Marcão do Povo aciona a polícia contra a cantora Ludmilla
O apresentador Marcão do Povo registrou uma notícia-crime na Polícia Civil de Barueri contra a cantora Ludmilla após publicações recentes da artista. A ação busca a remoção imediata de um vídeo postado em 19 de dezembro, onde a cantora afirma que o comunicador foi condenado por crime de racismo.
De acordo com informações publicadas pela Folha de S. Paulo, a polícia paulista já instaurou um inquérito para investigar as alegações apresentadas pelo contratado do SBT. O apresentador sustenta que a artista excedeu os limites da liberdade de expressão ao divulgar informações que ele classifica como inverídicas sobre seu histórico judicial.
A defesa de Marcão do Povo argumenta que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu uma decisão de absolvição em dezembro de 2024. Segundo os documentos protocolados, essa decisão favorável ao jornalista teria sido mantida pela Corte após a análise de recursos durante o ano de 2025.
Os argumentos da defesa e o conteúdo do vídeo
No material divulgado em suas redes sociais, Ludmilla contesta a versão da absolvição e afirma que o apresentador utilizou manobras processuais para evitar as penalidades. A cantora declarou publicamente que, embora o Judiciário tenha reconhecido a prática do ato, o apresentador não sofreria as consequências efetivas da condenação.
A artista também direcionou críticas à emissora SBT, questionando a manutenção do profissional em seu quadro de funcionários diante do imbróglio jurídico. Ludmilla defendeu que veículos de comunicação históricos devem se posicionar de forma rígida em casos que envolvam acusações de conduta discriminatória.
Assista ao vídeo:
Ludmilla rebate fala mentirosa de Marcão do Povo, condenado por injúria racial, após ele afirmar que teria sido absolvido:
“O SBT, emissora histórica que sempre representou a pluralidade do Brasil, precisa saber que mantém em sua casa um apresentador condenado por racismo.” pic.twitter.com/yy7FeeDc7I
— poponze (@poponze) December 20, 2025
A contestação judicial e os próximos passos
O documento entregue à Polícia Civil classifica as falas de Ludmilla como uma imputação objetiva de conduta criminosa e desqualificação de decisão judicial. Marcão do Povo alega que as expressões utilizadas pela cantora não permitem dupla interpretação e configuram um ataque direto à sua honra e ao sistema judiciário.
A jornalista Fábia Oliveira, do portal Metrópoles, informou que o apresentador considera o vídeo mentiroso por sugerir uma fraude no processo decidido pelo STJ. O caso segue sob investigação policial para apurar se houve prática de calúnia ou difamação nas declarações feitas pela cantora.
Ao tomar conhecimento de que Marcão do Povo acionou a polícia contra ela, Ludmilla comentou em seu perfil na rede social Twitter:
“Só no Brasil uma pessoa que chamou a outra de macaca em rede nacional pensa em abrir um inquérito criminal contra a vítima.”
SBT se pronuncia sobre a briga
O SBT se pronunciou após a cantora Ludmilla recusar um convite de homenagem feito pela emissora e dizer que a mesma “dá voz” ao racismo.
“O SBT não compactua com atos, insinuações, discursos ou quaisquer manifestações de cunho racista, e repudia todas as formas de discriminação”, diz a nota oficial, enviada à imprensa.
No dia 19 de dezembro, Ludmilla publicou um vídeo em seu Instagram no qual fez novas críticas ao jornalista Marcão do Povo, do SBT. Em 2017, ele usou o termo “pobre macaca” para se referir à cantora, que foi à Justiça.
O vídeo de Ludmilla veio em resposta ao apresentador do Primeiro Impacto que recentemente afirmou no programa que foi “inocentado de toda e qualquer denúncia de calúnia de crimes de ódio e contra a raça”.
Ao dizer que Marcão não foi transparente com o seu público, por não ter sido inocentado e sim usado “uma manobra para se livrar das consequências”, Ludmilla também falou sobre o SBT:
“Agora, o SBT, que é uma emissora histórica, que sempre representou a pluralidade do Brasil, precisa saber que manter em sua casa um apresentador condenado por racismo… Eu deixo minha indignação a vocês. Vou tentar recorrer a mais alguma coisa na Justiça.”
Na última segunda-feira, 22 de dezembro, Ludmilla afirmou que a emissora entrou em contato, sugerindo uma homenagem a ela. “Eu não posso aceitar uma homenagem enquanto essa mesma emissora segue dando voz, segue dando espaço, respaldo a pessoas coniventes com a atitude racista. Isso para mim é incoerente e inaceitável”.
Relembre o caso envolvendo Ludmilla e Marcão do Povo
Em janeiro de 2017, Marcão do Povo apresentava o Balanço Geral DF, da Record. No quadro Hora da Venenosa, sobre fofocas da vida de famosos, repercutiram a notícia de um suposto incômodo da cantora para tirar fotos com fãs. Ao criticá-la, usou o termo “pobre macaca”.
A Record TV, à época, repudiou as falas e demitiu o apresentador. No mês seguinte, ele foi contratado pelo SBT, onde trabalha até os dias de hoje, apresentando o Primeiro Impacto. Na ocasião, Ludmilla já havia criticado a emissora pela contratação.
Ao longo dos anos, além de se enfrentar na Justiça, a dupla também trocou declarações críticas entre si.
Em entrevista ao Superpop, da RedeTV!, em 2019, por exemplo, Marcão do Povo afirmou: “Não devo favor ou satisfação pra ela. Ela deveria pedir desculpa pra mim”.
