“Ser um preto viado faz as pessoas olharem pra mim”, afirma Ícaro Silva sobre sexualidade

Homem preto e parte da comunidade LGBTQIA+, Ícaro Silva falou sobre sua profissão, sua sexualidade e como isso sua voz impacta a sociedade.
Veja mais: Moradores de prédio “de família” tentam impedir Andressa Urach de comprar apartamento no local
“Ser um preto viado faz as pessoas olharem para mim e incomoda muito. Pessoas que não estão acostumadas a me ver no mainstream, geralmente se chocam com a minha opinião… Não acho que eu seja um militante, que são aqueles que estudam e se dedicam para isso, eu sou um artista. A arte é política e atravessa a história da sociedade. Eu tô inserido na sociedade“, refletiu, em entrevista ao “Splash“, da “UOL“
O ator afirmou que não procura ser uma pessoa polêmica, mas que, quando fala sobre um assunto que não é considerado polêmico, o tema não ganha visibilidade.
“Faço várias coisas ao mesmo tempo, como os audiolivros do Harry Potter, as pessoas amam e isso é muito pouco falado. Tudo da minha voz que não possa causar polêmica é muito pouco falado“, apontou.
O artista declarou ainda que gostaria que suas opiniões estivessem vinculadas ao seu trabalho.
“Sou um artista e gostaria que a minha opinião política e social estivesse no contexto do meu trabalho, não no da minha vida pessoal, porque não tenho interesse em dividir opiniões pessoais com o público. Acabo fazendo isso porque me perguntam“, disse.
Veja também: Ludmilla se pronuncia após ter sido acusada de intolerância religiosa
“De qualquer forma, sou um corpo alvo. Então, vai haver uma polemização sobre o meu corpo. Nesse sentindo, acho importante destacar os ativistas de verdade, como Adjunior e Elisa Lucinda, uma poetisa e atriz que também se coloca como ativista“, completou.
Ícaro Silva estará na série “Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente“, interpretando Raul, um segurança da boate Interno e militante ferrenho. O personagem tem uma vida dupla, dividida entre bicos que exigem masculinidade e o desejo de subir aos palcos, montado de drag queen.
A trama, baseada em fatos reais, conta a história de comissários de voos que contrabandeavam remédios contra aids para salvar vidas.