Sônia Bridi se revolta com a situação dos Yanomami e se emociona: “Pareciam cenas do holocausto”

Sônia Bridi se revolta com a situação dos Yanomami e se emociona: “Pareciam cenas do holocausto”

Sônia Bridi, que mostrou a situação do povo Yanomami em uma reportagem exibida pelo “Fantástico” no último domingo (29/01/2023), se emocionou ao relatar em entrevista o que presenciou.

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Durante o “Encontro”, ela falou mais sobre a situação daquele povo e chegou a se emocionar.

“Já vi muita coisa acontecendo em vários lugares do mundo. Já estive em campos de refugiados, que é sempre um lugar extremamente triste. Mas o que eu vi na terra yanomami é muito mais devastador, porque a terra é saudável”, explicou.

“O que a gente viu ali é a destruição da terra, o descaso que aconteceu durante quatro anos, o incentivo a uma atividade ilegal, criminosa, crime organizado, um risco à segurança nacional a presença desses bandidos em números absurdos dentro da terra yanomami, circulando entre Brasil e Venezuela. Isso tudo levou a essa tragédia humanitária”, pontuou.

“Como é que a gente permite que num país rico como este, numa terra saudável, se chegue a uma situação dessas? Que vergonha! A gente está no século XXI, 522 anos depois da chegada de Cabral, e a gente ainda permite a entrada de doenças e invasores para dizimar os povos originários!?”, se indignou.

Os índios Yanomamis estão sendo vítimas do garimpo ilegal, ficando em situações completamente desumanas, enfrentando a desnutrição, perdendo a vida por doenças como malária e anemia e tendo suas crianças sequestradas.

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“Senti muita raiva. Senti uma raiva tremenda”, desabafou. Além disso, ela criticou a atitude do governo de Bolsonaro quando, em novembro, Outra matéria feita pela emissora denunciando as condições que os indígenas se encontravam.

“Ainda não estava tão grave assim, mas já era um caso bastante grave em novembro de 2021. E não houve reação nenhuma por parte do governo”, afirmou. 

“Eu estava tentando entrar na terra yanomami já há muito tempo, mas não tinha segurança para entrar. Como você vai entrar num território tomado por bandidos? As equipes de saúde não estavam entrando lá.”, contou.

Sônia Bridi comparou a situação dos Yanomami com a dos judeus no holocausto.

“Você sente uma tristeza tremenda, mas também uma revolta, uma indignação, porque se permitiu que fosse feito isso no nosso tempo. Pareciam cenas de holocausto”, disse.

“Os povos indígenas têm o direito de viver a forma de vida tradicional deles. Ninguém tem que dizer para eles como eles têm que viver. Isso mostra um profundo racismo em relação aos povos originários. O racismo reduz a humanidade dos seus alvos, sempre para justificar uma exploração que é humanamente inaceitável”, completou.

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