Gilberto Barros diz que vai agredir gays que se beijarem em sua frente: “Apanha os dois”

O apresentador Gilberto Barros, 61 anos, começou a receber inúmeras críticas em seu perfil no Instagram depois de uma fala homofóbica. Durante uma entrevista com a jornalista Sonia Abrão, 62 anos, em seu canal no YouTube, o “TV Leão”, ele afirmou que agrediria dois homens que se beijassem na sua frente. Após a declaração, ele foi denunciado no Ministério Público do Estado de São Paulo por crime de homofobia.

Nesta quarta-feira (16/09), Gilberto postou um vídeo com notícias sobre o novo coronavírus e recebeu uma enxurrada de comentários negativos dos internautas. “Se vir o Gilberto Barros na rua na minha frente, ele apanha!”, afirmou um. “Pior vírus que o preconceito não existe, mas você não sabe disso, não é mesmo? Só lamento! Tenho pena de você!”, indignou-se outro. “O que esperar de um cara frustrado com a felicidade dos outros, né?”, comentou um terceiro.

ENTENDA O CASO

O caso aconteceu na última semana, durante a exibição do programa Amigos do Leão, no Youtube. Na transmissão, que contou com a participação de Sônia Abrão, o apresentador relembrou seus tempos de trabalho na Rádio Globo, em 1980.

“Eu tinha que acordar às 2h30, 2h00, e ainda presenciar, onde eu guardava o carro na garagem, beijo de língua de dois ‘bigode’, porque tinha uma boate gay ali na frente. Não tenho nada contra, mas eu sou gente. Naquela época ainda, você imagina, chegando do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz”, afirmou Gilberto. No momento, Sonia ficou impressionada e disparou: “Meu Deus”. A entrevista foi transmitida na última quarta-feira (09/09) e indignou as redes sociais.

A denúncia contra Gilberto Barros ao MP foi feita pelo jornalista e ativista LGBT William De Lucca, pré-candidato a vereador de São Paulo pelo PT. Ele se baseou na lei estadual 10.948, sancionada em 2001 e que pune a prática de discriminação em razão da orientação sexual e identidade de gênero. “Não é admissível que alguém, especialmente na imprensa, incentive a violência contra LGBT. Vai responder penal e administrativamente e vai aprender pela lei a respeitar nossa população. É inaceitável que em pleno século 21 a gente ainda seja ameaçado por fazer algo que qualquer pessoa heteronormativa faz tranquilamente, sem qualquer incômodo. Precisamos coibir este tipo de postura, mas, mais que isso, promover ações políticas e de reparação às violências contra a população LGBT”, afirmou.

Desde 13 de junho de 2019, após decisão do STF, a homofobia e a transfobia são crimes no Brasil, enquadrados na lei antirracismo. “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa é crime com pena possível de um a três anos, além de multa. Se a divulgação de ato homofóbico acontecer em meios de comunicação, como publicação em redes sociais, a pena pode ser de dois a cinco anos, além de multa.

Assista à declaração polêmica de Gilberto Barros:

https://youtu.be/RjiZoMRYeI0?t=151
Compartilhar: