Globo avança e define metas para 2030

Globo avança e define metas para 2030

A Globo, a maior empresa de comunicação do Brasil, está avançando mais uma etapa na agenda ESG, que inclui compromissos nas áreas social, ambiental e de governança corporativa. A subida de mais um degrau nesse percurso vem com a apresentação do “Relatório 2022 Jornada ESG”, que traz novidades em relação ao ano passado.

Em 2022, a Globo foi a primeira companhia de mídia do Brasil a formalizar compromissos nesse campo a serem atingidos até 2030. Agora o segundo relatório ESG da empresa desdobra, em um plano de ação, as ambições e metas relativas aos seis princípios já anunciados. São eles: impacto social do conteúdo, diversidade e inclusão, desenvolvimento e bem estar dos colaboradores, biodiversidade e consciência ambiental, governança transparente e responsável e educação como vetor de transformação do país.

Na introdução do relatório, o diretor-presidente da Globo, Paulo Marinho, diz que o grande desafio de 2022 – “e, ao mesmo tempo, uma grande conquista” – foi a definição das ambições para 2030 e de um roteiro de metas para cada um dos seis compromissos pelas equipes “multifuncionais” que lideram a Jornada ESG na companhia. “Foi inspirador olhar para o futuro, elaborar essa visão coletiva de que empresa queremos ser nos próximos anos e que decisões precisamos tomar para chegar lá. Com isso, conseguimos criar um sistema de monitoramento de indicadores que informa as diferentes instâncias sobre avanços e desafios da jornada para melhor tomada de decisão”, escreve Marinho.

‘Foi inspirador olhar para o futuro, elaborar essa visão coletiva de que empresa queremos ser’, diz Paulo Marinho.

A largada de todo esse trabalho se deu ainda no começo de 2021 com um grupo de 20 pessoas que depois se expandiu para centenas de colaboradores. Uma primeira tarefa foi fazer um “benchmarking” para estudar as principais contribuições dos grupos de mídia nas práticas ESG. Depois foi feito um diagnóstico do estágio da Globo nas diferentes frentes. As prioridades nas pautas ESG foram definidas a partir da escuta de cinco grupos de interesse: colaboradores, consumidores, anunciantes, investidores e acionistas.

As opiniões desses grupos, sinalizando como a Globo poderia contribuir para um mundo mais equilibrado e mais justo, foram cruzadas, adiante, com as prioridades de negócios da própria companhia. Essa combinação resultou em uma matriz que permitiu definir não só as metas, mas as maneiras de alcançá-las e as ferramentas para medir a evolução do trabalho.

Quando o primeiro relatório ESG da Globo foi publicado, em julho de 2022, se fez uma espécie de homenagem a tudo que a empresa havia feito, ao longo da história da companhia, em termos de ESG, diz Manuel Belmar, diretor de finanças, jurídico e infraestrutura da Globo. Na ocasião, a empresa não só apresentou os seis compromissos ESG para 2030 como também anunciou a adesão ao Pacto Global das Nações Unidas, maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo. O primeiro relatório ESG da Globo nasceu alinhado às diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), organização com sede em Amsterdã, na Holanda, que define os padrões internacionais para esse tipo de trabalho.

Agora, no segundo relatório, a Globo se concentra em um plano de ação para desdobrar a ambição estratégica da empresa para 2030, diz Belmar. “O relatório foca no detalhamento da ambição 2030 e, para cada um dos compromissos, temos uma ambição detalhada e onde queremos chegar”, diz. E acrescenta: “Acreditamos muito na tese de que o ESG é parte do conjunto das informações da performance da companhia como um todo. E cada vez mais vamos procurar representar e divulgar nossos resultados financeiros juntamente com os resultados das nossas atividades em ESG”, afirma.

Apresentado ontem na edição do “Jornal Nacional”, da Globo, o novo relatório ESG fica disponível, de forma digital, no site e na página de relações com investidores da companhia, uma vez que essa é uma informação relevante para os investidores, inclusive os estrangeiros, cada vez mais atentos ao tema, diz Belmar.

Em entrevista ao site “Valor Econômico”, o executivo destacou algumas das ambições e metas contidas no relatório. No capítulo sobre o impacto social do conteúdo, Belmar disse que essa é uma “missão” para uma empresa da indústria de mídia como a Globo. Lembrou que uma das bandeiras do Grupo Globo é a prática de um jornalismo íntegro, isento, plural e ágil. Nesse contexto, uma das ambições da Globo é continuar sendo percebida como relevante pela audiência em razão da sensibilidade social dos conteúdos que produz. A Globo também quer ser referência em termos de publicidade responsável e atuar como voz protagonista na defesa das causas nas quais a empresa está envolvida. Entre as metas, neste capítulo, está a produção crescente de reportagens sobre temas sociais e ambientais, e garantir o treinamento de 100% dos times “criativos” e de jornalistas sobre temas ESG da companhia.

No capítulo 2, sobre os princípios de diversidade e inclusão, um dos objetivos é ter mais da diversidade brasileira representada nas equipes. E uma das metas prevê recrutar, no mínimo, 50% de mulheres e negros até 2030. Na parte 3, sobre o desenvolvimento e bem-estar dos colaboradores, uma das ambições da Globo é ser reconhecida como empresa com ambiente de trabalho que zela pela saúde mental e qualidade de vida. Belmar citou a criação do programa “De boa”, que inclui experiências ligadas ao bem-estar pessoal e coletivo. No tema ambiental, que integra o princípio 4, uma das metas da empresa é reduzir as emissões e os resíduos nas operações. Até 2030, 100% da energia usada pela Globo será de fontes renováveis e outro dos objetivos será zerar o uso de combustíveis fósseis na operação direta.

Em termos de governança corporativa, tema contido no princípio número 5, uma das metas prevê promover mais diversidade no conselho de administração da empresa. E no compromisso 6, que trata de educação, um dos objetivos será continuar a construir alianças para viabilizar campanhas e projetos de impacto nessa área: “A educação tem sido uma das bandeiras da família Marinho ao longo de toda a sua história”, disse Belmar. Em 2025, a Globo vai completar 60 anos.

Belmar acrescenta que todo ano haverá uma atualização das informações ESG, medida importante para demonstrar que a empresa está em movimento também nessa área. A intenção é comunicar os dados sobre os avanços nas ações sociais, ambientais e de governança juntamente com as informações financeiras da Globo Comunicação e Participações (GCP), divulgadas no fim de março.

A GCP tem um portfólio amplo de produtos que inclui TV aberta e fechada, com 20 canais por assinatura, plataformas digitais (g1, ge, gshow e Cartola) e o serviço de streaming Globoplay, entre outras propriedades de mídia. A GCP, com 13 mil colaboradores, integra o Grupo Globo, formado também por Editora Globo, Globo Ventures, Sistema Globo de Rádio e Fundação Roberto Marinho.

A Editora Globo está em processo de desenvolvimento de uma agenda formal ESG. Nos próximos meses, concluirá sua matriz de materialidade, em conjunto com o Sistema Globo de Rádio e a Edições Globo Condé Nast. Esse trabalho identificará os temas e aspectos em sustentabilidade mais relevantes para as empresas e seus públicos de interesse, direcionando sua atuação social, ambiental e de governança. Está em produção também o inventário de Gases de Efeito Estufa das empresas, que será a base de um relatório completo a ser desenvolvido e divulgado em 2024.

Nos veículos da Editora Globo, as pautas da agenda ESG estão sempre presentes nas coberturas das grandes questões ambientais da atualidade, como a crise climática e suas consequências nas cidades e nos biomas brasileiros e nas reportagens diárias nos sites das marcas e em conteúdos especiais nas edições impressas. Desde 2021, a Editora Globo faz a compensação de carbono referente às emissões da produção de seus jornais e revistas impressos. A neutralização ocorre por meio do plantio de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. Além disso, o Parque Gráfico da empresa, em Duque de Caxias (RJ), tem desde 2014 a certificação florestal FSC. Ela atesta a origem do papel utilizado na impressão dos jornais, utilizando os recursos florestais de forma responsável, atendendo à legislação trabalhista de toda a cadeia produtiva e contribuindo com o desenvolvimento sustentável.

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