitárias do governo federal, o SBT decidiu censurar as opiniões polêmicas da jornalista Rachel Sheherazade, âncora do telejornal “SBT Brasil”.
Depois de todas as polêmicas envolvendo o nome da jornalista, que tinha carta branca para emitir sua própria opinião no vídeo, o canal de Silvio Santos resolveu moderar a participação da apresentadora. Em nota divulgada em abril daquele ano, o SBT informou que “a partir de agora os comentários em forma de editorial em seus telejornais serão de responsabilidade do canal.”
Leia o comunicado na íntegra:
“Em razão do atual cenário criado recentemente em torno de nossa apresentadora Rachel Sheherazade, o SBT decidiu que os comentários em seus telejornais serão feitos unicamente pelo Jornalismo da emissora em forma de Editorial. Essa medida tem como objetivo preservar nossos apresentadores Rachel Sheherazade e Joseval Peixoto, que continuam no comando do SBT Brasil”.
Em outubro de 2013, durante uma reunião com a cúpula do PT, Luís Inácio Lula da Silva contou que “recentemente assistia TV e, ao zapear, parou no SBT. Sem dar nomes, disse que viu uma jornalista de “vinte e poucos anos” criticar pesadamente o governo e os políticos. Em sua avaliação, as críticas não tinham embasamento algum.”, segundo informou o jornalista Lauro Jardim (Veja) na época.
Em 2012, o SBT recebeu R$ 153,5 milhões em publicidade de verba publicitária do governo federal. Ficou atrás apenas da Globo (R$ 495 milhões) e da Record (R$ 174 milhões). O valor destinado à TV de Silvio Santos corresponde a 13,64% do bolo publicitário das emissoras.
