Record toma atitude e deixa os funcionários, a imprensa e os telespectadores chocados
Os Bispos da Record TV tomaram uma atitude que deixou os funcionários, a imprensa e os telespectadores chocados.
Com tradição em reprisar exaustivamente entrevistas bombásticas e acontecimentos trágicos com seus próprios artistas, a emissora adotou um comportamento diferente com Marcelo Rezende. A direção da Record TV proibiu apresentadores e editores de telejornais de noticiarem qualquer fato relacionado à morte do jornalista, ocorrida no sábado (16), segundo informa o colunista Daniel Castro, do site “Notícias da TV”.
Do “Fala Brasil” ao quadro “Hora da Venenosa”, nenhum noticioso da emissora sequer citou que Rezende foi enterrado no domingo à tarde. Nenhuma repercussão da morte, envolvendo amigos ou familiares, ou comentário foi autorizado.
A exceção foi para o “Cidade Alerta”. Ao abrir o telejornal na tarde desta segunda (18), Luiz Bacci mostrou que alguns elementos do cenário do programa, como fotografias e o “trono” de Percival de Souza, haviam desaparecido. “Estamos retirando algumas referências para que nosso coração fique menos machucado”, disse Bacci.
Assista:
A menção durou apenas um minuto, como pode ser visto no vídeo acima. Após isso, o silêncio sobre a morte de Rezende permaneceu durante todo o jornalístico.
A Record está sendo discreta a pedido do próprio Rezende, reforçado por familiares na semana passada, segundo informa o colunista Daniel Castro.
Quando concordou em dar uma entrevista ao “Domingo Espetacular”, em maio, revelando estar com câncer no pâncreas e no fígado, Rezende pediu para a reportagem ir ao ar uma única vez. A Record só a reprisou, no dia seguinte, no “Cidade Alerta”.
Na semana passada, quando a saúde de Rezende piorou e ele teve de ser internado no Hospital Moriah, na zona sul de São Paulo, a Record atendeu ao apelo da família e não noticiou nada.
O silêncio só foi quebrado no sábado, quando Reinaldo Gottino interrompeu o “Cidade Alerta” para anunciar a morte do jornalista. A cobertura continuou no “Jornal da Record”, que marcou 14,2 pontos, quase o triplo do que registra aos sábados. No domingo, a emissora exibiu flashes do velório durante o “Domingo Show” e liderou no Ibope da Grande São Paulo. Mas, a pedido da família, a emissora não cobriu o enterro.
Até o ano passado, o comportamento da Record era diferente. A emissora conseguia ocupar horas e horas da programação com as mesmas imagens e com as mesmas informações em busca de altos índices de audiência. Sensacionalismo puro. Foi assim em 2008, com o sequestro da menina Eloá, foi assim em 2015, na morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo, e no ano passado, quando Ana Hickmann foi vítima de um atentado em um hotel de Belo Horizonte.
