Milton Neves quebra o silêncio e fala sobre demissão da Band: “Mix de sentimentos”

Milton Neves quebra o silêncio e fala sobre demissão da Band: “Mix de sentimentos”

Milton Neves confirmou que está deixando a TV Bandeirantes após 15 anos. Ele estava na emissora desde 2008 e apresentava os programas “Terceiro Tempo” e “Quem Fim Levou?”.

O apresentador mesmo escreveu sobre sua saída em sua coluna no portal “UOL”, e explicou sobre os sentimentos de deixar as telinhas para ficar mais perto da família. “Não vou mentir para vocês, é um ‘mix de sentimentos’.

No lugar do consagrado “Terceiro Tempo” de Milton Neves, que atualmente vai ao ar aos domingos às 22h30, a Band deve apostar em José Ferreira Neto, o Craque Neto, que já comanda o programa diário “Os Donos da Bola”.

O próprio Milton Neves aprova e incentiva a substituição. “Chegou a hora de passar o bastão para pessoas competentíssimas que ajudei a revelar para a TV, como o Craque Neto, que hoje está melhor com o microfone nas mãos do que já esteve com a bola nos pés.”, brincou o apresentador com o colega.

Ainda na coluna publicada pelo “UOL”, o apresentador explicou a vontade de passar mais tempo com a família. “Quero ver minhas netas (e netos, porque quero mais uns 10!) crescerem, curtir tudo que conquistei com um “mar” de suor e dar a devida atenção àqueles com quem eu não consegui estar presente nas últimas décadas, tanto familiares quanto amigos”.

Apesar de estar deixando a televisão, Milton Neves reconhece o seu papel dentro do jornalismo esportivo brasileiro. “Olho para trás e vejo o trabalho bonito que realizei e o legado que deixo hoje para a TV esportiva brasileira.”, declarou.

Estima-se que Milton Neves tirava R$ 500 mil por mês como apresentador da Band, entre salário fixo e merchans.

Leia na íntegra a despedida de Milton Neves:

“Após inacreditáveis 25 anos, minha missão na TV está cumprida! Valeu, Band!

Olá você, que está lendo este texto de qualquer lugar do mundo via internet.

Você da velha guarda, que me acompanha desde as monumentais jornadas e “Terceiros Tempos” dos anos 80 e 90 pela Rádio Jovem Pan.

Você que está comigo desde 1999, quando embalei de vez na TV com o magnífico “SuperTécnico” da Bandeirantes, alcançando o Brasil inteiro.

Você que começou a me acompanhar na Record, quando passei a apresentar também na TV o “Terceiro Tempo” e o copiadíssimo “Debate Bola” (ah, além deles, na mesma emissora fiz também “Roleta Russa”, “Cidade Alerta” e o “Golaço”, sendo este último na Rede Mulher, o Grupo Record).

Ou você, mais jovem, que me conheceu já no site Terceiro Tempo, que conta com o fundamental “Que Fim Levou”? (uma das grandes paixões da minha vida), ou nas redes sociais, onde o Miltão aqui também, modéstia à parte, é muito forte.

Escrevo este texto para dar uma satisfação a vocês que tanta audiência me deram nos últimos anos, possibilitando que um caipira (com orgulho), que saiu de Muzambinho com uma mão na frente e outra atrás em 1971, se mantivesse na TV aberta por quase… 25 anos!!!

Algo que jamais imaginei, sem falsa modéstia.

Deus exagerou no que reservou para minha vida profissional e sou muito grato a Ele por isso!

Mas, como vocês devem ter lido por aí, tanto no ótimo Flávio Ricco quanto no amigo Cosme Rímoli, é verdade que o “Terceiro Tempo”, marca maior do pós-jogo da imprensa brasileira, esteja com seus dias contados na TV.

E, não vou mentir para vocês, neste momento vivo um “mix de sentimentos”.

Por um lado, estou triste, já que o programa, que surgiu no rádio em 1.982, me realizou profissionalmente e pessoalmente.

Mas ao mesmo tempo feliz, olhando para trás e vendo o trabalho bonito que realizei e o legado que deixo hoje para a TV esportiva brasileira.

Para explicar melhor para vocês, é mais ou menos a mesma sensação que a gente tem quando um filho sai de casa.

A gente lamenta o fato de a casa ficar vazia.

Mas ao mesmo tempo fica feliz pelo novo passo que o rebento está dando na vida.

E esses anos todos no ar só foram possíveis graças a você, amigo telespectador, ouvinte ou internauta.

E graças ao apoio que recebi de muita gente em minha vida.

Gente como Johnny Saad, que me acolheu na Bandeirantes em 1.999 no projeto Band-Traffic, capitaneado por J. Hawilla.

E, é claro, gente como minha doce e inigualável Lenice Chame Magnoni Neves, que criou e cuidou muito bem de nossos três meninos enquanto eu trabalhava feito um louco de sol a sol nas emissoras pelas quais eu passei.

Insisto, Deus foi muito bom comigo, minha gente.

Tive muita sorte na vida!

Mas saibam que a sorte nada mais é do que o encontro da capacidade com a oportunidade.

E ela costuma acompanhar quem trabalha muito duro!

E eu, francamente, já trabalhei demais nesses meus 72 anos de vida.

Chegou o momento de ver o que há além da televisão.

Quero ver minhas netas (e netos, porque quero mais uns 10!) crescerem, curtir tudo que conquistei com um “mar” de suor e dar a devida atenção àqueles com quem eu não consegui estar presente nas últimas décadas, tanto familiares quanto amigos.

Minha missão na TV (sim, na TV, pois sigo no rádio, no terceirotempo.com.br e nas redes sociais) está cumprida!

E chegou a hora de passar o bastão para pessoas competentíssimas que ajudei a revelar para a TV, como o Craque Neto, que hoje está melhor com o microfone nas mãos do que já esteve com a bola nos pés.

E ele é igualzinho a mim: odeia polêmica, merchan e defende como poucos o meu amado Sport Club Corinthians Paulista (risos).

Ah, se não “sesse” o Corinthians, netamente falando, será que eu teria conseguido tanto tempo na TV?

Tenho certeza que sim, mas o Timão me ajudou muito!

Assim como o Verdão, o Tricolor, o Mengão e, claro, o Santos Futebol Clube de São Pelé, que norteou minha vida quando eu pensei que nada daria certo.

E como deu, pessoal!

Obrigado, de coração, e seguimos juntos no rádio, no site, no Blog do Miltão e nas redes sociais para quase… 6 milhões de seguidores!

Nos falamos por lá!

Até mais!”

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