Antonio Pitanga ressalta ausência de negros na Lava-Jato: “Se tivesse, ele já estaria algemado”

Nesta terça-feira (9), o “Programa Amaury Jr.”, da RedeTV!, exibiu uma entrevista exclusiva com o ator baiano Antonio Pitanga. Na conversa, ele falou sobre o recém-lançado documentário “Pitanga”, contou detalhes de sua vida pessoal, como o casamento com Benedita da Silva, ex-governadora do Rio de Janeiro, além de criticar a ausência de personagens que retratem o verdadeiro povo brasileiro nas produções midiáticas. “Que Brasil é esse em que a gente procura quem mostre a verdadeira cara brasileira, o povo brasileiro, que é mestiço, é branco, é negro, é imigrante, e não encontra?” A participação brasileira deixa de ganhar e muito nos programas de televisão e cinema”.

Questionado por Amaury Jr., ele confessa ter hesitado ao ouvir a ideia de um documentário que o homenagearia. “Primeiro o Beto Brandt, que é um apaixonado pelo cinema brasileiro, disse: ‘quero fazer um filme sobre a tua vida’. E eu respondi: ‘que isso? Como fazer um filme sobre a minha vida?’. (…) Depois chega a Camila [Pitanga, sua filha], começa a conversar e explica a proposta, que não seria um documentário chapa branca, com entrevistas e depoimentos, mas um documentário onde você interage com os convidados”, recorda ele, citando um trecho em que conversa sobre a morte com os amigos Jards Macalé e Ney Latorraca.

Antonio Pitanga também deu sua opinião a respeito do atual momento político do país. “Eu acho que nós estamos vivendo o tempo da consciência, um mergulho no caos para nascer daí uma consciência transparente, emocionante e humana, porque estamos num dos momentos mais difíceis não só no Brasil, mas do mundo”. E, sobre a Operação Lava-Jato, disparou: “Pensa bem, você não tem nenhum negro nesse projeto de corrupção, e se tivesse, ele estaria algemado”.