Eliana festeja sucesso de sua estreia na TV Globo e se orgulha

Eliana festeja sucesso de sua estreia na TV Globo e se orgulha

Uma das apresentadoras mais queridas no país, Eliana encarou recentemente uma grande transformação em sua vida. Após anos de dedicação ao SBT, onde consolidou sua carreira entre os maiores nomes da TV, ela deu um novo salto em sua trajetória ao aceitar o convite para integrar o elenco da Globo. Agora, à frente do programa “Saia justa”, em que divide o sofá com Tati Machado, Bela Gil e Rita Batista, e com quadro no “Fantástico”, entre outros projetos que vem tocando, Eliana prova que continua em constante evolução e pronta para explorar novos caminhos para trocar com o telespectador:

— Quem me acompanha já viu algumas transições da minha vida, como quando fui do público infantil para o adulto. Passei pela Record, depois voltei para o SBT para dividir os domingos com esse grande comunicador que sempre será o Silvio Santos. Inovação é algo que me movimenta ao longo da minha história. Eu estava numa zona de conforto, sendo feliz com meu programa dominical, mas desejei fazer algo diferente e topei esse desafio. Agora, estou muito feliz em transitar em novos ambientes, falar de outras formas com meu público. O mais importante é ter a certeza de que eu posso ser eu mesma em todos os papéis que for desempenhar.

Nesta nova temporada do “Saia justa”, que estreou no início de agosto, Eliana vem mostrando uma faceta bem diferente daquela a que parte de seu público estava acostumada. Ela já falou sobre orgasmo, inseguranças com aparência… A apresentadora diz estar entusiasmada com essa possibilidade de discutir assuntos femininos em um formato que considera pioneiro e significativo.

— É uma honra poder estar sentada nesse sofá. Se Hebe estivesse por aqui, ela teria ficado muito feliz em saber que, de alguma forma, eu também ganhei um sofá para chamar de meu — brinca Eliana, referindo-se à ex-colega de SBT e amiga pessoal.

Sobre esse lado com menos filtro para falar de assuntos que alguns podem considerar tabus, a comunicadora acrescenta:

— Nunca deixei de dar as minhas opiniões. Mas sempre falei de forma muito adequada ao horário, sabendo que famílias e crianças estavam me assistindo. Agora, numa quarta-feira à noite, posso me aprofundar em vários temas, de forma leve.

Com mais de 30 anos de carreira na TV, Eliana já passou por diversas “saias justas” na vida. As maiores, segundo ela, foram por ser mulher.

— A gente sempre tem que se impor, falar de forma contundente para ser ouvida, respeitada. Minha mãe, minha avó, minha irmã, todas vivenciaram isso, como eu. Estou preparando a minha filha (Manuela, de 6 anos) para se empoderar. Quando ela estiver maior, espero que muita coisa já tenha mudado e que o caminho esteja mais pavimentado — afirma Eliana, que se declara feminista: — Sempre fui, mas não dava um nome. Hoje a gente sabe que as mulheres não são só donas de casa, mas são donas da casa. Ser feminista nada mais é do que querer igualdade. Uma questão de sobrevivência.

Saia justa no primeiro encontro

Ela lembra outras saias justas mais leves pelas quais passou, como quando ouviu a primeira pergunta sobre sexo feita pelo filho mais velho, Arthur, hoje com 13 anos, e o primeiro encontro com o marido, Adriano Ricco, de 46, com quem está há dez.

— Uma vez meu filho ouviu aquela música “Amor e sexo”, da Rita Lee, e me perguntou o que era sexo. Eu não menti, mas expliquei que era sexo feminino e masculino (risos). Ele ficou satisfeito com a resposta naquele momento. Certamente, agora com 13 anos, ele já deve entender melhor a música, né? — diverte-se a loira, relembrando a outra história: — Meu primeiro encontro com Adriano foi muito divertido, num jogo de basquete. E na hora que o time adversário fez ponto, soltei um palavrão. Era a primeira vez que a gente estava saindo, num lugar inusitado para um primeiro encontro, um ginásio, comendo um cachorro-quente, uma coisa meio descontraída, e eu ainda soltei um palavrão. Ah, foi risada para todo lado. Fiquei um pouco envergonhada, mas pensei: “Ah, que bom que ele logo vai me conhecer como eu sou”.

Realmente, para quem não a conhece na intimidade, Eliana sempre foi vista como “certinha”. E essa reputação também foi pauta do “Saia justa” logo na estreia do programa, quando, de uma forma divertida, a loura tratou logo de afirmar que não é, não, arrancando risadas das companheiras de sofá.

— Eu trabalhei 16 anos com as crianças, e era muito claro para mim que eu queria ter uma postura muito certa e correta, para ser sempre um bom exemplo. Era natural da minha profissão e do meu momento de vida. Naquela época, né? Muita gente tem memória afetiva daquela figura, mas já faz 20 anos que isso aconteceu. Hoje eu tenho 51 anos. Muita coisa mudou e eu amadureci. Quando você amadurece, essa postura já nem cabe mais porque não é de verdade — pontua.

É, o tempo passou… E a discussão sobre etarismo é um assunto que Eliana já vem abordando, reconhecendo as pressões sociais relacionadas ao envelhecimento, especialmente para as mulheres.

— Comecei a perceber a ação do tempo depois dos 40. Mas já senti uma estranheza quando, aos 35, 36, eu passei a sentir uma pressão para ser mãe. Naquele momento, eu queria ter filhos, mas primeiro pensava em me estabilizar profissionalmente para depois pensar em construir minha família e ter filhos.

Enquanto estivesse trabalhando muito, estaria fora de casa, viajando. Queria ter a tranquilidade de poder curtir a maternidade da maneira como eu sonhava. Não quando tivesse que ser, mas quando fosse bom para mim. Aos 30 e poucos, tinha gente que me dizia que eu seria mãe velha. Eu pensava: “E daí? Vou ser quando achar que devo ser”. E minha gravidez foi aos 38, depois, a segunda, aos 44 — conta, completando: — Tenho amigas que decidiram não ser mães e está tudo bem. O corpo é nosso e a gente que decide.

Animada com essa oportunidade de abordar temas variados na TV — onde ainda surgirá à frente do especial de Black Friday “Vem que tem”, com Paulo Vieira, em novembro, na Globo; terá um programa de verão só seu no GNT; e estará, em 2025, no comando do “The masked singer” —, Eliana lista outros assuntos que já estão em seu radar.

— Quero falar sobre menopausa, que é um momento em que estou entrando, e também de igualdade, inclusão e sexualidade. Prazer é vital, tem a ver com autoestima. Tocar nesse assunto é também normalizar, deixar mais fluido, sem tantos tabus. Ainda mais quando me parece, depois de tantos anos, que o prazer feminino acaba sendo algo que incomoda, né? — provoca ela, que não se furta a falar de sua relação com o tema: — Na minha casa, nunca foi um tabu. Cresci com uma mãe sempre aberta para discutir todas essas questões. Na adolescência, tive a minha mãe me apoiando, em todas as minhas questões e dúvidas. Dona Eva, que hoje está com 85 anos, foi o meu ponto de apoio e segurança. Isso fez com que eu crescesse num ambiente seguro, para que eu pudesse me desenvolver.

Vulnerabilidade que aproxima

No “Saia justa”, Eliana já se abriu ao falar sobre complexos e o impacto das críticas em sua vida, especialmente no que diz respeito a comentários sobre sobre sua aparência:

— Todos nós temos inseguranças, e a questão da minha testa passou por mim por muitos e muitos anos. Aí fiz uma experiência no programa, tirando sarro de mim, falando da minha testa, e isso repercutiu positivamente. Era uma bobagem, mas me incomodava. Então percebi que, quando a gente mostra o nosso lado vulnerável, a gente se aproxima do público, fica mais verdadeiro e humano.

Sua gargalhada inconfundível também já foi motivo de comentários. E vale reforçar que Eliana só não solta o riso quando…

— Quando alguém chega e fala “gosto tanto da sua risada” e pede para eu rir. Mas rir do quê? Isso tem que vir por um motivo. É curioso que também me perguntam se é uma risada artística (risos). Não, gente, é de verdade e me acompanha por uma vida. Claro que tem vários tons, né? Tem a mais comedida e a de doer a barriga, que é essa feia que as pessoas já reconhecem como minha — brinca ela, que lista as coisas que mais lhe arrancam sinceras gargalhadas: —

As tiradas dos meus filhos. Do nada crianças soltam pérolas incríveis, né? Ou quando estou na roda de amigas e falamos aquelas besteiras que só entre amigas podemos falar.

Três pilares: fé, família e terapia

A mudança na carreira após os 50 não mexeu apenas com Eliana. Nas redes, após viralizar um vídeo em que ela fala sobre essa virada — citando o “fantasma” e o medo do desconhecido, a dificuldade que é para alguns encarar novos ciclos —, muita gente brincou dizendo que ela acabou resumindo um ano de terapia em minutos. A bem da verdade, parece mesmo. E, curiosamente, ela chegou a cursar Psicologia, mas abandonou bem no início:

— Eu faço terapia desde que saí da faculdade. Procurei uma professora minha da época, porque essa foi uma das maiores decepções da minha vida. Eu tive que romper um sonho para seguir com outro, deixar a faculdade e me tornar apresentadora. Estou com essa mesma terapeuta, que foi minha professora, há pelo menos uns 20 anos. Por algum tempo parei, fiz ioga, meditação, o que também foi muito bom para mim. Mas, atualmente, já estou de volta com ela. Tenho três pilares na minha vida: fé, família e terapia. Não consigo viver sem isso!

Eliana sempre demonstrou uma forte ligação com a espiritualidade, algo que considera fundamental em sua jornada. Devota de Nossa Senhora Aparecida, ela destaca a importância dessa conexão em momentos decisivos de sua vida:

— Tenho muita fé. Fui criada no catolicismo e respeito todas as religiões. A santinha, Nossa Senhora Aparecida, me acompanhou no hospital quando eu estava gestando a Manuela e fiquei internada por cinco meses. Também no processo da perda do meu pai (José, que morreu em março, aos 92) e nos dois anos que ele morou comigo, que foram intensos. A gente rezou muito pela saúde dele, e eu pedia muito para que, se Deus quisesse, que ele fizesse uma passagem tranquila. Na minha família, não necessariamente todos temos a mesma religião, mas temos muita fé e religiosidade, e isso nos une.

Eliana conta que recorre também aos exercícios para se manter bem. Física e mentalmente.

— Com a maturidade, ficou ainda mais forte para mim que os cuidados com meu corpo e com minha alimentação estão ligados à minha saúde e à minha longevidade. Quando penso em me exercitar, em alimentação, tudo isso está muito mais ligado à saúde do que à estética. A gente não precisa estar sempre no padrão, com todo mundo fazendo o que tem que ser feito no momento. Pelo contrário! Acho que tudo isso tem que ser usado a nosso favor, não contra a gente — afirma a apresentadora, que acrescenta: —

Acho que podemos, se tivermos condições, ter nossos rituais estéticos. Se quiser fazer uma cirurgia ou passar por procedimentos, acho válido, desde que isso não seja uma prisão ou algo nocivo. Acho que tudo na vida é equilíbrio. Se você faz na medida, se te faz bem e feliz, beleza!

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